Reitor, reitor, por onde andas que não vês o que se passa diante de seu refinado nariz?
Não sou eu que digo: é o matutino mais antigo de Pelotas, que afirma que os alunos da UFPel - de nada menos que 13 cursos - reclamam da infra-estrutura proporcionada pela Universidade. Enquanto isso, o que faz o magnífico reitor César Borges? Viaja. Para longe dos problemas. Magnífico reitor, um conselho: pare e veja no que se transformou a UFPel sob seu comando. O sr. sabe quantas citações negativas sobre a UFPel existem no Tribunal de Contas (seja da União ou Estadual)? E na Procuradoria Federal? E no Ministério Público? Não? Procure saber. É o mínimo, não acha? O sr. tem conhecimento de que sua coordenadoria de Comunicação o expõe ao ridículo quando ao ser questionada sobre a falha na publicação de Portarias retira o link do Portal da Universidade para devolvê-la incompleta dias depois? E tantas outras situações apresentadas neste blog que ficaram sem resposta, como sua viagem à Espanha, não é mesmo? Reitor, poupe a Universidade de sua presença. Caia fora o quanto antes.
PS1 .: uma dica para a reportagem: quando o interlocutor afirmar que "está fazendo" "está elaborando um projeto" e outras ações cujo gerúndio reforça que ainda não terminaram é interessante perguntar há quanto tempo o problema existe. Naturalmente o que os alunos reclamam não vem de hoje, nem do ano passado.
PS2.: Será que com o dinheiro que foi destinado para a construção do shopping UFPel não daria para fazer as reformas que os alunos reclamam?
Cidade: Alunos da UFPel querem melhorias estruturais
Thais Miréa
Estudantes de 13 cursos da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) estão mobilizados por melhor infra-estrutura e mais professores para a instituição. Cerca de 100 acadêmicos representam os mais de 3,5 mil alunos que sofrem com a defasagem das salas de aula e das bibliotecas nos campi do Centro e com a falta de água potável em Capão do Leão.
No Instituto de Ciências Humanas (ICH), por exemplo, a precariedade das salas de aula chega a assustar os estudantes. Infiltração e rachaduras que atravessam as salas e até podem ser vistas dos dois lados da parede preocupam pela insegurança que geram. “A biblioteca fica bem em cima e temos medo de que, com a quantidade de livros, e conseqüente peso, o prédio possa desmoronar”, afirmou a aluna Vânia Barreto, de 34 anos.
O integrante do Diretório Acadêmico (DA) do curso de Ciências Sociais e da organização do movimento, Helder Oliveira, explica que a situação é semelhante em diversos prédios, como o da Faculdade de Enfermagem e Obstetrícia, que chegou a ser interditado. “Sem estrutura, a Universidade acaba por alugar salas de aula em prédios particulares, o que não concordamos”, disse. “Além de estarem aplicando dinheiro público na iniciativa privada, ficamos dessetorizados, tendo aula cada dia em um lugar diferente.” O acadêmico lembra o caso do Curso de Letras, que há quatro anos aluga provisoriamente salas do Colégio Gonzaga.
O grupo também reivindica mais professores efetivos ao invés de substitutos e investimentos nas bibliotecas setoriais. Outra questão discutida é a criação de novos cursos na UFPel. “Não há uma preparação para acolher os alunos. O curso de Cinema, por exemplo, já está em andamento, mas até há pouco não tinha professor e está com a estrutura precária. O mesmo ocorreu com a Engenharia Madeireira e a Museologia.”
Enfermagem aguarda atendimento das solicitações
Os alunos da Faculdade de Enfermagem e Obstetrícia (FEO) também participam das reivindicações, apesar de comemorarem algumas vitórias conquistadas. A diretora da FEO, Luciane Kantorski, e o vice-presidente do Diretório Acadêmico, Leo Jaime da Silva, acompanharam as últimas reformas no novo prédio que será utilizado para as aulas na rua 15 de Novembro, entre Benjamin Constant e Tamandaré.
