sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Prezado ministro da Educação Fernando Haddad

Em breve, aterriza em Brasília um documento preparado pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade Federal de Pelotas (Ufpel) com a relação de todas as irregularidades cometidas pelo reitor César Borges, que o sr. deve, certamente, conhecer.
Anexo, provavelmente, irão imagens e relatos da truculência de César Borges ao solicitar a Tropa de Choque para entrar na universidade pública, de todos os brasileiros, a fim de garantir sua permanência no cargo.
Além da documentação que o DCE vai enviar (totalmente retirada de acórdãos e decisões do TCU e que sua assessoria, talvez por algum cochilo não colocou no briefing diário), esta entidade estudantil quer que a lista tríplice, enviada pela universidade ao ministério para que o sr. referende o nome de César Borges, seja considerada inválida. E mais: que o processo democrático de consulta à comunidade acadêmica amplamente utilizado em eleições passadas seja retomado.
Naturalmente, sr. ministro, não é necessário dizer que a recondução de César Borges ao cargo é um equívoco e um desgaste desnecessário para o sr., seu ministério e o governo que o sr. representa (lembre-se do episódio da Unifesp e da UnB. A Ufpel logo, logo, estará na mídia nacional também e aí a conversa será outra). Não apenas isso: se o sr. referendar esse nome, envia um recado muito claro de que coaduna com essas irregularidades - já apontadas pela Justiça e que o sr. terá o desprazer de verificar - se é que já não sabe.
Sr. ministro: sei muito bem que a política é uma arte complicada. Mas as circunstâncias em que se apresentam os fatos vão facilitar a sua decisão. Não existe outra alternativa a não ser rejeitar a lista tríplice. E assumir o processo eleitoral na Ufpel dentro das normas que, imagino, sejam muito caras às maiores universidades do mundo: a gestão democrática, com a plena participação da comunidade.
Todos aguardamos com muito interesse a sua decisão, caro ministro.

PS.: se tiver algum tempinho, dê uma olhada no dinheiro que o governo federal, por meio de seu ministério, repassa à Fundação Simon Bolívar. E o que diz o Tribunal de Contas da União a respeito disso. Peça à sua assessoria os acórdãos do TCU. Ela deve mantê-los guardados.

Até mais e disponha,

Irineu Masiero

Um comentário:

Anônimo disse...

gostaria de demostrar minha desilusão com o prouni, com pode ser universidade para todos se pessoas que estudaram parte em colegio particular,não podem participar,mesmo a renda sendo baixa,a renda sendo baixa ja não é motivo suficiente para concessão de bolsa?