sexta-feira, 14 de março de 2008

Eis o compromisso de Fetter Júnior com a Educação

Reportagem publicada no Diário Popular mostra, sem retoques, o compromisso de Fetter Júnior com a educação. Atente para as declarações do assessor técnico Maurício Aires, que, depois dessas declarações, deveria rasgar o diploma (se tiver). Deixo os comentários para os leitores.

Cidade: Chegada à escola em meio a problemas
Michele Ferreira
As atividades do 1º ano do Ensino Fundamental de nove anos começam comprometidas nas cinco escolas municipais que compõem o projeto piloto. Na Fernando Osório, que seria a sexta instituição, o novo sistema sequer começou e não será implantado enquanto o problema de falta de sala não for resolvido. Não há onde acomodar as crianças, que seguem na pré-escola, como ocorreria pela modalidade anterior. Mobiliário, livros e jogos devem chegar em duas semanas. Enquanto isso, os professores - que passaram por qualificação desde outubro de 2007 - usam de criatividade para desenvolver o trabalho que gerou entusiasmo a pais e alunos.“Estamos providenciando, mas nem tudo que foi planejado chegou a tempo”, explica Evanir Cruz, envolvida na formação pedagógica dos professores, escolhidos a dedo para dar o pontapé inicial no Ensino Fundamental de nove anos na rede municipal. O assessor técnico da Secretaria de Educação de Pelotas, Maurício Aires, garante que até o final do mês a solução de todas as pendências estará encaminhada.
Dotação orçamentária, licitação e empenhos. São vários trâmites burocráticos a respeitar e a SME imprime o máximo de agilidade para ver o novo sistema em vigor e como o planejado, assegura. “Em mutirão, uma sala de aula é construída em quatro ou cinco dias”, defende o assessor. “O atraso não irá ferir o trabalho pedagógico”, sustenta. O Ensino Fundamental de nove anos está calcado no lúdico e desenvolve o processo de alfabetização entre o primeiro e o segundo anos. Por isso haveria tempo de sobra, argumenta.Realizar as obras de ampliação com antecedência, já que as escolas do projeto piloto estavam definidas, teria sido precipitado: “Não tinha como iniciar as obras, sem ver se teria demanda”, afirmou.
Confira o panorama
Fernando Osório - A implantação do 1º ano depende da construção de novas salas, a serem erguidas onde hoje funciona o chalé da pré-escola. Enquanto o espaço não for inaugurado, o projeto não sairá do papel. As crianças ficarão no Pré, como ocorreria sem o sistema previsto pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB). A escola teria condições de oferecer 40 vagas ao 1º ano; 20 em cada turno. Até agora apenas 11 alunos estão inscritos. “Os professores fizeram inclusive treinamento para atendê-los, mas sem as salas estão no apoio de outros colegas, para não ficarem parados”, lamenta a coordenadora pedagógica do currículo, Kátia Leal Ladeira. O mobiliário, esperado com ansiedade pelas seis instituições, não tem nem onde ser acomodado na Fernando Osório. Espaço é o problema número um.Afonso Vizeu - Sem os espaços previstos, o jeito foi partir ao improviso. A turma da tarde divide a sala que, no turno da manhã, é ocupada pela 7ª série e o mobiliário, claro, não é adequado aos pequenos. Os alunos do 1º ano da manhã estão na mesma situação: sem classes ou jogos. O fato de dividirem a sala que à tarde recebe os estudantes da 1ª série, pode confundir a cabeça da criançada. Apesar de ambos lidarem com o universo das letras, as propostas são diferentes e é preciso fazer a distinção, preocupa-se a coordenadora pedagógica, Alessandra Gusmão.Enquanto não chega o material previsto, as professoras se organizam para trazer de casa até tapetes para tornar o ambiente mais atrativo. Ontem, os alunos trabalhavam a letra A, através de música e arte com massa de modelar. Até o momento não existe previsão para as salas que abrigavam o Pré virarem sede ao 1º ano do Ensino Fundamental de nove anos. Desde junho do ano passado estão paradas as obras que implantariam também laboratórios de Informática e Ciências na Afonso Vizeu. O prédio dos fundos, da pré-escola, virou canteiro aos pedreiros, enquanto não passava por reforma. Com o trabalho interrompido, o espaço está mais comprometido do que antes. Agora além de melhorias no forro e alterações nas paredes, o espaço foi invadido pelas formigas.Uma comissão do governo verifica eventuais irregularidades no andamento das obras, já que em relatórios da SME chegaram a constar como concluídas. Ontem à tarde o secretário adjunto, Lino Soares, não soube precisar como está a investigação. A titular, Ana Berenice dos Reis, estava em viagem a Curitiba, onde receberia prêmio. O secretário de Planejamento, Arthur Corrêa, estava em Porto Alegre e também não foi encontrado para dar explicações sobre o caso.
Olavo Bilac - Os alunos ainda estão em período de adaptação e saem mais cedo para se familiarizar com o ambiente escolar. Espaço não é problema. A ansiedade é pela chegada dos jogos pedagógicos e do mobiliário. Para tornar o ambiente mais aconchegante à criançada, a biblioteca ficou vazia. Não há acomodações para consulta. “Serve para os professores pegarem livros, mas os alunos não têm onde sentar”, explica a coordenadora das séries iniciais, Márcia Beatriz Riechel Schlesener. Também, se tivessem, não seriam as classes ideais às crianças maiores e aos adolescentes. Os móveis da biblioteca são próprios à pré-escola.
Bruno Chaves - O projeto pedagógico está pronto e o regimento interno modificado, como nas demais escolas-piloto. Uma sala de apoio foi transformada para abrigar os dez estudantes do 1º ano, mas a espera por material se repete também na zona rural: falta mobiliário e jogos. “Nos empenhamos, mas não posso dizer que estamos 100%”, repetiu a diretora Zeilaine Brum Santana.
Raphael Brusque - A escola da Colônia de Pescadores Z-3 não foge à regra. Está no aguardo de móveis, jogos e livros. Material usado na 1ª série, com enfoque no lúdico, é aplicado ao 1º ano do Ensino Fundamental enquanto a encomenda não chega. No banheiro, também é necessário improvisar, conta a diretora Leone Braga Ferreira: “Estamos colocando estrados, para facilitar o acesso”.
Joaquim Assumpção - A direção da escola preferiu não dar detalhes de como o projeto é implantado, enquanto persistem os problemas de falta de salas. “A informação que temos é de que as obras devem ocorrer entre final de abril e início de maio”, resumiu a vice-diretora, sem falar em número de alunos nem explicar se eles permanecem na pré-escola até lá.

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