terça-feira, 11 de março de 2008

Qual é a verdade de Fetter Júnior?

O leitor pode escolher. Abaixo, publico dois textos: o primeiro, do site oficial da prefeitura de Pelotas, divulgado dia 11 de março. O segundo, logo mais abaixo, publicado no Diário Popular e republicado neste blog no dia 17 de fevereiro, sob o título Fetter Júnior não serve para governar Pelotas. Confira e veja você mesmo porque Fetter Júnior é o rei da retórica.

Fetter participa de evento e ratifica compromisso com educação
Durante pronunciamento, hoje (10) pela manhã, no auditório da Associação Comercial de Pelotas, na abertura do curso de formação de gestores e educadores, denominado “Educação inclusiva: direito à diversidade”, o prefeito Fetter Júnior ratificou o compromisso de sua administração com a educação. “Este comprometimento não é mero discurso, tampouco apenas figura de retórica. É realidade. E a prova disso é que a Constituição Federal determina que as prefeituras apliquem pelo menos 25% do respectivo orçamento em educação. Pois bem! Nossa administração vai mais além – porque trata o setor educacional com absoluta prioridade – e aplicou 30,11% em 2006 e 32,7% em 2007”, enfatizou. Portanto, segundo o prefeito, seu Governo vem investindo em educação, assim como em saúde e em outras áreas, muito mais do que a lei determina. Com um universo de 91 escolas, 32 mil alunos e mais de 3,5 mil professores e funcionários, a educação, em Pelotas, deu um salto de qualidade na atual gestão. Neste particular, o prefeito citou que, na inclusão digital, os laboratórios de informática passaram de três para seis e chegarão a 17 em breve, pois já foram adquiridos 155 novos computadores para 11 novos núcleos de informática. A inclusão digital também chegará às escolas da zona rural, pois parte dos novos equipamentos irá para a Colônia, conforme disse.Fetter Júnior destacou, ainda, o aumento do número de matrículas, que aumentou em cerca de 3 mil em 2008, a renovação da frota do transporte escolar, a inauguração da nova biblioteca, o fornecimento de refeições diárias ( cerca de 500 mil mensalmente), a construção e recuperação de escolas, bem como a construção de quadras poliesportivas. “Tudo isso, aliado a programas de qualificação e valorização de professores e funcionários, faz da educação no Município referência estadual e nacional”, comemorou o prefeito.Ele deu ênfase, também, à inédita criação na rede pública municipal de escolas para atendimento de alunos com necessidades especiais, inclusive na zona rural. Fetter antecipa que a previsão, para 2008, é investir R$ 3 milhões adicionais em educação, em várias áreas, como forma de qualificar ainda mais o setor. “É desta maneira, investindo e qualificando a educação, que construiremos uma Pelotas muito melhor do já é, formando cidadãos e profissionais”, completou.Fetter enalteceu o evento que reuniu centenas de educadores, destacando que a união de esforços entre Poder Público, educadores, pais e alunos tornarão possível uma realidade educacional inclusiva e voltada à formação de cidadãos na acepção do termo.

Data: 10/03 Hora: 17:25 Redator: Luiz Carlos Freitas Fotógrafo: Vanderlei Porto



E aqui vai o segundo texto:



Cidade: Obras inacabadas comprometem o ano letivo

Anna Fernandes

Com a proximidade do início do ano letivo o prefeito Fetter Júnior cobrou agilidade da Secretaria de Educação (SME) na conclusão das obras em escolas da rede municipal de ensino. Na semana passada veio à tona que a construção em um colégio dada como finalizada nos relatórios está longe de acabar. O secretário de Planejamento Arthur Corrêa foi designado para coordenar a vistoria e apontar possíveis irregularidades na execução da reforma e ampliação do prédio. A implantação do projeto piloto dos nove anos do Ensino Fundamental exige uma certa urgência em resolver a situação, pois é necessário espaço físico para acomodar os novos estudantes. Nos próximos dias será apresentado um relatório sobre a questão e tomadas as devidas providências. O Diário Popular recebeu uma denúncia de supostas irregularidades no setor de Engenharia da SME, como desvio de verba e direcionamento de licitações. Ao ser questionado sobre isso, Fetter Júnior, informou que antes da atual secretária de Educação, Ana Berenice dos Reis, assumir foi feita uma auditoria na SME. Porém, não foi comprovado nenhum problema. “Como havia a suspeita de envolvimento de um funcionário, para evitar problemas o mesmo foi remanejado. É difícil conseguir averiguar certas coisas. Estamos, agora, fazendo um levantamento sobre a situação na escola, o que foi finalizado ou não, etapa por etapa”, destacou.

