quarta-feira, 16 de maio de 2007

Verdades e mentiras

A verdade fez mais um alvo no Diário Popular de Pelotas. Desta vez foi uma profissional experiente, sagaz e, principalmente, íntegra, a jornalista Élida Lima. Seu pecado: publicar a excelente reportagem do jornalista Álvaro Guimarães sobre a escandalosa compra de diplomas na UFPel - postada neste blog sob o título Escândalo. A pena por cumprir com a obrigação de bem informar e fazer do jornalismo investigativo um sacerdócio foi a destituição do cargo de Coordenadora de Redação do Diário Popular. Quem perde com isso? Os leitores e o Diário, que cala um de seus profissionais mais valorosos e referenda sua vocação servilista. Quem ganha? A jornalista Élida Lima, que ensina aos interessados que consciência não se compra: ou se tem ou não se tem. A atitude do jornal deixa claro para quem quiser ver que água e óleo não se misturarão jamais. Ainda bem.

O diabo veste Prada
Para falar sobre o que é de interesse da comunidade ou não é preciso fazer parte dela e conhecê-la de perto. Fazer apanágio de vantagens às elites como se elas fossem uma casta de gente superior e entender como favor aquilo que a cidadania exige como igual é uma atitude coronelista. Coronelista do Sul, quero dizer. Omitir a verdade para beneficiar amigos é uma ousadia.

Jornalismo
A propósito, a reportagem foi excelente sob qualquer ponto de vista.

Tapetão
Visões contrárias sobre o que é jornalismo sempre existirão. Porém, é preciso saber antes os interesses que estão em jogo - e a que pessoas eles atingem. Jornalismo bom é aquele que informa com precisão. Não aquele que utiliza o termo para esconder debaixo do tapete as falcatruas dos amigos.

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