sexta-feira, 25 de abril de 2008

Que bagunça, não?

Tente compreender a confusão em que se meteu a aluna da Ufpel Natália Lectzow de Oliveira. O texto foi publicado na coluna Instantâneos, do Diário Popular. Será que o magnífico reitor César Borges consegue explicar isso?

Instantâneos: Currículo de transição?
Exatamente. Os acadêmicos da Faculdade de Letras da UFPel que ingressaram entre 2004 e 2007 estão na condição de transeuntes de currículos. Explico melhor: no referido período, os cursos, que anteriormente tinham duração de quatro anos, passaram para cinco e, no ano de 2008, os mesmos voltaram aos antigos quatro anos.
Estamos em tal condição porque, ao atendermos à convocação de uma reunião feita pelo colegiado do curso, no último dia 23, tivemos a infeliz surpresa de saber que nosso currículo fora alterado para se adaptar ao de quatro anos vigente.
Fiquei extremamente embasbacada pela maneira com que foi relatado o corte nas disciplinas que, das 43, 17 foram, simplesmente, retiradas. Cortar “as duas últimas” de língua portuguesa e as “seis últimas” de literatura não me parece sensato. Se estão no currículo, como podem ser suprimidas?Alguns crêem que ganharemos tempo com a redução, mas sem questionar o conhecimento que poderíamos adquirir no mesmo período. O argumento é o de que, nesse um ano, poderíamos fazer uma especialização, mas, com a alteração curricular, talvez nos faltem subsídios para o feito.
Não sou contra o retorno do curso aos quatro anos, mas sim, à mudança do que já estava, desde 2004, estruturado e organizado.Outro fato que tem de ser citado é a proximidade do estágio, pois, o que seria no sétimo semestre, ocorrerá no quinto e, dessa forma, acredito que ainda não estaríamos com um excelente embasamento teórico para que já pudéssemos praticar; afinal, nós, futuros professores, temos o poder de influenciar, concomitantemente, na vida escolar de, no mínimo, 20 alunos.O que nos falta, atualmente, é segurança. Segurança de quando iremos colar grau, do que iremos aprender e do que podemos esperar tanto para nós quanto para o futuro. No próprio polígrafo da Faculdade, fornecido pela mesma no primeiro dia de aula, consta que o acadêmico tem direito a uma educação de qualidade. Será isto que teremos a partir de tal decisão? Quando nos foram tiradas seis disciplinas obrigatórias de literatura, além das de língua portuguesa e daquelas voltadas especificamente para o ramo no qual iremos atuar, da área de educação?É nosso futuro profissional e intelectual que está em pauta e creio que a supressão de disciplinas seja uma atitude equivocada.
Natália Lectzow de Oliveira
Acadêmica da Licenciatura em Letras

Um comentário:

Anônimo disse...

não é novidade.desastre igual ja aconteceu no direito, no ich,e em diversos cursos....
o resultado é aumento de evasão, aumento do tempo para se formar, devido aos problemas curriculares.
E diversos pequenos "jeitinhos" para a coisa não acabar em pendenga judicial...
Universidade e formação não se resolvem ou melhoram da noite pro dia. longo bate boca na sequencia (inconcluido, sempre).Mas uma coisa ajudaria: para um aluno, é essencial poder planejar seu destino acadêmico.talvez assim ele consiga viver uma formatura.
isso parece ser bom para uma universidade também.