Barulhaço

A decisão sobre a escolha do novo reitor vai ficar mesmo para o Conselho Universitário. Amanhã tem assembléia dos docentes na Faculdade de Odontologia, e as cartas já estão marcadas. Duvido que dê outra coisa: o magnífico reitor César Borges deve se "reeleger", pois fez bem a lição de casa e conhece como ninguém o espírito dos homens, principalmente daqueles que comanda. Sabe suas fraquezas, e conhece o valor do caráter que possuem - muitas vezes, o de um espumante nacional. O professor Bretanha perdeu a chance (perdeu?) de mostrar que tudo pode ser diferente, mesmo que perdesse a eleição. Pelo menos, sairia da disputa de cabeça erguida, e não como agora. Tem gente que o chama de candidato-laranja. Vale a pena, professor Bretanha, receber um apelido desses depois de anos de labuta? É isso mesmo o que você é, professor?
Sinceramente, não acredito que os professores decidam por uma eleição em que todos votem: eles mesmos, alunos e funcionários. Isso poderia acontecer no passado, quando as universidades tinham orgulho de ser um centro em que o pensamento é livre e a democracia falava sempre mais alto. Hoje, vemos o que está aí. Professores de certa forma encurralados e prontos a prestar salamaleques ao magnífico reitor em troca de migalhas, mesmo com todas as acusações que pesam contra ele.
Aos alunos, resta fazer um barulhaço amanhã como nunca se viu na Ufpel. As lideranças precisam mostrar, a cada aluno, quem é o conselheiro que vai participar da assembléia e decidir que ele, estudante, não pode votar na escolha do reitor. Escrachar essas pessoas pode não resolver a questão da Ufpel, mas certamente deixará nobres mestres e doutores em má situação. Como se explicar em casa? Como justificar que um doutor, cuja vida é dedicada à pesquisa e ao ensino, vote num reitor tão popular no TCU? (por favor, quem tiver a lista completa daqueles que votam neste Conselho, por favor me enviar em irineu.masiero@gmail.com).
Estudantes, a bola está com vocês. Façam acontecer as mudanças necessárias. Boa sorte!