De acordo com o pró-reitor de Planejamento e Desenvolvimento, Élio Paulo Zonta, falta ainda instalar a rede elétrica, Internet, alarmes e serviço de telefonia para que o alunos possam ocupar o prédio. Durante a semana o setor administrativo do curso muda para o local. As aulas deverão começar na próxima segunda-feira.
Com 40% da estrutura comprometida e com o risco iminente de desabamento, desde a interdição do prédio da FEO no início de maio, os alunos assistem às aulas em seis locais diferentes, além da biblioteca e do laboratório de informática que permanecem na avenida Duque de Caxias. Apesar de melhor instalados provisoriamente, os acadêmicos querem um prédio próprio.
“Nossa profissão é historicamente conformada e já foi um avanço dos estudantes conquistarem esse prédio”, avaliou a diretora. “Ficamos 21 anos espremidos no mesmo espaço, mas essa melhoria é provisória, pois assim que terminarem a reforma deveremos voltar ao mesmo espaço reduzido de antes.”
Leo Jaime da Silva também ressalta que a UFPel se preocupou em aumentar o número de vagas para a graduação e criou vagas em cursos de extensão, mas esqueceu de ampliar os espaços para acolher os novos alunos. “Se o prédio da Enfermagem não tivesse sido interditado por falta de segurança não teríamos recebido atenção.”
Segundo o professor Zonta, existem estudos para a ampliação dos espaços da Faculdade de Enfermagem, mas ainda não há nada definido. Quanto à reforma, a pró-reitoria já possui a empresa vencedora responsável pelas obras do pavimento térreo, que devem começar nos próximos dias.
Confira as principais reivindicações
Fim das aulas em espaços privados
Melhoria na estrutura dos prédios
Redução do preço da passagem
Água potável no campus
Reestruturação das bibliotecas
Discussão com os alunos sobre a criação de novos cursos
Redução da taxa de vestibular
O que diz a Universidade
O pró-reitor de Planejamento e Desenvolvimento, professor Élio Paulo Zonta, afirma que diversas obras estão em andamento ou previstas para atender às reivindicações dos acadêmicos. O Instituto de Ciências Humanas (ICH) e o Instituto de Sociologia e Política (ISP) terão novas salas para acolher os alunos já nos próximos semestres, disse.
“O projeto no valor de R$ 67 mil está em licitação para construção de três salas de aulas e auditório no ICH, que deverão ser concluídas no próximo semestre”, afirmou. “Para o próximo ano também temos previsão de mais salas no ISP, que dependem de recursos. Será necessária a colocação de laje em todo auditório e ainda não temos estimativa de custos. Estamos elaborando o projeto.”
Enquanto as salas não ficam prontas, o pró-reitor oferece o espaço físico do Colégio São José, que possui dez salas alugadas. “O objetivo é ter as próprias para todos os cursos nos campi, mas enquanto não é possível, as salas estão disponíveis para as graduações que tiverem necessidade de mais espaço”, disse.
Zonta ressalta ainda que melhorias solicitadas pelos alunos estão previstas ao curso Ciências Biológicas, que já possui licitação para reforma da rede elétrica no valor de R$ 300 mil. Também está projetada intervenção na rede elétrica do Instituto de Química e Geociências, além de investimentos na Faculdade de Agronomia, como instalação do Laboratório de Informática, reforma na sala do Departamento de Fitotecnia, substituição de janelas no Departamento de Zootecnia e instalação de divisórias no colegiado do curso e sala de revistas.
Quanto à falta de água potável no campus em Capão do Leão, o pró-reitor afirma que será entregue nesta semana um projeto para reformulação da rede hidráulica da Faculdade de Agronomia, com custo de R$ 170 mil, a cargo da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) do Governo Federal. As obras estão previstas para começar em dois meses.
Outras negociações com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) estão em andamento para resolver o problema. “Temos tratativas com a Embrapa e com a Corsan para em um curto prazo passar a abastecer a UFPel diretamente do canal São Gonçalo e não mais do arroio Padre Doutor. Além disso, estamos elaborando projeto para melhorar a estação de tratamento de água.”
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