Fetter Júnior, o prefeito café-com-leite

Não há o que comentar. Fetter Júnior não serve para ser prefeito de Pelotas. Leia a notícia publicada hoje no jornal Zero Hora:

"Foi brincadeira com o prefeito"
Fetter desmente ministro sobre evento do PAC
Prefeito de Pelotas descarta uso eleitoreiro do programa
Uma carona no avião presidencial até Porto Alegre levou o prefeito de Pelotas, Fetter Junior (PP), ao centro de uma polêmica sobre o uso eleitoreiro dos eventos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, o ministro das Cidades, Márcio Fortes, teria dito que pressionou o prefeito - seu colega de partido - a comparecer, na quinta-feira, ao anúncio de investimentos do PAC na Capital. Na cerimônia, estava o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.A Zero Hora, Fortes admitiu ter recomendado a presença do prefeito, sob pena de não ter contratos de obras assinados, mas afirma que tudo foi dito em tom de brincadeira. Já Fetter sustenta que a conversa nunca aconteceu.Na quinta-feira, o prefeito estava em seu município acompanhando Lula - que chegara ao Estado na noite anterior. Não planejava ir a Porto Alegre justamente porque não teria tempo para percorrer os 260 quilômetros que separam os municípios.De acordo com Fetter, o convite para participar do ato havia sido feito um dia antes e, por isso, delegou a tarefa de comparecer à solenidade ao secretário de Habitação, Luiz Brandão.- O contato foi feito com meus assessores, que me avisaram que a notícia não havia sido bem recebida - diz.Na quinta-feira, enquanto tomava café da manhã com o presidente Lula, Fetter comentou sobre o impasse e recebeu a orientação.- Então o problema está resolvido: você vai comigo, em meu avião - teria afirmado Lula, segundo Fetter.E assim foi feito. Depois de cumprir a agenda em Rio Grande e Pelotas, Lula seguiu para a Capital em um Boeing 737 da Força Aérea Brasileira (FAB) acompanhado de Fetter. Eles chegaram juntos à cerimônia em Porto Alegre. No fim da tarde, Fetter retornou a Pelotas, de carona com um amigo.- Estou achando toda essa discussão sobre interesses eleitoreiros muito esquisita. Se assim fosse, as prefeituras administradas pelo PP e beneficiadas com o PAC teriam um percentual bem mais expressivo. Na semana passada, dos 15 prefeitos, só eu era do PP.( samia.frantz@zerohora.com.br )

"Foi brincadeira com o prefeito"
Entrevista: Márcio Fortes, ministro das cidades
À frente da pasta responsável pelas obras de saneamento e habitação do PAC, o ministro das Cidades, Márcio Fortes, passou o dia de ontem explicando a reunião em que parlamentares de seu partido, o PP, teriam discutido a exploração eleitoral do programa.Ele nega ter obrigado o prefeito de Pelotas, Fetter Junior (PP), a comparecer a seu lado ao anúncio de investimentos do PAC em Porto Alegre. Leia os principais trechos da entrevista:

Zero Hora - O senhor pressionou o prefeito de Pelotas, Fetter Júnior (PP), a ir ao evento do PAC?
Márcio Fortes - Na visita ao Rio Grande do Sul, o presidente Lula foi primeiro a Rio Grande e Pelotas. Os prefeitos têm de se despedir do presidente na escada do avião, então não ia dar tempo para Fetter chegar a Porto Alegre depois. Eu brinquei com ele: o senhor tem de ir correndo, senão não vai ter assinatura de atos. Foi uma brincadeira com o prefeito.]

ZH - Não teve nada a ver com o fato de o prefeito ser do seu partido, o PP?
Fortes - A cerimônia da ordem de serviço é o momento que evidencia que o plano é de realização. É a operação pé-no-barro, o ato que inicia a obra efetivamente. Quem aparece são os prefeitos e governadores que apresentaram projetos, de todos os partidos. Eu chamo todos os prefeitos que participam da reunião em que os projetos são decididos.

ZH - É comum que o senhor leve parlamentares no avião em que está viajando?
Fortes - Quando eu viajo para um Estado, comunico todas as bancadas. Agora, ganhar carona minha é raro porque eu ando muito pouco de avião militar. Eu uso mais avião de carreira, sou conhecido como maratonista de aeroporto. Convido para a cerimônia toda a bancada de deputados federais e de senadores, todos os prefeitos que vão assinar atos, de todos os partidos. Essa é a regra do jogo, não adianta querer inventar o que não existe.

ZH - Existe a preocupação de reverter em votos sua presença nos eventos do PAC?
Fortes - Não há como, porque todos os prefeitos estão presentes. Se tem representantes de vários partidos, quem vai faturar isso? Só o povo, que vai receber as obras.

ZH - O senhor concorda com o deputado federal Vilson Covatti (PP), que disse ser necessário "rotular o trabalho do PAC feito pelo ministro como nosso"?
Fortes - Meu antecessor foi Olívio Dutra, minha atual secretária da Habitação é a mesma que trabalhava com Olívio. Nesse caso, de quem é a obra, do PP ou do PT? É do conjunto, a obra é do governo de comum acordo com as administrações locais.

ZH - O PAC vai dar votos para quem estiver no palanque, independentemente do partido?
Fortes - As obras são ótimas quando terminam. Mas durante a realização, é como ter uma obra em casa. Dá poeira, dá confusão, tem de abrir buraco, desviar o trânsito. Durante o período eleitoral, a população pode até estar zangada com o excesso de obras. Pode haver um efeito negativo.( larissa.magrisso@zerohora.com.br )