quinta-feira, 5 de junho de 2008

Atenção secretariado e pessoal comissionado

Atenção: vai ter power-point na próxima segunda-feira. Fetter Júnior vai fazer reunião. É dia de caprichar na dose de café (dêem uma passadinha no Café Aquarius e tomem um puro - e duplo) para evitar de dar vexame e dormir nas cadeiras.

2 comentários:

Anônimo disse...

Depois de a CPI do Detran divulgar, na tarde desta sexta-feira, a gravação que aprofundou a crise no governo Yeda, o chefe da Casa Civil, Cézar Busatto, se defendeu com ataques verbais ao vice-governador Paulo Feijó. Na Assembléia, foram exibidos trechos de uma conversa entre os dois — captados pelo gravador digital de Feijó em 26 de maio, no Palacinho —, em que Busatto fala sobre como partidos se beneficiam do dinheiro de estatais, entre outros temas.

— Estou me sentindo vítima de uma verdadeira armação, tocaia, de uma armadilha safada — disse Busatto, alegando que Feijó falava de forma treinada, com frases previamente preparadas:

— O vice-governador é um mau caráter. Ele não é um homem honrado.

Segundo Busatto, um dos seus objetivos na conversa era harmonizar a relação entre Feijó e Yeda. O outro era evitar uma CPI do Banrisul que "seria desastrosa para a credibilidade financeira do banco" e "poderia levar inclusive à quebra". Seis dias antes, o vice havia pedido o afastamento do presidente do Banrisul, Fernando Lemos, alegando que a instituição mantinha contratos irregulares com a Fundação de Apoio da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Faurgs). Lemos chegou ao posto no governo Germano Rigotto (2003-2006) e foi mantido pela governadora Yeda Crusius.

Na conversa de aproximadamente 20 minutos, Busatto questiona as "condições" de Feijó para que se evite uma "ruptura definitiva" com Yeda, já que os discursos de governadora e vice estavam desalinhados desde o início do mandato. Feijó fala que "não há condição nenhuma", que quer apenas participar das decisões e coloca o dedo em uma ferida que vem sangrando nos últimos meses. Confira alguns trechos transcritos:

— Por que encobrir o Detran (...) antes de eu entrar na política, nós já sabíamos que havia esse esquema no Detran. Todo mundo sabia, era público, por que não querer mudar?

O vice também cita o Banrisul:

— Desde 2003, eu sei que existe uma quadrilha no Banrisul. Por que não querer mudar?

Busatto rebate, questionando o porquê de Feijó não ter tornado públicas as acusações ainda em 2003, durante a gestão de Germano Rigotto. Feijó argumenta que na época era apenas um "empresário médio do Rio Grande do Sul, presidente da Federasul", o que não lhe dava força suficiente para "bater de frente com o governador do Estado":

— Hoje eu me sinto responsável pelo governo que está aí, eu fui eleito junto com a governadora (...).

Feijó emenda dizendo que, mesmo tendo sido deixado de lado, "isolado", sugeriu à governadora que lhe ouvisse antes de manter Lemos no cargo:

— Ela não tinha interesse nisso, então cada um que faça suas interpretações, porque ela não tinha interesse em mexer no Detran — diz Feijó.

Busatto rebate: (inaudível) quanto a isso, eu tenho bastante convicção nisso. A governadora, eu acho que (inaudível). Mas eu sinto muito isso em Porto Alegre: um pequeno partido, mas que ganha uma eleição dessas, que precisa governar com maioria para poder viabilizar seu governo, que é um pouco o caso do DEM, que nunca governou o Estado,...

Feijó: Sim, não tem base partidária na Assembléia.

Busatto: É. Acaba tendo que fazer concessões importantes. Os partidos aliados são os grandes partidos do Estado.

Feijó: E eu não tenho dúvida disso.

Busatto: Tu pegas tanto o Banrisul quanto o Detran, são alguns...

Feijó: Claro, são os dois maiores. Fora o PT.

Busatto: Tu concorda que (inaudível) o PMDB e o PP.

Feijó: Claro.

Busatto: Então, entre nós, podemos deixar isso claro. Eu não tenho dúvida de que o Detran é uma grande fonte de financiamento.

Feijó: Do PP?

Busatto: Não é verdade? E o Banrisul, com certeza, né, nesses quatro anos. Eu até acho que, de repente, a governadora pode até ter pensado nisso, mas eu te digo uma coisa: dois partidos (inaudível) o Estado como é que isso (inaudível). Então, assim, eu não creio que a governadora seja totalmente responsável por tudo isso, compreende? Quer dizer (inaudível).

Feijó: Sim, é melhor deixar assim, então?

Busatto: E outra coisa: o custo que teria ela ter que romper com Zé Otávio... Pedro Simon... (inaudível)

Feijó: Sim, para mim tá claro, ela rompeu comigo e se abraçou com o Simon na época lá, quando ela pediu que eu renunciasse.

Busatto: É, é... mas eu quero te dizer o seguinte: não sei se isso é só uma maldade dela, compreende? Ou...

Feijó: Agora eu te pergunto o seguinte...

