sábado, 12 de julho de 2008

Fetter Júnior vendeu e não entregou

A reportagem publicada no Diário Popular (e republicada abaixo) de hoje é um exemplo de mau jornalismo. Em nenhum momento existe a versão do candidato José Sizenando sobre sua desistência - ou não - de sair candidato de mãos dadas com Fetter Júnior. Leitores deste blog enviaram mensagens com as mais diversas razões pela cisão. A mais recorrente é a de que Sizenando não teria sido contemplado no varal de secretários apresentado nesta semana. Se isso for verdade, Fetter Júnior passou em branco todos esses anos na política, ou seja, não aprendeu nada. A primeira lição em política, meu caro Fetter Júnior, é entregar aquilo que vendeu. Quando isso não acontece, os resultados podem ser desastrosos.

PS.: Fetter Júnior, dê uma dura no pessoal do seu jornal. A regra básica do jornalismo é dar espaço para as mais diversas versões.

Cidade: Conflitos na largada eleitoral
Anna Fernandes
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nem divulgou em seu site as listas de registros dos candidatos e em Pelotas não está descartada uma alteração em chapa majoritária. O vereador José Sizenando (PPS), originalmente aspirante a vice-prefeito na chapa com o PP, está no centro da primeira polêmica das Eleições 2008. Apesar de falar para quem quiser ouvir que renunciará à candidatura, ainda não o fez. As contradições e mudanças nos discursos tanto do parlamentar, quanto do presidente do PPS, Saad Salim, ao longo da semana, foram muitas e nenhum comunicado oficial foi feito aos partidos integrantes da coalizão.
Um desentendimento entre o vereador e o candidato a prefeito Fetter Júnior foi o que deflagrou a crise, prevista por muitos antes mesmo do fechamento da aliança. As divergências dos dois são de conhecimento público. Isso por causa do pleito de 2006 e da falta de apoio à candidatura de Sizenando, ainda no PP, ao cargo de deputado estadual.
As lideranças municipais das legendas da coligação dizem ainda acreditar em uma trégua. “Pequenas rusgas acontecem, pior é esconder os problemas. Juntamos pessoas diferentes unidas pelas propostas para Pelotas”, falou Salim no início da tarde de ontem. Fetter Júnior foi direto e objetivo ao afirmar não ter sido informado oficialmente da desistência. “Responder na base do ‘se’ é muito complicado. Não fui informado oficialmente. Portanto, não posso tomar nenhuma atitude.” Já Sizenando, mesmo tendo dito anteriormente que acataria a decisão do PPS, confirmou o rompimento, embora garanta a permanência do apoio à candidatura do atual chefe do Executivo.Segundo Salim, não há manifestação oficial e a executiva popular-socialista tem encontro na segunda para debater o tema, além de reunião com as agremiações coligadas. As avaliações em torno da renúncia devem ser cautelosas, pois alguém da nominata do PPS precisa desistir de concorrer. “É uma série de implicações jurídicas. Fizeram manifestações, mas nada por escrito. O partido não pode obrigar o vereador a concorrer como vice, mas quer manter a composição proposta e aceita por todos”, disse. Todavia, ao longo da conversa por telefone com a reportagem, Salim disse que o PPS iria aceitar a decisão pessoal, mas esta ainda estaria subordinada ao partido. É aguardar e ver.

2 comentários:

Anônimo disse...

Segue um exemplo do que você acaba de escrever no seu blog, Irineu. Um exemplo de bom jornalismo; de como escrever uma matéria ampla, plural, bem apurada.

Claro que isso é pra poucos. Pelo menos para os poucos bem intencionados que restaram. Bom mesmo é saber que eles existem. Um prêmio ao bom jornalismo!

Atentem-se para a manchete, caros leitores. Um tapa na cara de quem ainda precisa aprender a ser, no mínimo, mais humilde. Se bem que isso não se ensina: aprende-se em casa!

Opssss.

Um abraço Irineu

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FETTER JÚNIOR BUSCA UM CANDIDATO A VICE EM PELOTAS

Atual prefeito busca candidato a vice depois que José Sizenando (PPS) rachou a coligação

Álvaro Guimarães | alvaro.guimaraes@zerohora.com.br

A decisão de José Sizenando (PPS) de renunciar a candidatura de vice-prefeito na chapa encabeçada pelo atual prefeito Fetter Júnior (PP) rachou a coligação (PP-PPS-PTB-PRB-PR) e esquentou a campanha eleitoral em Pelotas. Fetter Júnior iniciou uma caçada a um novo vice.

Para o PP, os preferidos são o advogado Valnei Tavares (PTB) e os vereadores Idemar Barz (PTB) e Professor Adinho (PPS). Diante da resistência de Barz e Adinho em abandonar as candidaturas à reeleição, Tavares se torna a opção mais provável. Em 2000, o advogado foi candidato a vice na chapa encabeçada pela hoje primeira-dama, Leila Fetter (PP). Tavares tem bom relacionamento com o prefeito e a cúpula do PP.

— Fico honrado com a lembrança, mas qualquer coisa nesse sentido, hoje, é pura especulação — diz.

Em caso de recusa de Tavares, seu filho, o também advogado Fabrício Tavares, ex-secretário de Obras da prefeitura e candidato a vereador pelo PTB, pode ser o indicado.

O PPS, partido de Sizenando, trabalha em outro ritmo. O presidente do PPS pelotense, Saad Salim, disse ontem não haver pressa em uma manifestação oficial sobre o que classificou como "vontade pessoal" de Sizenando.

— Temos de voltar a nos reunir e depois sentar com os outros partidos da coligação, o que será feito em dois ou três dias — disse.

Sizenando diz que não voltará atrás de sua decisão

Fetter Júnior também evita falar entrar em detalhes.

— Para todos os efeitos, ainda há uma coligação. Embora essa situação me atinja diretamente, é um problema de todos os cinco partidos da coligação — afirmou o prefeito.

Motivador da confusão, Sizenando garante não voltar atrás em sua decisão. Confirma, inclusive, já estar preparando a documentação para se inscrever como candidato a vereador em substituição a Dorocildo Borges de Medeiros, o Golfinho, que já anunciou sua desistência.

— Comigo não há mais discussão. Agora as conversas do partido são sobre ficar ou sair da coligação - afirma Sizenando, que rompeu com Fetter depois de uma discussão em que diz ter sido destratado pelo prefeito.

Aparentando cansaço após 48 horas de pressão, Sizenando diz que passará o final de semana em casa.

http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default.jsp?uf=1&local=1§ion=Política&newsID=a2040836.htm

Anônimo disse...

A matéria acima é um exemplo do tipo de jornalismo que o Diário Popular escolheu. O autor foi repórter do DP, por vários anos. Aliás, um dos melhores que o jornal já teve, mas fez questão de escorraçar... Hoje, marca pontos para a concorrência...
Ah, Irineu, já te contaram de um convênio entre a UCPel e o DP? Pois é. "Empregam" estudantes de jornalismo sob o pretexto de que estão oferecendo estágio. E o que fazem os estudantes? Cobrem as mesmas pautas dos demais repórteres. Isso deve dar uma economia considerável na folha de pagamento no final do mês. Registre-se que o Sindicato dos Jornalistas não só sabe, como também participa do tal convênio. O último a sair, por favor, apague a luz.