Leia abaixo mensagem deixada no Yahoo Groups e outra, mais abaixo, enviada por um leitor deste blog que vai permanecer anônimo. Se, de fato, isso ocorreu, é mais um escândalo na desastrada administração do magnífico reitor César Borges. Aliás, que apito toca uma tal de Liângela Xavier? Ela é do ramo?
Em algum momento, as amarras vão se quebrar e as instituições devidas vão tomar as providências necessárias para defenestrar César Borges do lugar de onde ele jamais deveria ter estado. Fora, magnífico reitor. Poupe a Ufpel de sua magnificência.
De: http://br.groups.yahoo.com/group/socine-brasil/post?postID=m3Gn3pnY5J-bXAJeWeRMSgyMYcS6simEG2FAfwG42_D10V8icAduEQ7e9YDqzmvFqMLXKnh6vZDVCZMvI-wYlEAXfPMb7IY7hiJKPara: socine-brasil@yahoogrupos.com.br
Data: Thu, 5 Jun 2008 09:04:06 -0300Assunto: [socine-brasil]
CARTA ABERTA DE REPÚDIO À UFPEL - UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS
> Carta aberta de repúdio à UFPEL - Universidade Federal de Pelotas> > > >
Na semana passada, entre os dias 26 e 30 de maio, o Instituto de Artes Visuais da Universidade Federal de Pelotas realizou um concurso para professor assistente destinado ao curso de Cinema e Animação, que segue em seu segundo ano de existência. Porém, o concurso, que durou quatro dias e teve como objetivo o desenvolvimento do departamento e de seu novo curso, contou com diversos fatos obscuros e questionáveis.
Na homologação, um candidato foi aceito com titulação em Antropologia Social, quando o edital definia as áreas de interesse e renegava este campo do conhecimento. Mas este candidato oferecia em contrapartida experiência na área solicitada pelo programa. Contudo, o edital é soberano e se havia a possibilidade de abertura de espaço para candidatos de outras áreas seria necessário constar no mesmo como áreas afins, como ocorre em outros programas. Mas até este momento, nada ainda de muito fora do normal.
Os problemas começaram a surgir a partir do primeiro dia, 27/05, na prova de títulos. Alguns candidatos não levaram documentos originais e a banca, formada exclusivamente por professores do programa, não sabia o que fazer nesta hora. Isso representa uma fragilidade no que diz respeito a concursos, o que é inadmissível, pois um resultado errado pode comprometer o desenvolvimento do curso, financiado neste caso pelo Governo Federal.
No segundo e no terceiro dias, 28 e 29/05, o primeiro grande problema. Diferente de outros concursos, a primeira prova realizada na seqüência da de títulos foi a didática, seguida da entrevista. O estranho é que a entrevista serve para tirar possíveis dúvidas da banca. Ora, se as provas ainda não foram concluídas, não hácomo existir dúvidas para desempates, o que injustifica esta seqüência.
No quarto e último dia, 30/05, nova surpresa. A prova escrita, realizada sem que os candidatos conhecessem suas notas anteriores, foi realizada no tempo de seis horas, seguida minutos após seu término pela prova de leitura. No final, os professores da banca entregaram os títulos e combinaram que fariam a leitura e a abertura dos envelopes na terça, 03/06, quando seriam enviados os resultados imediatamente para os candidatos de outras cidades, por e-mail. Porém, até hoje estes resultados não foram enviados. Além disso, seria difícil fazer a cerimônia de abertura de envelopes que nunca foram fechados, ao menos com a presença dos candidatos.
Bom, com muita insistência dos candidatos, acabamos descobrindo o resultado da "abertura" dos envelopes por um dos três candidatos de Pelotas que pôde comparecer à cerimônia. Neste momento, começam as maiores controvérsias. O primeiro lugar, Guilherme Carvalho da Rosa, e a segunda colocada, Cíntia Langie Araújo, todos professores substitutos da instituição, foram os vencedores com notas 10 em quase todos os quesitos. Ocorre,contudo, que a prova de títulos tinha peso 4 na avaliação, e a produção científica de ambos era a mais baixa entre todos os candidatos, e de forma gritante. Enquanto ambos possuem quatro publicações em revistas científicas e apenas um ano e meio de docência, outros candidatos apresentavam produções que chegavam a 12 anos de docência e doutorado (enquanto ambos possuem apenas a graduação e o mestrado recém-finalizado) e até 35publicações sobre o tema e em revistas Qualis Internacional. Tal resultado demonstra que, apesar da subjetividade possível na avaliação das provas escrita e didática (que em momento algum foi definido o objetivo das mesmas), o mesmo merece atenção. A prova de títulos é matemática, clara. Mas o que ocorreu demonstrou ao menos uma deficiência aritmética da banca julgadora. Seria somente isso, se os professores não fossem os substitutos da mesma instituição, o que é lamentável. O curso, como foi dito, é de uma universidade federal,financiado pelo Governo Federal, dos paulistas, cariocas e mineiros, e não somente pelos gaúchos. Além disso, é um curso novo que poderia dar força aos estudos sobre cinema no Brasil, principalmente se obtivesse, a partir de uma contratação justa e limpa, docentes de peso para tal tarefa.
