domingo, 20 de maio de 2007

O Império contra-ataca

Deu no Diário Popular na edição deste domingo (em itálico, abaixo do comentário). Não consegui entender a reportagem. Depois da brilhante matéria do repórter Álvaro Guimarães - que provocou a destituição da jornalista Élida Lima da Coordenação de Redação do Diário Popular - o centenário periódico dos Fetter vem com um mea-culpa meio envergonhada neste domingo. Agora, fala em e-mail que era um spam (e-mail indesejado) . Ora, se era um e-mail indesejado e, consequentemente, não sustentaria a matéria, o Diário Popular tem a obrigação de mostrar ao seu leitor o equívoco de sua equipe de reportagem. Com responsabilidade, transparência e honestidade. Ao mesmo tempo, a UFPel tem o direito e a obrigação formal de processar o matutino por danos morais (onde já se viu falar mal assim da UFPel?) - isto é, se conseguir provar que o repórter mentiu. Seria interessante ver se o jornal iria defender a reportagem a fim de evitar um processo ou se resignaria a pagar uma eventual indenização por danos morais que, pelo tamanho do estrago, deve ser milionária. Bem, com a urucubaca solta na Universidade, é capaz de o magnífico reitor não conseguir provar nada - e ainda ser responsabilizado por isso também. O Ministério Público poderia solicitar a confirmação dos diplomas emitidos pela UFpel no período recente - e ver se conferem com o nome dos alunos que fizeram os cursos. Só para garantir. Para uma Universidade informatizada como a UFpel, isso é fácil. Mas também pode ser difícil.

Carro usad0
No entanto, a reportagem afirma que a "UFPel garante..." Ora, o histórico recente da UFpel não garante nada. Basta lembrar a confusão dos vestibulares, o dinheiro que teve de deixar de ser repassado à Fundação Simon Bolívar, as denúncias de nepotismo e de otras cositas mas. Até seu reitor, o magnífico César Borges, terá de responder por estelionato. Bem, podemos resumir assim a questão: você compraria um carro usado do César Borges?

Deleite-se com a reportagem publicada no Diário Popular

UFPel garante segurança na emissão de diplomas
Pablo Rodrigues e Taís Brem

O golpe da venda de diplomas do Ensino Superior pela Internet tem se- tornado cada vez mais freqüente em todo o País. De Norte a Sul, quadrilhas especializadas prometem por e-mail entregar o documento com registro em instituições federais ou particulares. Tudo em apenas 15 dias e por valores ínfimos. Em diversos chats - salas virtuais de bate-papo - pode-se constatar o engodo através do comentário de usuários enganados que depositaram metade do valor acertado como sinal e não souberam mais notícias do golpista (veja caso nesta página).A assessora de comunicação do Ministério da Educação (MEC), Carolina Santos, afirmou que o órgão conhece a ação dos golpistas e a trata como crime. “Quando ocorrem estes casos de venda de diplomas falsos encaminhamos tudo para investigação da Polícia Federal.”
Carolina disse ainda que ações do MEC como o Censo do Ensino Superior - promovido pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) - ajudam a evitar possíveis falsos registros acadêmicos. “O MEC acompanha a vida de cada estudante, desde a matrícula na universidade até a conclusão do curso superior.”

Ação dos golpistas
Eles prometem variedade de graduações, rapidez na entrega, preços acessíveis e até honestidade no negócio. Encontrar propostas de venda de diplomas universitários pela Internet não é algo incomum. Anúncios como “procure-me que eu resolvo o seu problema acadêmico” ou “somos uma equipe altamente competente e treinada” atraem o interesse do freguês. Fóruns de discussão on-line falam sobre a prática. Em um deles há o comentário de alguém que caiu no golpe: “Amigos, cuidado! Eu também caí nessa e o cara me mandou um diploma num papel cartão e sem falar que veio tudo errado. O número do registro não constava na universidade.”

UFPel
“Impossível de acontecer.” Com essas palavras, a diretora do Departamento de Registros Acadêmicos (DRA) da UFPel, Rozane da Silveira Alves, se referiu à suposta venda de diplomas da instituição pela Internet (veja o quadro Entenda o caso). Justificativa: o processo é complexo, manual e passa por auditorias constantes do MEC. Rozane afirmou que apenas o titular do diploma pode retirá-lo no DRA, o que descarta a possibilidade de envio por correio sugerida pelos golpistas. “Os nossos alunos reclamam que entregamos o diploma somente 15 dias depois da formatura. Mas tem que ser assim. Conferimos tudo várias vezes. Só em casos excepcionais - e com procuração registrada em cartório - o diploma é entregue a algum parente do formando.” Os diplomas são todos confeccionados no DRA e possuem registro duplo: um no curso onde o estudante se formou e outro no próprio departamento. “É um procedimento cartorial e totalmente transparente. O processo é inteiramente público. Os editais são publicados na imprensa justamente para que a comunidade possa ter acesso e controlar”, disse Rozane. A diretora do DRA comentou ainda que o MEC realiza auditoria no mínimo uma vez por ano na própria UFPel, além de conferências e cruzamentos com outras universidades feitos no banco de dados alimentado pelo Censo do Ensino Superior promovido pelo Inep. “É impossível que um novo registro acadêmico surja no fim do processo. Se determinados 50 alunos ingressaram no vestibular, apenas esses mesmos 50 alunos poderão se formar e obter o diploma.”

