quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Total absurdo

É um total absurdo a situação do Pronto-Socorro de Pelotas. Uma administração de verdade iria ao local cobrar dos responsáveis uma resposta aos cidadãos que ficaram sem receber informações de amigos e parentes internados. As desculpas (veja grifo abaixo) elencadas pelo PSP são ridículas. Pior ainda é a bateção de cabeça em relação à reforma do local. Afinal, quem fala a verdade? Quem é o mentiroso? A notícia está no Diário Popular.

Cidade: Familiares sem notícia no PSP
Thais Miréa
Familiares permaneceram quase 24 horas sem informações do estado de saúde de pacientes internados na emergência do Pronto-Socorro de Pelotas (PSP). Apesar do pouco movimento, o horário de visita, que ocorre geralmente às 9h, foi cancelado sem motivo aparente. Pelo menos oito famílias aguardaram em frente ao local até o final da tarde de ontem, quando obtiveram as primeiras informações e puderam rever os parentes. A visita anterior havia ocorrido por volta das 16h de terça-feira - dia de intenso movimento no local. A direção do PSP afirmou que houve falha no atendimento aos familiares. As causas serão averiguadas hoje.
Na espera estava Quelen Correa Dias, que buscava informações da tia que sofre de esclerose múltipla. Ela conta que depois de cinco anos sem internação, na manhã de ontem a paciente teve uma reação alérgica ao medicamento e foi encaminhada inconsciente ao PSP. Até as 17h45min, nenhuma informação chegou aos parentes que aguardavam notícias. “Só quero saber se ela vai embora ou se ficará internada”, afirmou a sobrinha.
José Manoel Ortiz, que está com a mãe internada no PSP há duas semanas, ficou nove horas sem se alimentar por receio de perder o horário da visita. Tomou café da manhã às 6h e se dirigiu ao PSP por volta de 9h. Às 15h, ainda sem informação, resolver arriscar uma saída até uma lancheria próxima para beber uma xícara de café. “Se sair para almoçar posso perder a vez”, disse.
Segundo os familiares, a chegada de cinco pacientes feridos em acidente de trânsito, que não ocorreu, foi a primeira desculpa fornecida pelos plantonistas, seguida da desculpa de faxina no local, seguida de apenas silêncio. Um boletim médico com o estado dos pacientes - definido em grave (G), bem (B), regular (R) ou transferido (T) - foi divulgado apenas pela manhã.
O alívio chegou pouco antes das 18h, quando a imprensa foi ao local. Aos poucos, todos puderam entrar na sala de emergência e receberam informações detalhadas do próprio médico de plantão no local.

O que diz o Pronto-Socorro
De acordo com o diretor-geral do PSP, Paulo Barragan, houve falha na visita e atendimento aos familiares. Segundo ele, o movimento estava calmo e não havia motivos para atrasar o horário de visita. Assim como o boletim médico que deveria ter sido divulgado à tarde. “Pela dificuldade de atender todos os familiares, definimos que devam ser três boletins diários”, explicou Barragan. “Até as 18h com certeza já deveria ter sido divulgado o segundo boletim. Vamos averiguar o que ocorreu.”
Outra solução prevista é a construção de um novo espaço no PSP para retirar os pacientes internados na emergência da mesma sala do primeiro atendimento. Barragan afirma que o recurso já foi repassado da Prefeitura ao Hospital Universitário São Francisco de Paula (HUSFP). Hoje uma reunião do Conselho Municipal de Saúde (CMS) deverá definir se a verba será realmente direcionada para a reforma.
O diretor-geral do HUSFP, José Carlos Bachettini Júnior, disse desconhecer a existência do recurso. “Nosso representante no Conselho ainda não mencionou uma possível intenção de reforma no Pronto-Socorro. Deveremos debater o assunto amanhã (hoje) em reunião interna da direção do Hospital.”

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