Fica aqui minha lamentação, por ver um curso novo que tinha tudo para obter bons resultados no campo do cinema começar desta forma, com os conhecidos vícios do meio, presentes em algumas instituições brasileiras.Como brasileiro, jornalista, estudioso no campo do audiovisual e documentarista, deixo meu grito de repulsa a esta realidade que ainda assola a academia. Mas como tenho a esperança de que isso ocorra de forma clara nos próximos processos seletivos, peço para que todos estejam atentos. Afinal, o Brasil ainda é "nosso" e fazemos parte do processo de construção do mesmo, que precisa ser digno, ético, claro e justo, para todos.
Denis Porto Renó
Associado SOCINE - Nucleado em Audiovisual - Intercom
Membro-fundador da Red INAV - Rede Ibero-americana de Narrativas Audiovisuais
Mensagem via e-mail enviada por um leitor que permanecerá anônimo
Caros colegas e amigos,
Repasso na íntegra o e-mail recebido na semana passada do colega Denis Renó (Carta aberta de repúdio à UFPEL – Universidade Federal de Pelotas), professor e pesquisador residente em São Paulo, que participou com outros candidatos da seleção para o cargo de Professor Assistente, junto ao Departamento de Artes Visuais, área de Audiovisual (Captação e manipulação de imagens), no Curso de Cinema e Animação da UFPEL - Universidade Federal de Pelotas, RS.
Repasso esta denúncia, pois da mesma forma que a maioria dos outros candidatos, parece-me claro que o processo seletivo transcorreu com várias irregularidades e principalmente, não teve a seriedade e transparência necessárias a um CONCURSO PÚBLICO, o que causa tristeza e indignação. Entendo também, que estando envolvido num caso desses, direta ou indiretamente, não é possível ficarmos isentos ou indiferentes.
O fato é que estavam participando de tal concurso, vários candidatos do RS (não residentes ou nascidos em Pelotas...) e de outros estados. Entre eles, alguns com larga experiência em sala de aula, outros com vasta experiência e atuação acadêmica e candidatos com reconhecida e respeitada produção em cinema e vídeo. E a despeito da contribuição inequívoca que poderiam dar a um Curso de Cinema e Animação recém criado e sem um quadro de professores ainda formado, foram preteridos pela banca examinadora, que preferiu, com procedimentos questionáveis e possivelmente sem as devidas formalidades exigidas para um CONCURSO PÚBLICO e FEDERAL, colocar em 1º e 2º lugares no concurso, dois candidatos, coincidentemente, residentes em PELOTAS e ainda por cima, dois candidatos que são PROFESSORES SUBSTITUTOS do referido curso...Na prova de títulos, pelas notas que tomamos conhecimento, parece não ter havido o rigor e objetividade desejáveis.
Quanto às notas obtidas pelos dois candidatos de Pelotas (classificados em 1º e 2º lugares) na prova escrita – lida para a banca com a presença de todos candidatos – estas foram “incompreensivelmente” altas, enquanto as notas de outros candidatos, com provas irretocáveis, em sua forma e conteúdo, foram “incompreensivelmente” baixas... Além de tudo, as notas não foram dadas ao final das provas e lacradas para abertura ao final do processo, como se exige em várias outras universidades. As notas e a classificação final foram divulgadas apenas 4 (quatro) dias após o término do concurso...Em um concurso desse porte (professor assistente de uma universidade pública) não seria no mínimo uma obrigação que a banca tivesse conhecimento e formação na área a que o concurso se efetua? Das três professoras da Banca Examinadora, duas não tem a formação e nem Pós-graduação na área do cinema - são professoras do curso de Design e Artes. A terceira, com mestrado recém concluído na área do cinema (em 2006), é professora assistente (mesmo nível do concurso) do Curso de Cinema, recém contratada, e portanto ainda em estágio probatório na Universidade.
Não seria legítimo perguntar se esta banca realmente teria condições de proceder a um julgamento isento e tecnicamente satisfatório das qualidades e conhecimentos dos candidatos?
Tornando públicas estas questões, espero que sejam apuradas tais irregularidades e que em próximos concursos dessa universidade, seja garantido um processo justo e transparente.