domingo, 30 de março de 2008

Dúvida

De onde vem o dinheiro que a Fundação Simon Bolívar usou para comprar as instalações do antigo Frigorífico Anglo e, com isso, virar "sócia" do Shopping Anglo? De onde é que a presidente da Fundação Simon Bolívar, Lisarb Crespo, tirou essa grana toda? A Fundação recebe dinheiro de quem? Os serviços que prestou foram tão rentáveis que sobrou grana para investir num shopping? O que diabos faz o Ministério Público e a Justiça que não questionam isso? O que falta para investigar as contas dessa Fundação e descobrir como é que funciona o milagre: uma instituição que só existe para subsidiar a Ufpel de repente vira "sócia" de um shopping e "se compromete a investir o lucro do empreendimento na Ufpel", de acordo com reportagem publicada na Folha de São Paulo de hoje, domingo? São perguntas simples, provocadas por um cidadão comum, que deseja apenas respostas sobre um assunto que lhe interessa: para onde vai o dinheiro de seus impostos.

Veja abaixo reportagem publicada na Folha de São Paulo. Seria bom que o magnífico reitor a lesse também.

Entorno de lojas dificulta formação, diz professor
Para especialista da PUC, aluno que sai para ver loja perde ambiente de debate

Professora da UnB aponta um "efeito simbólico" das faculdades de shopping, em que conhecimento parece mercadoria a ser comprada
DA REPORTAGEM LOCAL
O aluno que faz um curso dentro de um shopping center pode ter a mesma formação acadêmica do estudante de um campus tradicional, mas corre o risco de sair perdendo na formação pessoal, avalia o professor Fábio Gallo, que coordena o MBA em gestão universitária da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo).
Gallo diz que o ambiente universitário é um "espaço natural de debate político", importante para a formação do pensamento crítico. "Querendo ou não, o aluno está envolvido. Basta freqüentar a biblioteca, a lanchonete, os corredores da universidade. Mas, num shopping, quando sai para ver a vitrine da loja, ele perde essa oportunidade de amadurecimento."
Para a professora de sociologia da UnB (Universidade de Brasília) Fernanda Sobral, a faculdade de shopping tem um forte "efeito simbólico". "Num curso assim, parece que você está numa loja, comprando conhecimento, como se fosse uma mercadoria. Na educação, porém, você também tem de produzir conhecimento", diz ela, que faz parte, na UnB, do Núcleo de Estudos sobre o Ensino Superior.
Segundo a professora, a universidade e o shopping são mundos diferentes. "Shopping é um lugar onde se faz compra. Não é um lugar adequado para a reflexão."Os dirigentes dessas instituições não vêem problema na localização das salas de aula. "O universitário não é mais criança, sabe quando tem de ir para a aula. De qualquer forma, quando ele quer sair da universidade para fazer alguma outra coisa, não precisa estar dentro de um shopping. Ele faz isso onde estiver", afirma Marcelo Campos, um dos diretores da Estácio Participações, que controla a Universidade Estácio de Sá.
"Tanto no caso do aluno que estuda no shopping quanto no caso do aluno do nosso campus central, a freqüência é a mesma. Ele não deixa de assistir às aulas para ir ao cinema", diz Leonardo Placucci, reitor da UniSant'Anna. (RICARDO WESTIN)

2 comentários:

Anônimo disse...

Reflexão, senso crítico, cuidado com o ambiente de aprendizagem...exigir tudo isso na UFPel hoje é uma verdadeira utopia. ou uma piada, para quem conseguir achar graça nisso tudo.

Que triste universidade essa!
Seu principal(?) educador(?) está mais preocupado em aparecer para as manchetes com projetos mirabolantes do que propriamente com a formação dos alunos, a qual, por outro lado, é cada vez mais precária.

nossa imprensa, provinciana, tacanha, servil, em vez de questionar, costuma incensar qualquer 'projeto' lançado, por maior que seja a promiscuidade entre o público e o privado.

e assim, com políticos travestidos de reitores, segue a educação pública brasileira.

aliás, como os serviços da universidade funcionam que é uma beleza, são uma verdadeira perfeição, a última medida da magnifícia administração universitária é a de diminuir a carga horária de todos os servidores para 30 horas, para que ninguém tenha dúvida em quem votar nas eleições que se aproximam. basta ver o site da Ufpel.

parece muito fácil comprar a adesão dos servidores. tomara que não seja.

enfim, cada universidade tem e continuará tendo o reitor que merece...

Anônimo disse...

Claro sempre com melhorias!!