sábado, 3 de maio de 2008

O silêncio é ouro ou O tenente-coronel não sabe o que fala

O tenente-coronel Júlio César Oliveira, comandante do 4º Batalhão de Polícia Militar (BPM), considerou que os números do feriado não fogem da normalidade, e que já foram bem piores, para usar as mesmas palavras utilizadas pelo Diário Popular, ao se referir a uma nova onda de assaltos em Pelotas. O tenente-coronel não sabe o que fala. Não é normal ser assaltado, tenente-coronel. Não é normal se sentir ameaçado na cidade em que se vive, se ganha a vida, se paga impostos - que garantem, inclusive, a manutenção de uma polícia ineficiente como a que o sr. comanda (basta ver o resultado das ações de combate à criminalidade promovidas recentemente). O tenente-coronel não sabe o que fala talvez porque ainda não foi assaltado e humilhado por um marginal que atua livremente nas ruas de Pelotas, a zombar das "Operações Especiais" que não levam a nada. Tenente-coronel, aceite um conselho antigo, mas muito bom: o silêncio é ouro.

Polícia: Onda de assaltos volta a surpreender no feriado (Diário Popular)
Antônio Neto
Depois de praticarem 14 assaltos em dez horas no feriado de Tiradentes (21 de abril) e fazerem com que as polícias da cidade se unissem para traçar estratégias de combate à criminalidade, os assaltantes deram uma trégua. A paz, no entanto, durou até o último feriado, Dia Mundial do Trabalho. Das 18h do dia 30 de abril até as 9h de ontem foram registrados 12 assaltos em Pelotas, incluindo roubo a pedestres, assalto a estabelecimentos comerciais, transporte coletivo, roubo de veículo e assalto a motorista.
O dia mais violento foi justamente no feriado. Das 2h às 23h ocorreram sete delitos, sendo cinco deles assaltos a pedestres, como a um jovem de 22 anos, que por volta das 22h30min encontrava-se à espera de um ônibus na avenida Theodoro Muller, no Fragata, e foi surpreendido por dois homens armados, que lhe levaram Carteira de Identidade, CPF, cartão bancário, fones de celular avaliados em R$ 1,5 mil e R$ 35,00 em dinheiro. Ele disse à polícia que não tem condições de reconhecer os ladrões. Além das cinco vítimas de assalto, o feriado registrou também um roubo a transporte coletivo no Getúlio Vargas e um assalto a motorista na Vila das Corujas.No dia 30 ocorreram três assaltos. Por volta das 23h um ônibus de transporte coletivo fazia a linha Getúlio Vargas, Bairro-Centro, quando na parada da rua Sete, esquina com a Três, subiram três elementos armados. Enquanto um rendeu o motorista e o cobrador, os outros dois roubaram o dinheiro e os vales-transporte do caixa. Também no dia 30 ocorreu um ataque a pedestre e um roubo a estabelecimento comercial.
Ontem mais dois delitos foram registrados. Por volta das 9h uma padaria no bairro Três Vendas foi invadida por dois indivíduos, que desceram de uma moto armados de revólveres. Eles levaram cartões de crédito, cartões de lojas, Carteira de Identidade, CPF e CNH do proprietário, além de R$ 2,5 mil. Um pouco mais cedo, por volta da 1h, o motorista de uma motocicleta havia sido abordado por dois homens enquanto trafegava no Areal. Os ladrões levaram a motocicleta, uma Honda/CG Titan 2004, vermelha, de placas ILV 9088, além de um par de tênis e documentos pessoais.
Polícia considera normal
Embora reconheça que o total de delitos deveria ser menor, o tenente-coronel Júlio César Oliveira, comandante do 4º Batalhão de Polícia Militar (BPM), afirmou que os números do feriado não fogem da normalidade, e que já foram bem piores. “Nós gostaríamos muito que não houvesse nenhum assalto durante o feriado, mas isso é impossível, os delitos são inevitáveis. O importante é a população perceber que esses números estão diminuindo dia-a-dia”, disse. Segundo o coronel, acontecerão Operações Especiais nos próximos dias.

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