terça-feira, 20 de maio de 2008

Por quê? ou o drama do sr. Getúlio

Leia abaixo notícia publicada no Diário Popular. Tente responder a pergunta que o jornalista propõe. Respostas para este blog. Em seguida, leia os comentários no fim da reportagem.

Cidade: Cresce o roubo de hidrômetros
O furto de hidrômetros cresce na cidade e ocorre com freqüência nos mais diferentes locais, seja no Centro ou nos bairros. Quem já foi roubado se pergunta: por quê? A resposta é dada pelo diretor-presidente do Sanep, Ubiratan Anselmo, ao informar que na parte interna do equipamento existe cobre, metal que é vendido a ferros-velhos por entre R$ 10,00 e R$ 20,00. Há alguns meses a polícia prendeu um indivíduo com vários hidrômetros e a dedução das vítimas é de que o roubo do equipamento subsidia a compra de droga, como o crack, cujo consumo é muito grande. Getúlio Garcia, residente do Cruzeiro, foi surpreendido na manhã de domingo com o vazamento de água na frente de sua casa. Mas não foi o único. Praticamente as casas da quadra inteira estavam sem hidrômetros, furtados durante a madrugada. Para Garcia foi mais fácil resolver, pois possui registro na calçada, mas os moradores das casas que não têm encontram mais dificuldade para conter a água. Para não ficar sem abastecimento, Garcia fez ligação direta. Indignado, registrou ocorrência na Brigada Militar e espera cópia do documento para entrar em contato com o Sanep e providenciar um novo equipamento. A autarquia, de acordo com Anselmo, cobra R$ 60,00 para colocar um hidrômetro novo, que no comércio custa cerca de R$ 80,00. Se for chamado apenas para instalar o equipamento, o Sanep não cobra taxa. Os roubos de hidrômetros aumentam da mesma forma com que os das tampas de bocas-de-lobo, igualmente vendidas a ferros-velhos por entre R$ 10,00 e R$ 15,00 cada. Situação difícil de controlar, pois enquanto tiver quem compre, haverá quem roube para vender.

Comentários
A matéria do Diário Popular é um exemplo de jornalismo de gabinete (aqui, o leitor deve entender como bem quiser de quem é o tal gabinete). Pelotas está sem controle. Fetter Júnior não comanda nada, não sabe nada e nem consegue dar respostas a problemas que atormentam o cidadão, num autismo perverso que prejudica a cidade. A notícia é clara: ladrões roubam hidrômetros e tampas de bocas-de-lobo sem serem incomodados. O cidadão é lesado tantas vezes que perde a conta. Primeiro, é roubado, depois é obrigado a prestar queixa à Brigada Militar, uma instituição que não funciona (haja vista as notícias recentes publicadas no Diário Popular) eaguarda uma cópia da queixa (pensei que já existiam computadores e impressoras em Pelotas). Em seguida, é orientado a comprar um novo hidrômetro (por conta da ineficiência da segurança pública. De qualquer maneira, existe o consolo que na Sanep o objeto é mais barato) e ainda é obrigado a engolir do próprio jornal que "enquanto tiver quem compre, haverá quem roube para vender", uma espécie de frase que parece ter sido copiada de um parachoque de caminhão. Ou seja, a culpa é do cidadão.
Humildemente, ofereço algumas soluções, que não precisam ser creditadas.
Primeira e fundamental: vistoria imediata e eficaz nos ferro-velhos e desmanches pelotenses. Naturalmente estas vistorias devem ser feitas por funcionários públicos de reputação ilibada. Aliás, seria interessante que o próprio prefeito Fetter Júnior e o diretor-presidente do Sanep, sr. Ubiratan Anselmo, façam estas vistorias e tomem as medidas necessárias, como, por exemplo, o fechamento imediato daquels que estiverem irregulares. É uma atitude que, certamente, trará algum benefício eleitoral. Além do mais, é possível parafrasear a frase do jornalista do Diário Popular: " se houver quem fiscalize com rigor, não haverá quem ouse burlar a lei".
A segunda sugestão é ainda mais simples. Aumentar o policiamento nas ruas em Pelotas é uma necessidade, ignorada pela Prefeitura, pelas polícias e até mesmo pela governadora Yeda Crusius, a paulista que comanda os pampas (lembre-se, é dela a idéia de premiar Pelotas pelos resultados no PPV - Programa de Prevenção da Violência, ou, no caso de Pelotas, Para Pelotense Ver). Prezados comandantes da BM: não perceber que um gatuno ande pelas ruas com uma tampa de boca-de-lobo embaixo do braço é motivo de chacota, não é mesmo?
Finalmente, fornecer hidrômetros gratuitamente àqueles que foram roubados. Se o poder público não é capaz de proporcionar segurança aos cidadãos que pagam impostos, que pague pelo prejuízo. É o mínimo que Fetter Júnior pode fazer para minimizar o transtorno que é viver numa cidade sem lei.

Nenhum comentário: