sexta-feira, 29 de junho de 2007

A voz do dono

Veja o material publicado no Diário Popular: é quase tem o mesmo teor daquele publicado no site oficial da Prefeitura. Aliás, o DiárioPopular decretou: a programação da semana comemorativa aos 195 anos de Pelotas não será prejudicada pela exoneração da ex-secretária da Cultura (grifo nosso). Em nenhuma das reportagens, óbvio, tem a versão da exonerada Beatriz Araújo. De qualquer maneira, a exoneração é prerrogativa do prefeito, mas, a julgar pela reportagem do Diário Popular, Fetter Júnior não tem poder suficiente para nomear o sucessor de Beatriz Araújo - essa nomeação é faz parte da cota do PPS, e quem vai decidir é Saad Salim.
Cururu Insaurriaga (PV), para secretário da Cultura? Ué, ele não é oposição? Seria bom que ele aceitasse o cargo, se for convidado. Tudo isso ficaria ainda muito mais saboroso.
Só tenho uma pergunta: teve licitação para contratar o arquiteto argentino? Ministério Público: a resposta está em suas mãos.
Beatriz Araújo: o espaço está aberto para você dar sua versão, com suas palavras e de sua maneira. A explicação que você deu para sua exoneração, de que não assinou um empenho com base em orientação do Ministério Público é grave. Aguardo seu posicionamento.
A seguir, as reportagens do Diário Popular de hoje e da Imprensa Oficial de ontem:

Cidade: Rotina e compromissos mantidos
A programação da semana comemorativa aos 195 anos de Pelotas não será prejudicada pela exoneração da ex-secretária da Cultura, Beatriz Araújo, e de sua equipe. O secretário-adjunto, Mogar Xavier (PPS), assumiu a pasta interinamente e vai conduzir os trabalhos, juntamente com os funcionários de todos os setores, até que seja nomeado o novo secretário. O cargo, em tese, é do PPS, e o prefeito, segundo informou sua assessoria, aguarda o retorno do presidente do partido e procurador geral do Município, Saad Salim, que viajou sábado à Holanda por motivos particulares. A discussão acerca do novo titular da pasta vai ocorrer quando Salim voltar, em dez dias.O vice-presidente do PPS, Jardel Oliveira, esclareceu que o partido não participou da decisão da Prefeitura de exonerar Beatriz. Destacou que, de qualquer forma, a sigla nem poderia decidir sobre um cargo de confiança, o que cabe ao prefeito. Disse ainda que, apesar de filiada ao PPS, o partido não teve ingerência sobre as decisões da então titular da pasta.Apesar de oficialmente ainda não ter sido indicado ninguém para ocupar o cargo, os comentários que corriam ontem pela cidade eram de que o novo titular seria o vereador Cururu Insaurriaga (PV). A Secretaria de Comunicação garante que não passa de especulação. Quanto à equipe de Beatriz Araújo (diretores que deixaram os cargos em apoio a ela), todos teriam saído, já que as exonerações estavam prontas. Da mesma forma com que será discutido o nome do novo secretário, será os dos diretores - entre o prefeito, o presidente do PPS e o secretário interino. Fetter contesta declarações de Beatriz O prefeito Fetter Júnior manifestou-se ontem sobre as declarações da ex-titular da Cultura, exonerada do cargo quarta-feira. Segundo ele, a substituição de secretários em um governo é atividade administrativa comum. Desde que assumiu definitivamente o Executivo, em 2 de março de 2006, foram 15 mudanças - a grande maioria decorrente de solicitações dos próprios titulares.O caso da Secult, disse Fetter, assumiu características diferenciadas "pela atitude de clara insubordinação e voluntarismo da sua titular". A ex-secretária decidiu viajar ao exterior sem consultar o prefeito, justamente no momento em que era necessário realizar verdadeiro mutirão para concluir ajustes no Programa Monumenta, acrescentou. O prefeito explicou que na iminência de ver reduzido os recursos do Programa Monumenta para Pelotas, em quase R$ 3 milhões (dos R$ 9 milhões inicialmente previstos), à medida em que não apareceram interessados em acessar recursos de financiamentos para recuperação de imóveis privados, trabalhou-se para substituir este montante por investimentos em prédios públicos. Isso, garantiu, foi apresentado em Brasília no mês de maio, após diversas tentativas de agendamento. Na ausência temporária de Beatriz, diversas secretarias se mobilizaram para apoiar a equipe da Cultura.Com relação ao projeto do Grande Hotel, Fetter disse que diante da impossibilidade da Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal de Pelotas em atender os prazos estabelecidos para execução das obras, foi preciso buscar profissionais que pudessem fazê-lo. A solução encontrada, de contratar escritório especializado no setor hoteleiro, foi analisada e referendada pelo procurador geral do Município, Saad Salim. O projeto foi pré-aprovado em Brasília e o comunicado chegou à Prefeitura no dia 15 deste mês. No dia 21, o Executivo foi informado da aprovação dos recursos pretendidos, acrescentando ao projeto inicial mais cerca de R$ 5,5 milhões em substituição aos quase R$ 3 milhões que seriam perdidos. O total passou a ser de R$ 11,5 milhões. (Tânia Cabistany)


