quinta-feira, 20 de março de 2008

Receita garantida de sucesso

Primeiro cria-se uma fundação. Depois, pega-se dinheiro público devido à universidade e desova-se na fundação. A partir daí, tudo é permitido, até mesmo a construção de shopping center, onde a fundação, que é mantida com dinheiro público, vira sócia. No fim, é só dividir os lucros. Se, eventualmente o negócio não funcionar, o prejuízo é dos contribuintes. É o Brasil ao contrário. A propósito: a reportagem do Diário Popular não informa o montante dispendido pela Ufpel no negócio. O material disponibilizado pela Ufpel não trouxe a informação? De qualquer maneira, ela é pública, muito embora nenhum dos envolvidos se empenhe em divulgar. Gostaria de saber quem é que pagou o material de construção que já está nas portas do frigorífico Anglo.
É lamentável que o Ministério Público não tenha força ou vontade suficente para barrar esse escândalo em curso. Será que uma investigaçãozinha mínima não vai encontrar irregularidades aos montes nessa operação? A fundação Simon Bolívar é idônea o suficiente para gerir esse negócio, mesmo com todas as ações em curso junto à Justiça? Se, mesmo assim, não houver qualquer impedimento, é de se conformar com o país. É o Brasil do avesso.

Deu no Espeto Corrido
INVESTIMENTOS - Entusiasmado com o início das obras do futuro shopping no Anglo, reitor da UFPel, professor Cesar Borges, projeta seqüência de muito trabalho e conquistas para a instituição. Confirma investimentos de R$ 128 milhões em até três anos, para prédios, aquisições de materiais e pessoal. Hoje, a Universidade Federal de Pelotas é a quarta universidade no País que mais recebe recursos do Governo Federal.

Cidade: Shopping Anglo Porto deve gerar R$ 4,5 milhões por mês à UFPel (Diário Popular)
Camila Weinmann
Começou a chegar ontem o material que será utilizado nas obras do Shopping Anglo Porto. O empreendimento idealizado pela Fundação Simon Bolívar (FSB) será construído na área do antigo frigorífico, para onde também serão transferidas unidades acadêmicas da Universidade Federal de Pelotas (UFPel).Quando o centro comercial estiver em funcionamento, a UFPel será uma das beneficiadas. Como sócia do negócio, a FSB terá participação de 15% nos lucros e pretende reverter a verba para a implementação de projetos na Universidade. O faturamento mensal estimado à instituição de ensino é de R$ 4,5 milhões.Os sócios-investidores são a Construtora Arce Ltda, de Curitiba, e a VS Planejadora e Administradora de Shoppings, com sede no Rio de Janeiro, responsáveis pelas obras e pela administração comercial, respectivamente. Juntas, as empresas somam 85% da sociedade e terão um rendimento de R$ 25,5 milhões mensais.A fundação adquiriu a área de 12 hectares e foi responsável pela captação de parceiros. Em caráter de permuta, cedeu 33 mil metros quadrados para a construção do shopping center, obtendo 15% na sociedade. O Ministério Público Estadual (MPE) foi acionado através de pedido de Alvará Judicial e a Promotoria de Justiça emitiu parecer autorizando a transação. Lançamento comercial.
O lançamento comercial do Shopping Anglo está previsto para o dia 29 de abril. Daqui a aproximadamente 15 dias será montado um escritório para receber os comerciantes interessados na locação de espaços.O empreendimento terá mais de 150 lojas, estacionamento para 2.200 carros, seis salas de cinema, praça de alimentação com 600 lugares e píer com quatro restaurantes às margens do canal São Gonçalo. Contará ainda com supermercado, academia, centros médico e bancário, parque de diversões e jogos eletrônicos. Estima-se a geração de 1,1 mil empregos diretos e 3,3 mil indiretos. A inauguração está prevista para abril de 2009.

Um comentário:

Consultor disse...

Ola Irineu,
Gostei muito de ler o que escreveste, alias, licitações que já vem acontecendo dentro da fundação são bastante suspeitas, veja o caso de uma das Ultimas licitações para equipamentos de informatica, para a universidade federal de Pelotas... Um Pregão eletronico ocorreu, tudo foi devidamente feito, empresas vencedoras, SUCESSO em todos os sentimos, com certeza mais de 3 milhões estava sendo investido! Tudo estaria certo, se em um determinado momento todos os processos licitatorios não estevessem sendo impedidos pela Justiça, por motivo de um processo, de uma empresa Paranaense que nem veio a participar da Licitação... e qual o motivo do Processo?? A denuncia de que a Fundação não teria firmado um contrato com a Unipampa que era mais do que necessario para que o pregão ocorresse. Ai te pergunto?! Como uma empresa do Parana estava sabendo de um contrato que é estremamente burocratico e secreto? que somente a alta administração das instituições saberiam!!!! Por que o interesse de que esse dinheiro esteja parado por algum tempo na conta da fundação para alegria de alguns banqueiros que com certeza será bastante generoso na hora de recompensar aqueles que o fizeram o investimento!
Estão usando o nosso dinheiro como peteca... vai cair na mão de quem da proxima vez?
Abração!