UFPel às moscas
Deu no Diário Popular de Pelotas na edição de hoje, 11 de maio. Comento em seguida.
Protesto por um novo prédio
Cíntia Piegas
Munidos de faixas e cartazes, cerca de 50 alunos da Faculdade de Enfermagem e Obstetrícia da Universidade Federal de Pelotas (FEO/UFPel) foram para o calçadão da Sete de Setembro com Andrade Neves, ontem à tarde, mostrar à população a atual situação enfrentada por acadêmicos, professores e funcionários. Com 40% da estrutura do prédio comprometida e risco iminente de desabamento, eles aguardam por um novo local para abrigar a Faculdade. A pró-reitoria de Planejamento da UFPel já providenciou a locação de um prédio. As rachaduras e infiltrações nas paredes do Departamento de Anatomia da FEO, que ocupa parte das dependências do pavimento térreo do módulo B do Campus da Saúde, na avenida Duque de Caxias, reacendeu uma discussão antiga entre professores, alunos e servidores. Ou seja, o desejo de ampliar o espaço físico para atender à demanda dos universitários. Próximo à realização das atividades comemorativas ao dia do Enfermeiro, celebrado amanhã, os cerca de 292 alunos da FEO não têm muito o que comemorar e sim a reivindicar. Além de ocuparem salas pequenas, agora estão sem Departamento de Anatomia, também utilizado por alunos da Medicina, Odontologia, Nutrição e Biologia. Diante da situação, os alunos resolveram paralisar na terça-feira e a data para definir o retorno vai depender da assembléia geral, marcada para hoje.
Negociações
De acordo com a diretora da FEO/UFPel, Luciane Prado Kantorski, nas várias reuniões realizadas com alunos, docentes e funcionários foi possível avaliar a situação de risco que o prédio oferece. Com isso, a decisão foi acelerar as negociações com a administração da UFPel em relação à possibilidade de novas instalações para o curso. O posicionamento foi documentado e entregue à Reitoria. Para poder esvaziar o segundo piso do prédio, a direção do FEO contou com a ajuda de outras faculdades, que cederam salas e departamentos.O pró-reitor de planejamento, Élio Paulo Zonta, informou que está em andamento o aluguel de um imóvel na rua 15 de Novembro, entre as ruas Tamandaré e Bejamin Constant. Em função do processo burocrático, a transferência da FEO para o novo local deve ocorrer dentre alguns dias. Sobre a recuperação do prédio, o pró-reitor explica que o processo será realizado em quatro etapas. A primeira está sendo executada e o processo licitatório para a segunda fase será no final deste mês. “A previsão é de que até o final do ano as obras estejam concluídas”, disse Zonta.
Demanda maior
Há 30 anos em atividades e há 21 ocupando espaço de 500 metros quadrados no Campus Saúde da UFPel, a Faculdade de Enfermagem e Obstetrícia cresceu e a estrutura atual não comporta mais a demanda decorrente da criação de curso de especialização (130 alunos formados). Ao longo dos anos houve incremento dos projetos de extensão comunitária, qualificação do quadro docente e 60% de aumento nas vagas na graduação e expansão da pesquisa.
Interdição
De acordo com o integrante do Diretório Acadêmico (DA), Léo Jaime da Silva, as reclamações sobre as rachaduras nas salas de aula já atingem seis meses. A Reitoria da UFPel, entretanto, autorizou a reforma no prédio - dividida em quatro etapas. “O problema é que as obras iniciaram sem a desocupação do andar superior, por onde circulam cerca de 200 pessoas por semana. Sem a sinalização de um local para ser ocupado pela administração e alunos, as obras cessaram”, disse. Sobre uma estrutura sustentada por 70 estacas de madeira, circular pelo setor administrativo a pelas salas de aulas no andar superior passou a representar perigo, tanto que esta semana a área teve de ser desativada. “Pela fragilidade do piso, os parquês e lajotas começaram a soltar do chão”, disse Silva.
Sem noção
Onde esteve o reitor esse tempo todo que não percebeu o problema? Tem até risco de desabamento, o que, convenhamos, não é de hoje. Antes de viajar para a Europa, César Borges poderia ter ido mais perto - e verificado, in loco, a situação da Faculdade de Enfermagem e Obstetrícia. Aliás, com o dinheiro que deixou - por via judicial - de ser repassado à Fundação Simon Bolívar, a UFPel poderia fazer uma boa reforma no prédio. Antes do shopping, salas seguras. Para isso, no entanto, é preciso arregaçar as mangas... Mas essa é outra história.
Site da UFPel
Naturalmente, a manifestação não consta no site da UFPel.
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