E, no site da Prefeitura de ontem

Fetter rebate ex-secretária e enaltece nova conquista de Pelotas
Prefeito Fetter Júnior manifestou-se hoje (28) sobre as declarações da ex-secretária de Cultura Beatriz Araújo, exonerada do cargo quarta-feira. Segundo o prefeito, a substituição de secretários em um Governo é atividade administrativa comum, decorrente de diversos motivos. Desde que assumiu definitivamente como prefeito, em 2 de março de 2006, foram 15 as substituições - a grande maioria decorrente de solicitações dos próprios titulares - e passaram quase desapercebidas, por terem ocorrido consensualmente e sem alarido, ressalta. O caso de substituição na Secretaria da Cultura, diz Fetter, assumiu características diferenciadas, “pela atitude de clara insubordinação e voluntarismo da sua titular”. A ex-secretária decidiu viajar ao exterior sem prévia consulta ao prefeito, justamente no momento em que se fazia necessário realizar verdadeiro “mutirão” para concluir ajustes no Programa Monumenta, vinculado à sua pasta, acrescenta. O prefeito explica que na iminência de ver reduzido os recursos do Programa Monumenta para Pelotas, em quase R$ 3 milhões (dos R$ 9 milhões inicialmente previstos), na medida em que não apareceram interessados em acessar recursos de financiamentos para recuperação de “imóveis privados”, trabalhou-se para substituir este montante por investimentos em prédios públicos. Isso, garante ele, foi apresentado em Brasília no mês de maio, após diversas tentativas de agendamento. “Após discussão sobre a proposta apresentada pela Prefeitura, foram feitas diversas exigências para que a nova realidade fosse apreciada, o que motivou o envolvimento de uma grande equipe para o seu enfrentamento”, ressalta. Na ausência temporária da então titular da Secult, diversas secretarias se mobilizaram para apoiar a equipe da Cultura (Turismo, Obras, Procuradoria, Planejamento, Unidade do Banco Mundial e o próprio prefeito) e atender aos exíguos prazos disponíveis para concretizar os ajustes demandados pelo Ministério da Cultura. Esta mobilização contou com o envolvimento das Universidades Católica e Federal, bem como do Sinduscon. “Ao retornar de sua extemporânea viagem, a então secretária foi informada das reuniões ocorridas, das decisões tomadas e do verdadeiro “mutirão” então em curso, com vistas à conclusão dos projetos relativos ao Mercado Central e ao Grande Hotel, acrescidos da recuperação da “Casa 6”, sob a coordenação de seu substituto na secretaria e do próprio prefeito”.explica.Fetter observa que, com referência ao projeto do Grande Hotel, tendo a Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal de Pelotas sido convidada a se responsabilizar pela sua execução – e apesar de toda a boa vontade demonstrada -, verificou-se a impossibilidade do atendimento dos prazos. Tal realidade motivou a busca de profissionais que pudessem concretizá-lo, “tendo em vista sua essencialidade para o conjunto dos recursos pleiteados”.O prefeito argumenta que, na verdade, a reforma do Grande Hotel tornou-se estratégica para a viabilidade de todo o ajuste pretendido e sua não-inclusão poderia comprometer todo o recurso pleiteado. A solução encontrada, de contratação de escritório especializado no setor hoteleiro e que em 2002 já havia feito estudo preliminar para o Senac, foi analisada e referendada pelo procurador geral do Município, Saad Amin Salim, também presidente do PPS, partido ao qual é vinculada a ex-secretária, bem como seu adjunto, atual titular da pasta.“Causou espanto, no entanto, a extemporaneidade da manifestação contrária da ex-secretária, que havia provocado o parecer jurídico e contra ele se rebelou. Respaldando o pretendido, nesta mesma data (15/06) foi recebida manifestação positiva de Brasília sobre a pré-aprovação do pretendido quanto ao Grande Hotel. Posteriormente, em 21 de junho, isto foi reafirmado e informado que havia sido dada aprovação aos recursos pretendidos, acrescentando ao projeto inicial mais cerca de R$ 5,5 milhões, em substituição aos quase R$ 3 milhões que perderíamos. O total passaria a ser de R$ 11,5 milhões”, diz o prefeito.“A grande surpresa foi que, ao invés de estarmos celebrando uma grande conquista para Pelotas, aumentou a inconformidade da então secretária que, em sucessivas reuniões, desautorizou os encaminhamentos dados por seu substituto e questionou a própria Procuradoria, imotivadamente, por não ter conhecimento técnico para tanto. Esta falta de entrosamento e de respeito às decisões de Governo tornou a situação insustentável, o que levou à sua exoneração. Quaisquer outras ilações fogem à verdade e serão de responsabilidade de quem as criar”, completa Fetter.Data: 28/06Hora: 17:01Redator: Luiz Carlos FreitasFotógrafo: Arquivo Secom

