terça-feira, 8 de julho de 2008

O Diário Popular não tem memória

O Diário Popular enlouqueceu. Não tem memória. Não tem vergonha na cara. Desrespeita o leitor. Desrespeita o cidadão. Desrespeita a inteligência de todos. É mentiroso. Não vale a pena ser lido. Pelotas teve - e tem - problemas com a água, ao contrário do que diz o editorial de hoje, feito de encomenda para palimpsestar aquilo que o próprio jornal noticiou e as pessoas vivenciaram. Quem não se lembra do excesso de manganês, absurdamente escamoteado pelo jornal (não enquanto eu estava lá - aliás, fui demitido por conta disso, num domingo à noite, depois de manchetar o jornal três vezes com essa história até agora não totalmente esclarecida). Tem algum morador que não sofreu com falta d'água (alguém se lembra dos problemas enfrentados pelo Fragata, pelo menos?)? Fetter Júnior é o dono do jornal. Fetter Júnior é candidato a prefeito. Fetter Júnior não deve ganhar essa eleição.
O Diário Popular não faz jornalismo. É importante que um certo consultor paulista, muito renomado no meio, tenha conhecimento real do que acontece no matutino dos Fetter. Não dá para colocar seu nome numa aventura dessa.

Editorial publicado no Diário Popular e disponível na internet:
Pelotas destaca-se no País pela qualidade da água para consumo público e pela eficiência do abastecimento. Em que pese a excelência do serviço, a cargo do Sanep, há falhas, sim, técnicas ou operacionais, todavia eventuais e compreensíveis. Afinal, trata-se da manutenção de uma estrutura de grande porte, reconhecidamente complexa e muitas vezes condicionada, entre outros fatores, às secas periódicas típicas da região.O poder público preocupou-se desde os primórdios da formação da cidade em prover esse serviço. Pelotas foi a primeira, depois de Porto Alegre, a ser suprida no Estado, nos idos de 1871, com a pobreza de recursos técnicos disponíveis à época. A rede de distribuição veio a ser instalada entre 1913 e 1918, há quase um século, portanto. O sistema evoluiu através dos anos, na medida do crescimento urbano e do aumento populacional. As fontes de captação, com as respectivas estações de tratamento, em que se salienta, por sua capacidade, a barragem Santa Bárbara, abastecem uma rede de distribuição de 800 quilômetros, que se expande na proporção da demanda contínua. Essas tubulações, é óbvio, estão sujeitas a um processo natural de envelhecimento e precisam ser revitalizadas, pela remoção do acúmulo de resíduos de cálcio, manganês e ferro. A finalidade da operação, além de diminuir o custo de tratamento, é manter a capacidade de vazão da rede e a qualidade do produto, com o mínimo de transtorno ao abastecimento. É o caso da coloração escura da água que sai das torneiras, de mau aspecto, embora livre de qualquer dano à saúde, conforme os especialistas.O processo é o mais moderno e está sendo executado por empresa com larga experiência e atuação no País. Consiste em adicionar à água, após a filtragem nas estações de tratamento, um composto químico, sem toxidez, que não só desobstrui a tubulação, como a reveste de uma película protetora capaz de eliminar de vez o problema. O Sanep, por sua administração, reconhece o desconforto causado ao consumidor, nessas ocasiões, no entanto, assegura que a limpeza da rede é a garantia da purificação da água a ser consumida pela população. Esse serviço, que, nesta etapa, abrange a Zona Norte, será concluído até o fim da semana, voltando a se normalizar a situação.Para tranqüilizar os moradores da área demarcada para esta etapa, o diretor-presidente do Sanep, Ubiratan Anselmo, o superintendente-administrativo, Luís Carlos Villar, e a bioquímica responsável pelo setor, Isabel André, estiveram em visita ao Diário Popular, trazendo esclarecimentos sobre todas as fases do processo de desobstrução, que - frisam - não podia ser mais adiado.Em conclusão, trata-se de medida nem sempre bem-aceita, pelos contratempos causados, mas que após o impacto inicial passa a ser entendida pelo consumidor por seus benéficos resultados. E, por isso mesmo, deve ser enfrentada pelo poder público, cônscio das suas responsabilidades com a população.

2 comentários:

Anônimo disse...

Bom dia, Irineu.

Lamentavelmente, Fetter tem chances reais de permanecer no "Paço" municipal, como gostam de definir a prefeitura, lá no DP. Infelizmente, a água de Pelotas, exatamente ao contrário do que diz o editorial do Diário, vai permanecer suja, numa espécie de retrato desta cidade que, ao arrotar incessantemente seu passado de glórias, nega veementemente seu presente e lhe tolhe o futuro, ainda que desastroso.

Infelizmente, a arrogância, a ignorância, a incapacidade administrativa, a inoperância, a ganância, a intolerância, serão, novamente, os vencedores do pleito que se desenha. Infelizmente. Mesmo porque, basta ver os "representantes" dos pelotenses em plena atividade no "Parlamento" local. Risível. Constrangedor. Verogonhoso, mesmo para aqueles que fazem da "ética" seu principal estandarte.
Pobre Pelotas e seus homens de pouca fé. Pobres pelotenses que se julgam superiores ao restante do Estado, pois somente assim conseguem externar a sua extrema pobreza cultural e de espírito.

Um abraço.

Anônimo disse...

Que fazer? Trata-se do veículo da imprensa estúpida!