A culpa é das escolas
O secretário de Trânsito e Transportes de Pelotas, Jaques Reydams, é um brincalhão. Veja o que ele disse na reportagem publicada no matutino dos Fetter sobre os protestos na avenida Fernando Osório por mais segurança no trânsito, depois de reforçar, segundo a reportagem "que a culpa é da localização das escolas":
“Os pelotenses precisam de uma via rápida para chegar ao trabalho”, ao avaliar e priorizar o "lado dos motoristas" com relação ao pedido dos pais de instalação de um semáforo no local;
“Se nada funcionar, vamos avaliar os custos”, sobre a possibilidade de instalação do semáforo "se nada funcionar', ou seja, se algo grave acontecer;
“Esses problemas são antigos. Por que logo agora toda essa mobilização", choraminga, ao assumir que nada agora foi feito para minimizar o problema e responsabilizar inimigos políticos pela manifestação. Por que logo agora toda essa mobilização? Ora, secretário, aconteceu um acidente na avenida, não é mesmo? Se o secretário teve o trabalho de ir ver a manifestação - o que duvido, uma vez que a "Brigada Militar pressionou para que o protesto terminasse logo e a via fosse liberada", segundo a avaliação da reportagem - teria visto mães, pais e professores (foto ao lado). Naturalmente isso tem a ver com política, sim. A política do cidadão, que reclama seus direitos, coisa que certa elite pelotense ainda não consegue aceitar. Os tempos mudaram. Hoje, a manifestação deveria ser pela sua saída, sr. secretário.
Essa galhofa do secretário para com a população é um tanto perigosa e essa recusa a encarar o problema de frente com ações que realmente façam a diferença pode acabar em tragédia, que é o que ninguém deseja. Em qualquer lugar do mundo, a preocupação maior é com o pedestre e não com os veículos. Além disso, existe a escola - municipal - , que foi autorizada a funcionar pela própria Prefeitura. Existem crianças e existe trânsito de veículos. A responsabilidade em resolver a situação é da Secretaria de Trânsito, mas certamente isso dá muito trabalho. É muito melhor jogar a culpa na localização das escolas ou no custo do semáforo ou até mesmo a terríveis inimigos políticos ocultos.
Por isso, sr. secretário, nos poupe de seus comentários. Levanta dessa cadeira e vá trabalhar.
Leia abaixo a íntegra da reportagem publicada no Diário Popular:
Cidade: Comunidade promete protestar na Fernando Osório diariamente
Carla Ruas
Pais e professores da Escola Municipal Ministro Fernando Osório ocuparam em protesto a avenida Fernando Osório por volta da 13h30min de ontem. Os manifestantes pintaram as faixas de segurança com tinta à base de cal e gritaram palavras de ordem. Eles pedem que a faixa seja devidamente reforçada e que a Prefeitura instale um semáforo e disponibilize um guarda de trânsito para ajudar na travessia das crianças. Os manifestantes garantem que vão fechar a avenida todos os dias até que o pedido seja atendido. “Se este protesto não resolver o problema, teremos que continuar com as manifestações até que façam efeito”, diz a vice-diretora da escola, Patrícia Terra Rodrigues. Ela afirma temer que antes disso ocorra algum acidente grave envolvendo alunos da escola. “Enquanto não morrer alguém as autoridades não vão tomar uma atitude.”Ao saber do protesto, o secretário de Segurança, Trânsito e Transportes, Jaques Reydams, reforçou a sua opinião de que a culpa é da localização das escolas de Pelotas. No entanto, lembrou que um projeto será implantado em agosto para reduzir o número de acidentes em frente às escolas. Serão pintadas faixas de trânsito e colocadas grades nas calçadas para direcionar os pedestres a uma travessia mais segura.Com relação ao pedido dos pais, para a implantação de um semáforo na avenida Fernando Osório, ele afirma que o lado dos motoristas deve ser avaliado: “Os pelotenses precisam de uma via rápida para chegar ao trabalho”. O secretário não descarta a possibilidade de colocar um semáforo na via. “Se nada funcionar, vamos avaliar os custos.”Durante o protesto, o trânsito ficou engarrafado e os motoristas buzinaram contra a lentidão. As buzinas, no entanto, motivaram ainda mais os cerca de 30 pais e professores que participaram do ato e os alunos que assistiam no pátio da escola. A Brigada Militar pressionou para que o protesto terminasse logo e a via fosse liberada.O ato havia sido anunciado ontem após um acidente em frente à escola e que envolveu quatro carros. Apesar de ter tido apenas danos materiais, o engavetamento de veículos assustou pais, alunos e a direção. No ano passado dois alunos foram atropelados e ficaram feridos.Abaixo-assinado pede investigaçãoDurante o protesto, um abaixo-assinado circulava entre os pais e professores. As assinaturas recolhidas serão encaminhadas ao promotor José Olavo Passos para investigação sobre suposta displicência da Prefeitura com relação à segurança no trânsito. “Queremos saber por que a Prefeitura está nos abandonando”, afirma a mãe de dois alunos da escola, Márcia Beatriz Ferraz Silveira.Passos lembra que uma campanha por mais segurança em frente às escolas já gerou uma audiência pública neste ano. Com relação à Escola Municipal Ministro Fernando Osório, ele garante que haverá uma investigação. “Vamos examinar se ocorreu a omissão da prefeitura.” Para o secretário Reydams, a iniciativa parte de motivações políticas. “Esses problemas são antigos. Por que logo agora toda essa mobilização."