3 comentários:

Anônimo disse...

Interessante o silêncio da ex-secretária.

Ok, no Diário Oficial, lógico, que ela não iria ter abertura. Nem no outro.

E, me permita, Irineu.

Será que agora ela vai ler o teu blog, já que passou para o lado de cá do balcão?

Anônimo disse...

A título de curiosidade. O lema de campanha de Bernardo e Fetter, em 2004 não era "Pelotas em Boas Mãos"?

Cá entre nós, propaganda enganosa é crime, correto?

Anônimo disse...

Prezado irineu,
Agradeço a disponibilização deste espaço. Entretanto, por ocasião da minha saída, chamei uma coletiva para oferecer minha versão sobre os fatos, quando tive total apoio da imprensa local. A partir daí, devo resolver as questões junto à comissão de ética do PPS. Mas o que achei mais interessante foi observar a mudança radical de postura do senhor prefeito que na primeira manifestação para justificar minha exoneração (antes de saber que eu falaria à imprensa), lamentou muito por não poder mais contar com minha atuação, tendo afirmado que não pretendia chegar a este extremo, mas "infelizmente ela não quis se enquadrar em nossa sistemática de governo". Na segunda, após ler os jornais, passou a fazer acusações acerca da minha atuação, afirmando que fui ausente e até incoerente. Quem lê as duas matérias, nâo acredita tratar-se da mesma pessoa. Instável, não? Deixemos o tempo passar e mostrar a verdade. Para mim, isto é passado. Agora, passo a gozar merecidas férias e em agosto volto a fazer o de sempre: trabalhar pela cultura de Pelotas. Abraço