O contágio de Dona Esvaldina ou A novilíngua de Fetter Júnior

O escritor inglês George Orwell escreveu um livro chamado 1984. O personagem principal é uma espécie de amanuense encarregado de reescrever a história numa linguagem especial, a novilíngua, onde as mazelas do governo se transformam em triunfos.

Fetter Júnior leu o livro. E parece ter gostado. O exemplo mais evidente disso é a imagem acima de dona Esvaldina da Rosa, "contagiada" pelo ritmo das obras de pavimentação". É a novilíngua de Fetter Júnior em ação.

Ritmo das obras de pavimentação contagiam (sic) moradores (página oficial)
Quando contaram à moradora da rua Caetano Gotuzzo, Esvaldina da Rosa, que a via seria pavimentada, ela duvidou. “Tantos anunciaram e não fizeram, que dessa vez eu avisei: só acredito depois de pronto”, disse. Na tarde de ontem (21) a dona-de-casa e o marido, o aposentado Aldrovando da Rosa, levaram cadeiras para a calçada para observarem de perto a equipe finalizar o capeamento asfáltico da rua. “Agora acredito”, comemorou. A rua de Esvaldina é a quarta na Vila Gotuzzo a ser contemplada pelas obras de pavimentação previstas no projeto Pelotas Pólo do Sul. Ao total o capeamento asfáltico nesta primeira etapa atingirá 28 quilômetros de 27 ruas de pedra irregular nos bairros Fragata, Centro, Porto e Areal. Três frentes de trabalho atuam concomitantemente na conclusão do projeto. A primeira começou no dia 14 de abril pelo Fragata, onde estão prontas a Frei Caneca, a Rodrigues Alves, a Atahulpa Gonçalves Dias e a Caetano Gotuzzo. Hoje (21) começa a fixação da capa asfáltica na Gonçalves Ledo, que já passou pela regularização com CBUQ. “As obras estão mudando a cara da Gotuzzo, valorizando nosso bairro”, afirmou Aldrovando. Esta primeira frente irá beneficiar ainda as ruas Ismael Simões Lopes, Marechal Deodoro, Professor Araújo, Santos Dumont e Marcílio Dias. A segunda equipe trabalha no Areal, onde foram concluídas as obras na Armando Fagundes e na Rafael Pinto Bandeira. O grupo atua agora na rua Pinto Martins, e em seguida irá pavimentar a Armando Fagundes, Rafael Pinto Bandeira, Senador Cruz Jobim, Francisco Carúccio, Pinto Martins, Padre Anchieta, General Osório e avenida Dom Joaquim. A terceira frente opera na Zona do Porto, onde já estão regularizadas a Gomes Carneiro, do Porto até a Gonçalves Chaves, e a Três de Maio, do Porto até a Garibaldi. Eles fixam a capa asfáltica nestas vias. A próxima a ser beneficiada será a Dom Pedro II, seguida das ruas Almirante Barroso, Santa Cruz, Gonçalves Chaves, Antônio dos Anjos, Voluntários da Pátria e General Neto.As obras da primeira etapa do Pólo do Sul devem ser concluídas até setembro. Nas próximas fases será realizada a pavimentação em blocos pré-moldados, em asfalto, em concreto, pavimentação e prolongamento de grandes avenidas e tratamento superficial duplo invertido com emulsão asfáltica (TSD). Ao total serão beneficiados 55 quilômetros de ruas da cidade. As obras abrangem vias consideradas estruturantes para o tráfego e objetivam qualificar as rotas existentes e criar novas alternativas de acesso aos bairros, para desafogar as grandes avenidas.

Sinalização e arborização

Além de pavimentar ruas e avenidas, o Pólo do Sul prevê a substituição da sinalização horizontal e vertical de orientação e advertência e a arborização de todas as vias beneficiadas com o capeamento. Esta parte do trabalho deve ter início em junho, com a instalação de placas de trânsito nas ruas do bairro Fragata e na Gomes Carneiro. O projeto de arborização prevê o plantio de cinco espécies de árvores ao longo das vias, cerca de dez mudas por quadra. As espécies foram escolhidas por serem próprias para plantio em vias: atingem média estatura (não prejudicam a fiação elétrica) e possuem raiz reticular (não se espalha, o que poderia destruir o calçamento).

Data: 21/05

Hora: 15:05

Redator: Patrícia Strelow

Fotógrafo: Alisson Assumpção