quarta-feira, 30 de abril de 2008

Total apoio aos médicos

É lamentável, mas os médicos traumatologistas de Pelotas têm razão: sem condições mínimas de trabalho, não é possível fazer atendimento à população. Todos sabemos que a corda rompe sempre do lado mais fraco. O atendimento público no país é precário por natureza e assumir riscos extras não compensa. Nas cidades onde o Executivo funciona, esse problema já estaria resolvido. Mas em Pelotas, bem, falta um pouco de experiência ao mandatário. O promotor Paulo Charqueiro é bem intencionado e até poderá gerenciar o assunto com base em suas boas relações. Mas é só isso. Os médicos têm o dever de exigir condições razoáveis de trabalho. Não dá para brincar com a vida das pessoas.


Cidade: MP resolve reunir os traumatologistas
O promotor Paulo Charqueiro se reúne hoje com o secretário da Saúde de Pelotas, Francisco Isaías, e os quatro traumatologistas que já aceitaram a proposta dos gestores para voltar a prestar o atendimento junto ao setor de traumatologia no Pronto-Socorro de Pelotas (PSP). O promotor vai solicitar aos médicos a sugestão do nome de um colega de Pelotas. Caso contrário, determinará ao secretário Isaías que contrate um profissional de outra cidade para trabalhar no município e fazer com que os pacientes do PSP não sejam encaminhados para Rio Grande.Ontem pela manhã Charqueiro se reuniu com representantes dos hospitais, com o secretário da Saúde e com o presidente da Comissão de Saúde da Câmara de Vereadores, Mílton Martins (PT), para tentar uma solução ao impasse que já dura 21 dias. Segundo o promotor, ficou constatada a falta do quinto profissional para que o serviço volte a funcionar. “Os traumatologistas exigem um grupo de cinco médicos para fazer o rodízio dos plantões”, disse. Também foi sugerido que a Santa Casa de Misericórdia e a Secretaria da Saúde de Pelotas (SMS) cheguem a uma resolução, uma vez que o hospital é credenciado para os atendimentos de alta complexidade.Com relação ao teto financeiro - recentemente o secretário da Saúde de Rio Grande, Carlos Schabbach, cogitou que Pelotas perderia a verba para aquele município - Isaías disse não acreditar na possibilidade. “Este é um assunto que não se refere somente a nós. Existem mais cidades que recebem o atendimento em Pelotas. Estamos negociando e não vamos deixar que isto ocorra”, afirmou. (Ivelise Alves Nunes)

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