Pau mandado
Quanto tempo faz que o ex-prefeito Fernando Marroni saiu da Prefeitura de Pelotas? O que fizeram os vereadores pelotenses, cuja missão primordial é fiscalizar o Executivo (e não fazer festinhas em homenagem destes ou daqueles, num festival de sessões solenes inúteis e eleitoreiras) que somente agora descobriram a pólvora? A campanha já começou. Marroni, a quem nunca vi, é candidatíssimo. E Fetter Júnior tem medo dele.
Cidade: Vereador apresenta relatório com denúncias contra governo do PT (Diário Popular)
A reportagem da Revista Época desta semana, sobre as relações do governo do ex-prefeito Fernando Marroni (PT) com o Instituto de Organização Racional do Trabalho (Idort), gerou manifestações no Legislativo. Durante a sessão ordinária de ontem o vereador Eduardo Leite (PSDB) apresentou um relatório da gestão petista (2001/2004) e classificou o teor do material como “escandaloso”, apontando como necessária uma auditoria severa em documentos da prefeitura relativos à administração anterior. A cartinha intitulada Política de Comunicação Institucional para Administrações Populares leva na capa o nome do Idort, o mesmo acusado na reportagem nacional por também servir de fachada legal à Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos (Finatec), conhecida por patrocinar mordomias ao reitor da Universidade de Brasília (UnB). O parlamentar leu na tribuna trechos do material, segundo Leite, o único encontrado no sistema da prefeitura. O documento foi elaborado para a Secretaria de Comunicação. As informações apresentadas pelo tucano devem ser repassadas ao Ministério Público. Leite ainda informou a decisão do Legislativo de Santa Maria de iniciar Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). A Câmara de lá vai averiguar os contratos da prefeitura da cidade com a Fundação de Apoio à Tecnologia e à Ciência (Fatec). A Fatec é a mesma responsável pelo Sistema de Informação Municipal (SIM), adquirido por Pelotas no Governo Marroni e alvo de denúncia em dossiê de 2005, entregue pelo então prefeito Bernardo de Souza (PPS). O contrato original previa a cedência do SIM sem ônus financeiro ao município. Porém, sofreu alguns aditivos e custos no valor de R$ 1.653.059,44, além do surgimento de uma empresa subcontratada pela Fatec, cujos sócios ocupam cargos na fundação. Outro ponto exposto por Leite é o sumiço de computadores de órgãos públicos e informações referentes à gestão anterior. De acordo com o vereador, no qual deveriam estar os demais relatórios do Idort.“Percebe-se um claro cunho ideológico neste relatório. Tudo isso pago pela administração pública. É apresentada uma cartilha de petista para ensinar petista a governar do jeito petista. A população aceitou nas urnas um governo do PT, só não sabia que teria de pagar a conta. Qual o interesse público dessa consultoria do Idort”, questionou Leite. PT compara governos
Em resposta às declarações de Eduardo Leite, o vereador Mílton Martins (PT) acusou o atual governo de gastar bem mais que R$ 1,152 milhão. “O custo da incompetência é maior do que R$ 50 milhões. Quanto custam os serviços que não funcionam? As ruas sujas, a má iluminação pública, a vergonha da licitação da limpeza urbana”, disse. Companheiro de bancada, Ivan Duarte afirmou não ter nada contra uma eventual investigação, mas questionou a forma como as informações foram colocadas por Leite. “É preciso redobrar o cuidado em ano eleitoral. Informações vazias não podem ser passadas adiante sem averiguação. A não ser que queiram usar isso no desgaste da imagem do Marroni”, colocou.
O suposto esquema
O Idort é apontado como uma das portas de acesso do dono da Intercorp, Luís Lima, às prefeituras do PT para a execução de projetos de consultoria organizacional. A empresa é subcontratada da Finatec, investigada pela CPI das ONGs. Assim, a Intercorp poderia conseguir os contratos sem licitação por causa de uma brecha na legislação que permite a execução de serviços por parte de fundações de pesquisa científica na administração pública.
Confira alguns trechos da cartilha
“(...) o conceito petista de Escola Cidadã compreende (...)”;“As tradições judaica, cristã e marxista, que formam a base cultural da esquerda brasileira, têm a mesma crença na força da palavra (...)”;“É contraditório com o modo petista governar através de secretarias e comunicar-se com a sociedade preferencialmente através dos meios de comunicação de massas.”
6 comentários:
Matéria muito bem redigida e perfeitamente editada (dentro dos interesses do patrão, claro). Nem o melhor dos serviçais faria tão bem. Exemplar!!!
Como diria um amigo dos grandes tempos em que a palavra caráter integrava seu dicionário, mordomos foram feitos para servir os patrões. Não é mesmo?! Essa turma aí que o diga...
"JARBAS!!!", gritou a rainha louca.
Qual? O hitlerzinho???
Enquanto isso, como já relatou outro anônimo no comentário anterior, a decisão judicial(ou seja, não é suspeita, não é fato que precisa ser investigado) mais importante dos últimos anos em Pelotas, que afasta centenas de contratados temporários e CCs na Prefeitura, continua a passar em brancas nunves pelas páginas dos matutinos pelotenses. Parabéns ao Ministério Público Estadual e ao Juiz Marcelo Cabral por esta importante decisão.
Tanto a matéria de ontem como a de hoje fazem o leitor pensar que Finatec e Fatec são a mesma coisa. A velha tática de complicar para não explicar e no final dizer o que quer.
Estranho mesmo é que as regras básicas do jornalismo continuem sendo rasgadas e atiradas pela janela da redação. Ouvir o contraponto da outra parte envolvida nem pensar?
Seria ético demais para o jornalismo "de cor telha".
Afinal de contas, não é todo candidato que tem uma campanha tão "ampla" e "antecipada".
Quem viver verá!
O observador disse:
O hoje vereador Eduardo Leite foi chefe de gabinete de Fetter Jr até algumas semanas atrás, quando do fiasco de Cururu herdou sua cadeira. Menino de boa família e bem apessoado cava espaço na política empostando a voz e tentando passar uma imagem de seriedade, juventude e determinação. É criança demais para lembrar do que aconteceu na gestão passada, tudo o que diz deve seguir um script pronto redigido no Paço Municipal. Ou seja, é Pau Mandado mesmo!
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