terça-feira, 5 de junho de 2007

Palavra de leitor

Leitor envia comentário no post abaixo sobre uma entrevista concedida pelo prefeito Fetter Júnior ao jornal que pertence a sua família, o centenário Diário Popular. Concordo com ele que é de fazer rir. O prefeito Fetter Júnior, homem experiente que é, poderia fazer uma avaliação não tão simplória sobre a sucessão municipal. É evidente que a oposição é sempre oposição e deve - pelo menos deveria - fazer bem esse papel, sempre com a responsabilidade de quem tem uma atuação pública. Dizer, como disse Fetter Júnior, que "a sucessão municipal passou a fazer parte da estratégia política, sobretudo da oposição", é de uma obviedade ululante. Não é isso que se espera de uma oposição que deseja assumir o poder? Em que mundo o prefeito Fetter Júnior vive? Será que ele imagina que ninguém imagina que os fatos que costuma exaltar nos inúmeros programas de rádio, no site da Prefeitura e no jornal de sua própria família são estratégias políticas? Por que eliminar do noticiário do jornal de sua família a questão da água contaminada com manganês? Isso não é uma atitude política (ou vão dizer que é uma opção editorial?)? Fetter Júnior não noticiou no site da Prefeitura - e nem no jornal de sua família - a confusão postada neste blog hoje a respeito do repasse de verbas ao CDL. Isso é uma opção política ou não? Ora, sr. Fetter Júnior, o sr. não é um ingênuo quando o assunto é política, não é mesmo? No restante da resposta à pergunta do Diário Popular, só faltou o prefeito que assumiu depois do afastamento de Bernardo de Souza - este sim, o vencedor das eleições municipais passadas - dizer que a oposição deveria se unir para apoiá-lo ("todos deveriam se unir em torno dos objetivos comuns"). Também gostaria de compreender o total significado da profundeza filosófica de "observa-se que tudo é canalizado para a vala comum da política partidária, sobrepondo-se às discussões e aos temas que dizem respeito, por exemplo, à solução de demandas da comunidade, à geração de novos empregos e à melhoria da qualidade de vida, principalmente dos mais necessitados". Tudo isso está publicado no jornal Diário Popular, edição de 5 de junho (veja abaixo, em itálico).

Entrevista Fetter Júnior
Tudo é canalizado para a vala comum da política partidária”
- O senhor concorda que a campanha política de 2008 já ganhou as ruas?
Fetter Júnior - Sem dúvida. Há algum tempo, em Pelotas e outras cidades, a sucessão municipal passou a fazer parte da estratégia política, sobretudo da oposição. Infelizmente, quando todos deveriam se unir em torno dos objetivos comuns da população e trabalhar para que Pelotas se solidifique como um Município próspero e socialmente justo, observa-se que tudo é canalizado para a vala comum da política partidária, sobrepondo-se às discussões e aos temas que dizem respeito, por exemplo, à solução de demandas da comunidade, à geração de novos empregos e à melhoria da qualidade de vida, principalmente, dos mais necessitados.

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