sexta-feira, 13 de julho de 2007

O fio do bigode

Antigamente, o fio do bigode era a maior garantia que homens honrados poderiam dar a seus - vamos dizer assim - credores. Hoje, esse costume mudou. O que foi acordado pode não ser cumprido. Essa prática, típica de déspotas, ainda está em uso em algumas regiões do país. Identificar esses tiranos é dever do povo. Defenestrá-los da vida pública é uma obrigação. Não dá para se enganar sempre impunemente.

Cidade: Funcionalismo decide fazer vigília, paralisação e acena indicativo de greve

Michele Ferreira
A próxima semana será de mobilização aos municipários, mesmo que tenham batido martelo sobre uma das propostas salariais do Governo há 29 dias. Depois de uma hora e dez minutos de debate, na assembléia geral de ontem à tarde ficou definido o novo calendário de manifestações, que já coloca o indicativo de greve entre as estratégias de pressão, para o Executivo encaminhar à Câmara de Vereadores o projeto de lei que concederá o reajuste na prática.
O secretário de Administração e Finanças, José Artur Dias, afirmou, no final da tarde, que a decisão de enviá-lo está nas mãos do prefeito, mas para isso, antes Fetter Júnior deve convocar reunião com os membros do primeiro escalão que atuaram como interlocutores junto à categoria. Impossível garantir, portanto, se o projeto entrará ou não no Legislativo e quando. Dias voltou a fazer referência à paralisação agendada para quarta-feira, que iria na contramão do acordo.
Para o aumento de 3% sobre o piso padrão, os R$ 10,00 a mais no vale-alimentação e as vantagens calculadas sobre os R$ 380,00 do mínimo nacional repercutirem sobre os vencimentos do mês de julho, o projeto precisaria ser votado e aprovado nos próximos dias, já que a folha de pagamento estará encerrada até a sexta-feira, 20. Na assembléia extraordinária de ontem o funcionalismo enfatizou: não abre mão da retroatividade à data-base de maio.
Movimentação a partir de terça
A plenária que encheu o auditório externo do Colégio Pelotense e deixou servidores em pé contou com variado rodízio ao microfone - 14 trabalhadores fizeram uso da palavra. E pelo menos duas propostas levantaram pontos extremos: colocar em apreciação a quinta oferta da Prefeitura - feita dia 6 ao Sindicato dos Municipários de Pelotas (Simp) - e interromper as atividades até o projeto de aumento dos salários estar aprovado. Nenhuma delas ganhou eco. Ao abrir a assembléia o presidente do Simp, Jorge Carlos Silveira da Silva, não escondeu a irritação e chegou a dizer que esta última alternativa de proposta é encarada como afronta à soberania da plenária.
Terça e quinta-feira a vigília será na Câmara, com a presença de um representante por setor. A quarta será de paralisação, pela manhã e à tarde, e se até o dia 19 o projeto de lei não chegar aos vereadores, a assembléia geral do dia 20 será realizada com indicativo de greve na pauta.
RELEMBRE
No dia 14 de junho os servidores optaram por uma das quatro propostas salariais apresentadas pelo Executivo. A opção foi pela que prevê 3% de reajuste no piso padrão, aumento de R$ 10,00 no vale-alimentação e as vantagens calculadas sobre os R$ 380,00 do mínimo nacional. A definição deveria virar projeto de lei para envio ao Legislativo. Isso não ocorreu e há uma semana a Prefeitura encaminhou ao Simp uma proposta alternativa que sugere, em escalonamento, 8,57% de reajuste a partir do piso de R$ 350,00 e R$ 70,00 de vale-alimentação. Esta opção não será nem votada pela categoria.

Um comentário:

Anônimo disse...

Seria interessante obter informações sobre as experiências semelhantes, desenvolvidas em outras universidades, com sucesso segundo soube.