sexta-feira, 1 de junho de 2007

Reclamação

Leitor atento e interessado no que acontece em Pelotas envia comentário em que nota a ausência dos resultados de uma pesquisa realizada pelo IPO (Instituto de Pesquisa e Opinião) sobre um provável desempenho de eventuais candidatos à Prefeitura pelotense em 2008. De acordo com o leitor, o Diário Popular teria prometido que publicaria os resultados na semana seguinte ao anúncio da pesquisa, mas até agora, passado quase um mês, nada foi publicado. O que será que aconteceu para que o Diário Popular "esquecesse" a publicação da pesquisa?

Um comentário:

Anônimo disse...

Leia a matéria de capa, publicada na edição do dia 13 de maio e disponível no site do DP (www.diariopopular.com.br).

Tire suas próprias conclusões:


Cidade: Corrida pela Prefeitura já está nas ruas

Jarbas Tomaschewski

O Instituto Pesquisas de Opinião (IPO) concluiu na última sexta-feira sua primeira pesquisa independente para avaliar o potencial de voto de pré-candidatos à Prefeitura de Pelotas. Os presidentes de nove partidos da cidade indicaram 16 nomes, submetidos à análise de 400 eleitores. Os resultados chegam esta semana às agremiações e deflagram, internamente, a corrida eleitoral 2008.
O PSDB surpreendeu e foi o único a fazer três indicações. Além de Gilberto Cunha, que disputou as últimas eleições municipal e estadual, os tucanos querem saber ainda como seria o desempenho de Inguelore de Souza, ex-reitora da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), e Francisco Elifalete Xavier, atual coordenador regional de Educação.
O PPS, à frente da coligação vencedora no pleito anterior com Bernardo de Souza, encaminhou o nome do vereador Professor Adinho. Matteo Chiarelli, hoje na primeira suplência da Assembléia Legislativa e candidato a vice-prefeito em 2004, foi indicado pelo DEM (antigo PFL), enquanto o vereador Otávio Soares e Marcus Cunha apareceram pelo PSB.
O prefeito Fetter Júnior (PP), o deputado estadual Nelson Härter (PMDB) e o ex-prefeito Fernando Marroni (PT) estiveram acompanhados na pesquisa por vereadores de seus partidos: José Sizenando (PP), Pedro Godinho (PMDB) e Mílton Martins (PT), respectivamente. Já o PDT apostou novamente em Adriane Rodrigues, ao lado de seu pai, o ex-prefeito Anselmo Rodrigues. Por fim, José Luiz Porto Ferreira voltou a ser o representante do PMN. Outros dois levantamentos serão realizados ainda este ano pelo IPO, em agosto e novembro.

que momento é esse
A 17 meses da escolha dos novos prefeito e vereadores de Pelotas, esta é a fase de nascimento das pré-candidaturas, afirma a socióloga Elis Radmann, do Instituto Pesquisas de Opinião. Os políticos checam suas forças e articulações dentro do diretório e mostram interesse para passar pela “seleção” antes da escolha definitiva. As primeiras pesquisas eleitorais, comenta Elis, testam a recepção da imagem atual do pré-candidato frente ao eleitorado.

Inscrições em queda
Uma leitura sobre os últimos 15 anos do processo eleitoral de Pelotas revela que o atual crescimento do número de votantes diminuiu e pode não manter a média para o pleito de 2008. Se entre 1992 e 2004 o Município ganhava cerca de 14 mil novos nomes entre um governo e outro, atualmente esta lista está em 7.035. Como o prazo para participar da escolha do novo prefeito e vereadores deve se encerrar daqui a um ano (geralmente data final é maio), mais sete mil títulos teriam de ser feitos até lá, o que não aconteceu entre 2004 e 2007. De acordo com Elis Radmann, um somatório de fatores ajuda a explicar este fenômeno:

o A descrença com a política é cada vez maior. “A onda do ano passado - o Valerioduto -, os grande esquemas de corrupção, que continuam este ano em outros poderes, agora no Judiciário, levam a uma leitura da população de que todos os três poderes são permissíveis. Isso faz com que pessoas fujam do processo. São aqueles que completam 18 anos e não fazem o Título Eleitoral, não entram no sistema”, afirma a socióloga.
o As emancipações distritais provocaram perda eleitoral nos últimos anos.
o A taxa de crescimento populacional está em queda.
o A desilusão política mexe diretamente com aqueles atingidos pelo voto facultativo, os menores de 18 anos e os maiores de 70. O percentual destes grupos está diminuindo.
o Uma grande quantidade de mão-de-obra (eleitores) troca anualmente Pelotas por outras cidades.
o Os migrantes que vêm para cá em busca de melhores oportunidades de vida entram na contagem da população mas mantêm o Título Eleitoral no município de origem. A prática costuma ser adotada também pelos filhos destas famílias.

Grande número de analfabetos
Pelotas é atualmente, segundo dados de maio do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RS), a cidade com o maior número de analfabetos entre os colégios que superam os 150 mil eleitores. São 8.385 pessoas (3,49%) nesta condição. Trata-se de um público que costuma usar mais a emoção na hora de ir às urnas, lembra Elis.
“Quanto menor for o grau de escolaridade do indivíduo, menor o grau de informação, maior será a tendência do voto personalista, dele votar na pessoa do candidato, por aspectos subjetivos, em cima do que ele conhece e confia. Quanto maior o grau de escolaridade, maior a decisão em cima da racionalidade.”
A socióloga, porém, vê conflitos nos dados sobre o analfabetismo. O investimento na educação de jovens e adultos na última década foi intenso e muitas pessoas já não fazem mais parte das estatísticas, embora não tenham renovado o título eleitoral e ainda carreguem a indicação.

Entre as cidades com mais de 150 mil eleitores, Pelotas é a primeira em total de analfabetos. (Dados de maio do TRE-RS)

O eleitorado nos últimos anos
1992 - 190.791 eleitores
1996 - 205.375 eleitores
2000 - 218.969 eleitores
2004 - 233.128 eleitores
2007 - 240.163 eleitores

Sexo feminino ainda é maioria em Pelotas na hora de votar
- 129.103 mulheres
- 111.060 homens
- 8.385 analfabetos
- 2.797 menores

Calculadora na mão
A maior surpresa de todos os tempos da história política pelotense seria um candidato à Prefeitura obter a vitória no primeiro turno, possibilidade que nunca sequer “bateu na trave” desde a implantação do modelo aqui em 1996. Em três oportunidades, o primeiro e o segundo colocados angariaram a média de 30% e 28% das intenções, o que representaria hoje 74.186 mil e 67.918 votos, respectivamente. Estes seriam os números para um candidato - sozinho reforçado por um atraente vice - disputar o segundo tempo do jogo e tentar ficar com a cadeira do Executivo em 2008.