3 comentários:
Pois é Irineu,
Infelizmente é assim que a gestão do prefeito Fetter Júnior trata a segurança dos alunos e do povo de Pelotas.
Pois bem. Veja agora como este sr., que se diz prefeito sem nunca ter sido eleito - já que os votos depositados pela população foram confiados à Bernardo de Souza e não a ele - trata os professores do município que, crê (diga-se de passagem ANTIDEMOCRATICAMENTE), ser de sua propriedade.
Questiono: como se deu o "controle" dos funcionários que não trabalharam - e os respectivos dias parados - feito "por um dos secretários", conforme argumenta na reportagem o secretário Abel Dourado?
Será castigo ou perseguição àqueles que simplesmente reivindicam seus direitos???
Leia c/ seus próprios olhos o que nem o jornal do prefeito consegue esconder:
>>>> PREFEITURA DESCONTARÁ PARALISAÇÕES DOS MUNICIPÁRIOS EM SEIS PARCELAS
Tânia Cabistany
O Município iniciou este mês o primeiro dos seis descontos previstos nos salários do funcionalismo pelos dias parados durante a mobilização da categoria pelo reajuste. A medida surpreendeu o funcionalismo que, em função disso, ameaça não cumprir a recuperação do ano letivo já ajustado no calendário. O Sindicato dos Municipários de Pelotas (Simp) anunciou que adotará todas as medidas cabíveis para reverter a situação, seja juridicamente ou por outros meios. Cronograma de atos de protesto é programado para a semana que vem.
O secretário de Governo, Abel Dourado, informou que a decisão da Prefeitura foi tomada em consideração a mais da metade dos municipários que não aderiu à paralisação. Enfatizou que foi comunicado desde o primeiro dia do movimento, verbalmente e por escrito, que o Governo efetuaria o desconto. “O presidente do Simp disse que os servidores estavam cientes de que corriam o risco de não receber os dias não trabalhados e quem não trabalha, não recebe”, afirmou.
A assessoria do prefeito informou que ao entregar a proposta de reajuste ao Simp, Fetter Júnior pediu que retornassem ao trabalho, pois se não cumprissem com suas obrigações seriam descontados. A solicitação está documentada pela Prefeitura, garantiu a assessoria.
Conforme Dourado, um por um dos secretários fez o controle do ponto, por isso sabem exatamente quantos dias cada servidor ficou sem trabalhar. A divisão do desconto em seis vezes, segundo o secretário, é lógica por seguir a mesma linha de pagamento do aumento salarial atrasado devido aos quase dois meses de negociação - em seis parcelas. “Não há intenção de penalizá-los financeiramente, por isso o desconto dos dias parados foi parcelado”, salientou.
CATEGORIA
O presidente do Simp, Jorge Carlos Silveira da Silva, considera a atitude um desrespeito com os servidores. “Nunca houve qualquer resposta aos ofícios apresentados pelo Simp a respeito durante a negociação e nem quanto à questão envolvendo o ponto dos servidores nos dias de paralisação. Agora, mais de 30 dias depois, aparece o corte do ponto e o desconto nos salários”, observou.
Segundo Silva, a entidade encaminhou vários ofícios aos secretários Abel Dourado e José Artur, de Administração e Finanças, sem obter resposta. “Esta atitude do prefeito e de seus secretários é totalmente diferente do que sempre ocorreu nos anos anteriores. Quanto aos servidores, historicamente se discute com o Executivo a questão dos dias parados, quer seja pelo abono, quer seja pela compensação por meio de cronograma fixado. Desta vez não houve qualquer resposta aos encaminhamentos do Simp neste sentido”, afirmou.
Cronograma
Amanhã, às 14h, o Conselho de Delegados e representantes de secretarias, escolas e setores se reunirão no auditório do Colégio Estadual Pedro Osório para definir o calendário de atividades da próxima semana. O vice-presidente do Simp, Adriano Antunes, adiantou que será feita panfletagem e que os municipários irão à Câmara de Vereadores e à Prefeitura para tentar reverter o desconto.
“NÃO RECUPERO”
“Se não devolverem o meu dinheiro, não recupero nenhum dia. E se me obrigarem, entro com atestado médico e quero ver quem vai cumprir por mim”, afirmou um professor da rede municipal, indignado ao mostrar o desconto em seu contra-cheque. Na sede do Simp, o telefone não pára. Segundo os dirigentes, a categoria cobra da entidade uma solução para o caso.
Matéria contra a prefeitura no matutino dos Fetter. O que está acontecendo? É estranho, não?
Contra, mas nem tanto!!!
Jogo de cena, se não quebra, neh!!!
HEHEHEHE - Já pensou o prefeito em 2009, s/ banquinho e s/ panfletinho?!
Humm, não dá!
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