Busatto: (inaudível)

Feijó: Busatto, agora eu te pergunto o seguinte...

Busatto: Se tivesse sentado naquela cadeira e, se não tiver 30 votos, mas 27 votos, 28 votos na Assembléia, eu não governo... entende? É uma opção difícil.

Feijó: Ok, politicamente eu concordo, agora, eu não posso ser conivente com isso. Não na questão política, mas com a questão de roubo, desvio. Não pode. E ela está sendo. Por questões políticas? Não sei. Ou por interesse financeiro? Não sei. Ou pelos dois?

Busatto: (inaudível) de se misturar, porque tu sabes, assim, que essa (inaudível). Muitos entraves.

Feijó: Eu sei.

Busatto: (inaudível) ...o foco que tem que ter esse assunto. E o PDT tem suas (inaudível).

Feijó: Ô, Busatto, eu tô num mundo que não é meu. E eu não me acostumo com isso.

Busatto: (inaudível) Tu essencialmente tá certo. Te digo assim: (inaudível) há coisas que tu não faria se não tivesse se inviabilizado. Chega uma hora que isso se torna insuportável (inaudível), isso começa a te (inaudível) tiver doente, doente no sentido de que vai ficar uma contradição (inaudível) a consciência e (inaudível). Tu tá essencialmente certo, essencialmente certo. Não quero nem entrar no mérito dela. Eu conheço e sei que (inaudível), embora a lógica da política, ela é cruel. E eu não sei se ela mudará tão cedo (inaudível) Ministério Público (inaudível). Não sei se é uma boa saída, aliás eu não sei se tem como sair agora disso. É muito difícil essa questão. Compreendo a tua disposição, mas eu acho assim, Paulo, não é uma posição só da Yeda, que tem seus problemas (inaudível). Todos os governadores só chegaram aqui com fonte de financiamento - hoje é o Detran, no passado foi o Daer. Quantos anos o Daer sustentou?

Feijó: Não sei.

Busatto: Na época das obras, (inaudível). Depois foi o Banrisul, depois...

Feijó: A CEEE.

Busatto: Depois a CEEE (inaudível). Se tu vai ver...

Na entrevista coletiva que concedeu por volta das 18h30min, Busatto disse que as declarações não eram nada mais que que uma análise política. Admitiu que o PSDB teve que fazer uma "partilha política" de cargos entre os demais partidos para conseguir maioria na Assembléia e "poder governar":

— São milhares de cargos em comissão, que, repartidos entre as grandes organizações, como é um Banrisul, um Daer, um Detran, uma CEEE, as secretarias. São mais de 2 mil, 3 mil cargos em comissão. Eles são, sim, financiamento para os partidos, financiamento de campanha. Cada CC tem que pagar 10%, 20%, 30% do que ganha para sustentar os grandes partidos.

Apesar de "abominar" essa maneira de se fazer política, o chefe da Casa Civil disse ter que "trabalhar dentro das regras do jogo". Em outro ponto controverso do diálogo, Busatto pergunta a Feijó "qual o custo" para que o vice encontre um "modus vivendi" de seguir no governo, aliado às posições de Yeda, mas sem romper com suas convicções. Na entrevista coletiva, o chefe da Casa Civil ressaltou que não falava em custo financeiro, mas político:

Busatto: (inaudível) Não tem nada concreto. (inaudível). Agora, talvez, nós pudéssemos encontrar um modus vivendi que permitisse tu não romper com as tuas convicções (inaudível) Para tu estar dizendo para ti mesmo, para a tua consciência. Qual é o preço disso? Eu não sei. De repente, o Fernando faz um gesto concreto para ti, não quero pensar alto porque isso não tá no horizonte, né? Mas eu acho que tem que haver alguma coisa concreta que pudesse permitir que... ou outra coisa, quem sabe? (inaudível) Acho que eu estaria disposto a tentar, sei que a governadora é muito complicada, mas, se não for assim, não agüenta esse sofrimento. Se tu não vai abrir mão das tuas convicções... Tu tem as informações. (inaudível) Ela vai pagar um preço alto por isso - talvez mais do que ela merecesse - se tu for ver (inaudível) no Rigotto, no Olívio, Britto... Cada um teve o seu jeito de financiar as coisas. Então assim, eu acho que (inaudível) no Rio Grande. É que na verdade o país inteiro vive esse problema. Então eu queria te consultar se tem um caminho que o governo (inaudível). Eu gostaria de tentar. Não posso dizer assim: "Ah, pô, não deu certo."

Feijó: Eu sempre estive à disposição para contribuir. Agora, eu estou extremamente incomodado com tudo isso, não é nada do que eu esperava dessa atividade política. Tô aberto a ouvir qualquer proposição ou uma demonstração efetiva de que é para valer, não é para fazer de conta.

Na segunda-feira, Busatto deve fazer novo pronunciamento, indicando sua decisão sobre permanecer ou não no governo.

Anônimo disse...

O PP que, conforme cita Feijó, paga campanhas com dinheiro público, é o partido de Fetter Junior e Leila Fetter, não é?!

Hummm... interessante!