segunda-feira, 7 de abril de 2008

No país de Pollyana

Torço para que tudo o que o editorial do Diário Popular elenca se realize. Pelotas é uma grande cidade e merece tudo de bom.

Editorial:
Na visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Rio Grande, com pernoite em Pelotas e meia hora de “proveitosa conversa” com o prefeito Fetter Júnior, importantes decisões foram tomadas e convênios assinados para o encaminhamento de questões relevantes para o desenvolvimento dessas e outras cidades da Zona Sul e do Estado. No caso específico de Pelotas, por exemplo, atendendo exposição do prefeito, o presidente incumbiu a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, de agilizar a liberação da nota técnica dos recursos já contratados no PAC Saneamento, pela prefeitura de Pelotas, resolvendo, assim, um problema burocrático que dificultava o início das obras de um projeto orçado em R$ 20 milhões.Já quanto à BR-392, desfazendo a controvérsia de informações correntes, o presidente Lula assegura que a obra está contemplada no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e é prioritária. No entanto, a construção da parte entre a ponte do São Gonçalo não será autorizada antes de ultimadas as negociações com a concessionária Ecosul sobre pedágio e itens correlatos. Não é sua intenção, pondera o presidente, “fazer isso a ferro e fogo”, até porque favorável a uma “boa discussão para encontrar um acordo”. A solução do caso - afirma - será apresentada em 30 ou 40 dias. Importante, também, é o compromisso assumido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o prefeito Fetter Júnior, no sentido de mandar licitar logo o projeto para o trecho 1, entre as pontes do Retiro e do canal São Gonçalo. Trata-se do chamado entorno da cidade, considerado um dos entraves da duplicação da rodovia. Todavia, o que surpreende nessa discutida questão da BR-392 é a opção do Governo, agora anunciada, de dar início à obra pelo entorno de Pelotas (trecho 1), para só depois continuá-la, a partir do São Gonçalo, até o porto marítimo (trechos 2 e 3). Problemas supervenientes (discussão sobre pedágio e itens correlatos), explica o presidente, determinaram a mudança de prioridades. A decisão surpreende, porque a duplicação dos quase 60 quilômetros entre Pelotas e Rio Grande está licitada desde 2001 e em nada interfere no projeto para o entorno de Pelotas, a ser agora licitado. De sorte que, a se confirmar essa mudança - cujas razões, de ordem técnica ou política, se existe, ainda não transpiraram -, estaremos diante de uma indesejável inversão de expectativas, porque importará em procrastinar-se, mais uma vez, o efetivo início da duplicação. Não seria mais sensato começar a duplicação dentro de 30 ou 40 dias, e, paralelamente, com a mesma presteza, cuidar-se da licitação do projeto para o entorno de Pelotas, conforme sugestão do prefeito Fetter Júnior?A questão merece ser reavaliada pelos órgãos competentes, para tentar evitar mais protelações exatamente quando são traçados rumos para a solução definitiva do funil que compromete a funcionalidade do complexo rodoviário de acesso ao Porto de Rio Grande. A campanha do Diário Popular “BR-392 - Essa vida não pode parar”, por todos os motivos, será mantida, até que a obra seja atacada.

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