segunda-feira, 30 de junho de 2008

Rabo preso

Leia abaixo editorial de hoje publicado no Diário Popular. Nele, o editorialista aplaude o requerimento que será enviado à Assembléia gaúcha pelo deputado Nélson Härter de criação de uma comissão para investigar repasses de dinheiro público para as ONGs, especialmente aquelas ligadas àquele movimento de espertalhões, chamado MST e igualmente àquele outro, a Via Campesina. A atitude do deputado, assim como a do jornal, é louvável. A pergunta agora é: quando é que o deputado Nélson Härter - ou qualquer outro - vai querer investigar o repasse de verbas públicas para a Ufpel e à Fundação Simon Bolívar? Quando o Diário Popular vai defender uma ação como essa? Quem tem o rabo preso?


Editorial
Uma comissão de representação externa para investigar repasses de dinheiro público para ONGs, em especial às ligadas ao MST e à Via Campesina, será proposta à Assembléia Legislativa do Estado. O requerimento é do deputado pelotense Nélson Härter (PMDB) e já conta com assinaturas suficientes para tramitar. Conforme cálculos iniciais em poder de Härter, os valores questionados se elevam a R$ 40 milhões e obviamente preocupam representantes de diversos partidos, assim como do Ministério Público do RS. O requerimento chega à Casa em meio a discussões que se estendem nos planos jurídico e político desde dezembro do ano passado, quando foram propostas ações articuladas contra o MST, pelo Ministério Público Federal de Carazinho, Conselho Superior do Ministério Público do RS e Estado-Maior da Brigada Militar, caracterizando o MST e a Via Campesina como organizações criminosas e, por conseqüência, pedindo sua extinção. Essas ações, é oportuno esclarecer, decorrem de investigações realizadas pela Brigada Militar, por dois procuradores de Justiça e do voto-relatório do procurador Gilberto Thums nos autos do processo no 16315-09-00/07-9. Elas incluem desde logo a suspensão das marchas em massa do MST e a punição dos integrantes e dos líderes dos acampamentos pela prática de crime organizado e uso irregular de recursos públicos.Em defesa do MST, o coordenador do Núcleo Agrário Nacional do PT e ex-presidente do Incra, Osvaldo Russo, aponta a existência de uma “conspiração contra o MST e a reforma agrária, a serviço de forças latifundiárias e nazi-fascistas do Estado”. Ele diz que se trata de uma “perseguição institucional e política contra legítimo movimento social de defesa da reforma agrária e dos direitos dos trabalhadores rurais”. Por sua vez o deputado Jerônimo Göergen (PP), o segundo a apor sua assinatura à moção de Nélson Härter, reconhecidamente experiente na área e cansado de enfrentar tais alegações, quer saber, preliminarmente, por que o Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra) não retira invasores já identificados da fila de candidatos a assentamento, como a lei determina. E, em contraposição às palavras do líder petista, justifica que as medidas preconizadas para obstar as ações do MST se assentam no cumprimento do dever constitucional de preservar a sociedade dos atos de violência praticados nas invasões, sem interferir no posicionamento ideológico de esquerda defendido por seus integrantes. “O problema - observa - é que o MST anda com foice e tem aulas de guerrilha.” E assim expõe uma verdade irretorquível: os componentes do MST agem como se fossem organizações paramilitares, invadindo e depredando propriedades particulares e órgãos públicos e cometendo outros atos criminosos, em flagrante atentado à ordem e à segurança pública. Na seqüência da polêmica que envolve o problema, eis que surge, na Assembléia Legislativa, comissão específica para esclarecer uma nova faceta da complexa questão agrária. Referimo-nos aos possíveis desvios de recursos públicos, através das ONGs, supostamente utilizados pelo MST com objetivos políticos e ideológicos, a pretexto de acautelar os justos anseios dos trabalhadores, vítimas da lábia de falsos arautos da paz social. Oxalá esse órgão possa cumprir com êxito sua missão, apontando os responsáveis à Justiça e formulando sugestões ao Poder Público para evitar a evasão criminosa de recursos do erário.

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