Conclusão das reformas

Desde de dezembro, antes de qualquer suspeita, o prefeito cobrou rapidez em todas as obras da Secretaria. A intenção era acelerar o processo para poder aumentar a oferta de vagas e qualificar o atendimento. Assim, formou-se um grupo de apoio e ainda não existiam denúncias. Neste meio tempo surgiram questionamentos quanto ao setor de engenharia. Segundo Fetter Júnior, a Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Afonso Vizeu constava como concluída nos documentos recebidos no gabinete. “Não posso visitar todas as construções em andamento, por isso recebo relatórios. Como dizia que estava em conclusão eu queria saber porque nunca inaugurava. Na última semana descobri que não estava pronta”, informou. Dois engenheiros estão realizando vistoria, confrontando o que deveria ser feito e o que de fato ocorreu. Depois a prefeitura irá solicitar da empresa vencedora da licitação que faça os reajustes, caso isso seja necessário.

Dinheiro em caixa

A Secretaria de Educação possui em torno de R$ 3 milhões para investir em obras, aquisição e reposição de materiais, entre outras providências. Todavia, até o momento as escolas participantes do projeto piloto não receberam os materiais prometidos para o 1º ano do EF. Apenas alguns livros e jogos didáticos foram entregues. O chefe do Executivo confirmou a verba e ressaltou que a falta de utilização, a princípio, não estaria ligada à apropriação indevida de recursos público. “É uma meia-verdade. Existe o dinheiro. Mas até onde sabemos não houve desvio de verba. Faltava era agilidade nos processos. O setor de engenharia não tem a rapidez que deveria”, salientou. O secretário de Planejamento, Arthur Corrêa, faz parte da força-tarefa montada pelo prefeito para desvendar a situação e adiantou que tudo estaria dentro da legalidade, além de a empresa ser responsável por executar a construção até o final independente de prazos. Fetter Júnior disse não ter respostas objetivas enquanto não for verificada a real situação da instituição. “Somos os maiores interessados. Não foram comprovadas irregularidades na investigação anterior. Queremos transparência na administração e finalizar as obras e reformas”, concluiu.

A dúvida

Incógnita na Doutor Joaquim Assumpção

Segundo a diretora da Emef Doutor Joaquim Assumpção, Leda Pistoletti Dias, quando a instituição foi escolhida para o projeto piloto a Secretaria de Educação prometeu a construção de uma nova sala de aula e outra de recursos. O retorno das férias ocorrerá em 3 de março e até o momento a SME não realizou a ampliação. “Até agora não temos nada. É uma incógnita se iremos abrir a turma do 1º ano. Não temos resposta alguma”, disse.

Conheça a situação detalhada em diversas escolas

Fernando Osório não tem espaço físicoA Emef Fernando Osório não possui sala de aula disponível para acomodar o 1º ano. Como forma de contornar a situação, a direção colocou as crianças com seis anos na lista da Pré-escola. A SME teria garantido a obra. A coordenadora pedagógica do currículo, Kátia Leal Ladeira, afirmou que enquanto não erguerem as paredes do novo espaço nada estará confirmado.Rafael Brusque não terá Ensino MédioQuanto ao Ensino Fundamental a Emef Rafael Brusque não tem grandes preocupações, pois há salas disponíveis. Falta o material a ser disponibilizado pela SME e algumas adaptações. O maior problema é o Ensino Médio. A escola aguarda a construção, por parte do poder municipal, do laboratório de ciências, exigência do Conselho Estadual de Educação para oferecer os três anos do Médio. A 5ª Coordenadoria de Educação (CRE) já disponibilizou os equipamentos.