Entenda o caso
Há cerca de um mês, a reportagem do Diário Popular recebeu uma mensagem eletrônica do tipo spam - termo que se refere aos e-mails não-solicitados, que geralmente são enviados para um grande número de pessoas - cujo conteúdo oferecia a venda de diplomas universitários, com histórico escolar e reconhecidos pelo Ministério da Educação (MEC). Direito, Engenharia, Administração, Veterinária, Agronomia, Turismo e Ciências da Computação estavam entre as graduações disponibilizadas no e-mail. De acordo com o documento, os fraudadores trabalhavam “com faculdades de todo o Brasil, no mais absoluto sigilo”. A fim de obter informações específicas sobre a Zona Sul gaúcha, há 12 dias o DP fez contato pelo endereço indicado na mensagem (dip2007@zipmail.com.br) e perguntou se o falsário conseguiria um certificado de alguma das instituições de Ensino Superior do eixo Pelotas/Rio Grande. O golpista garantiu que, mediante metade do pagamento - R$ 1 mil - o pedido seria atendido.

Casos no país
Campo Grande, MS - Em 2005, foi descoberto um esquema de venda de diplomas falsos nas Faculdades Integradas de Fátima do Sul (Fifasul). No processo constatou-se que cerca de 75 certificados de conclusão de graduações e pós-graduações com registro da faculdade, entre os anos de 1998 e 2003, foram falsificados. Atualmente, o caso está sendo investigado pela Justiça Federal da região que acusa o grupo criminalmente de falsidade ideológica, uso de documento falso e formação de quadrilha.

São Paulo, SP - Uma investigação informal feita pelo repórter da rádio Eldorado, Wellington Carvalho, desvendou parte do comércio ilegal de diplomas oferecido por e-mail a R$ 1.600,00. O negociante garantia, inclusive, ser funcionário do MEC para comprovar a validade do documento. Acerca deste caso, o Ministério Público de SP prometeu abrir inquérito para apurar as denúncias e adiantou que deve tratar a situação como crime. Ainda em São Paulo, em 2001, o MEC apurou as denúncias sobre as Faculdades Integradas de Filosofia, Teologia, Ciências Humanas e Sociais (Faiftechs). Mesmo sem ser regularizada junto ao MEC, a instituição oferecia cursos e emitia diplomas como se fossem válidos.

Compensação
Será que a UFPel exigiu que essa reportagem saísse dessa maneira como compensação pelos transtornos causados? Se foi, congratulações ao assessor de Imprensa da Universidade, sr. Clayton Rocha. Confira o estilo (sem autoria):

Capes dá A para Cadernos de Educação da UFPel
Os Cadernos de Educação, um periódico da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Pelotas (FaE/UFPel) que publica artigos científicos, receberam a classificação Nacional A na última avaliação realizada, a pedido da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoas de Nível Superior (Capes), pela Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (Anped). Acima deste nível existe apenas o padrão internacional. Os resultados foram divulgados neste mês. Na avaliação anterior, feita há três anos, a revista da UFPel já havia sido colocada no nível de Nacional A. A novidade em 2007 é que as exigências da Anped e da Capes aumentaram, reduzindo o número de publicações contempladas com este grau. Em 2004 apenas 20 publicações receberam esse conceito. Neste ano, o número caiu para 12. Apenas duas revistas gaúchas da área obtiveram a classificação. A História da Educação, uma publicação da Associação Sul-Rio-grandense de Pesquisadores em História da Educação, entidade ligada à FaE, foi a outra. Por ter sua sede na Faculdade de Educação, a Anped também lista a revista como da UFPel.
As publicações
Os Cadernos de Educação, que são editados a cada seis meses, têm um público leitor diversificado, formado por professores, pesquisadores e acadêmicos de graduação e de pós-graduação. De acordo com o diretor da FaE e editor da revista, professor Avelino Oliveira, a maior parte dos exemplares é permutada com outras instituições ou doada. Há uma lista de assinantes que recebe o periódico. “A classificação que recebemos certamente fará com que mais autores importantes, brasileiros e estrangeiros, publiquem seus artigos nos Cadernos”, comemorou o professor. Oliveira considera que a boa classificação também contará pontos para a avaliação do Programa de Pós-Graduação da Faculdade. Uma feliz coincidência, lembrou Avelino, é que a avaliação da Anped e da Capes chega junto com a revista de número 27, comemorativa aos 30 anos da Faculdade de Educação. Os Cadernos de Educação foram criados em 1992 com o objetivo de socializar conhecimentos relevantes, produzidos em Pelotas, no Brasil e no exterior, apresentando sempre uma diversidade temática. A regra é que sejam publicados artigos de autores de diversas origens e até em línguas estrangeiras. Neste último número há trabalhos em francês e em espanhol, além, é claro, dos escritos em português.
Qualidade
A classificação de periódicos da Anped para publicações nacionais tem como topo o padrão internacional. Apenas quatro revistas no País conseguiram esse nível. Em seguida vem o Nacional A, no qual se enquadram as duas revistas pelotenses e apenas mais dez em todo o Brasil. Na seqüência aparecem o Nacional B e C e o Local A, B e C. Entre os critérios de avaliação estão normalização, publicação, circulação, autoria, conteúdo e gestão editorial. Foram considerados ainda a tradição, a inserção na área, a tematização de questões contemporâneas, a relevância dos artigos, a diversificação dos autores, a presença de pesquisadores com reconhecida produção na área, o interesse geral ou específico dos artigos estrangeiros e o potencial impacto dos textos.
Na Internet
De acordo com o professor Adelino Oliveira, uma das idéias para a publicação da FaE é disponibilizar, em breve, a totalidade dos artigos na página da revista na Internet. Enquanto isso não ocorre, podem ser acessados resumos dos trabalhos no site www.ufpel.edu.br/fae/caduc.