Afonso Vizeu aguarda conclusão da obra

A Emef Afonso Vizeu foi contemplada em maio de 2006 com uma ampliação e reforma do prédio. Porém, desde o ano passado a construção está parada. A escola foi selecionada para fazer parte do projeto piloto dos nove anos, mas provavelmente não iniciará o ano letivo para os alunos de cinco e seis anos. A casa nos fundos do colégio deveria ser restaurada e, assim, abrigaria a Pré-escola e o 1º ano. Sem a intervenção no espaço não há a possibilidade de começar o ano para as quatro turmas. No local existe uma infestação de formigas, mofo e rachaduras que podem ser vistas tanto pelo lado interno como pelo externo. Os laboratórios de ciências e informática não foram finalizados e deixaram a escola vulnerável à ataques de ladrões, pois sequer foram colocadas janelas. Segundo a diretora Luciene de Oliveira Fernandes, essas duas salas inacabadas poderiam ser terminadas para abrigar temporariamente as turmas. “Nosso interesse é sempre começar. Os laboratórios estão quase prontos, falta o piso e as aberturas. Poderíamos começar o ano aqui, enquanto isso seria feita a reforma”, ressaltou. Caso isso não ocorra, as turmas não começarão na segunda-feira, 25 de fevereiro, por falta de local adequado. Em meio ao caos deixado pelos trabalhadores por não ter sido concluída a obra uma boa notícia na semana passada foi o recebimento de cadeiras estofadas entregues pela SME.Entenda o Ensino Fundamental de nove anosPrevisto na Lei nº 9.394/96, conhecida como Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), e uma das metas para o Ensino Fundamental no Plano Nacional de Educação (PNE), a ampliação do Ensino Fundamental para nove anos foi discutida pela Secretaria de Educação Básica (SEB/MEC) com as secretarias municipais e estaduais de educação a partir de 2003.Conforme o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa Educacionais (Inep), das crianças em idade escolar, 3,6% ainda não estão matriculadas, entre aquelas que estão na escola, 21,7% estão repetindo a mesma série e apenas 51% concluirão o Ensino Fundamental, fazendo-o em 10,2 anos em média.

A argumentação utilizada no PNE para a implantação progressiva do Ensino Fundamental de nove anos é oferecer maiores oportunidades de aprendizagem no período da escolarização obrigatória e assegurar que, ingressando mais cedo no sistema de ensino, as crianças prossigam nos estudos, alcançando maior nível de escolaridade.Agora os alunos ingressarão com seis anos no 1º ano. Dados do Censo Democrático de 2000 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística apontam que 81,7% das crianças de seis anos estão na escola, sendo que 38,9% freqüentam a Educação Infantil, 13,6% as classes de alfabetização e 29,6% já estão no Ensino Fundamental. A proposta pedagógica é utilizar o lúdico no aprendizado dessas turmas, incentivar a criatividade ao mesmo tempo em que esses estudantes são alfabetizados.

Bruno Chaves inicia com adaptações

Localizada na zona rural a Emef Bruno Chaves irá iniciar o ano letivo com dez alunos no 1º ano do Ensino Fundamental de nove anos no dia 3 de março. A SME ainda não repassou a mobília. O projeto pedagógico está pronto e o regimento interno modificado, assim como as demais escolas do projeto. Conforme a diretora Zeilaine Brum Santana, a sala de apoio foi transformada para abrigar os estudantes do projeto. “Não posso dizer que estamos 100%. Faltam algumas coisas. Mas se sair como o esperado será muito bom. Na próxima semana os professores participarão do curso oferecido pela SME”, informou.

Olavo Bilac apresenta a melhor condição

Há dois anos a Emef Olavo Bilac recebeu reforma. Na época foram construídas duas salas de aula para a Pré-escola, mas a instituição possui apenas uma turma por turno. No ano passado foi utilizada para a quinta série, neste o 1º ano irá usar o espaço. A menor turma ficará na menor sala do colégio. Segundo a coordenadora das séries iniciais, Márcia Beatriz Riechel Schlesener, os livros didáticos já foram repassados, faltando apenas a mobília. Serão 20 alunos em cada turno.

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