Faz o que digo mas não faça o que faço...
Editorial do Diário Popular de hoje
A Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) do Governo Federal tem um orçamento de R$ 154 milhões para publicidade em 2008, sem incluir os recursos de estatais, como Petrobras, Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil. O orçamento destina-se à publicidade institucional, como as campanhas sobre o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o Bolsa Família e o Luz para Todos, conforme informações da Associação Nacional de Jornais (ANJ). Um balanço apresentado pela Secom mostra que, em 2006, o Governo Federal gastou R$ 1,015 bilhão em publicidade, incluindo estatais, um aumento de 5,48% na comparação com o ano anterior. Esse aumento se deve ao crescimento dos investimentos das estatais, que representa 76% do total. Deste total, 15% a 17% são investidos nos jornais. Em recente palestra da ANJ, o ministro-chefe da Secom, jornalista Franklin Martins, assegurou que a intenção do Governo Federal é investir seus recursos publicitários na imprensa diária sem desconsiderar a importância dos veículos de caráter regional. As peças publicitárias seriam específicas para cada região ou estado. Este critério é de suma importância para fortalecer a democratização da informação. Torná-la acessível a todas as pessoas. A diversidade de mídia é fundamental para a sociedade ter uma informação idônea. O monopólio da informação só interessa aos que são favorecidos por ele. Em meados de 2007, o comando da distribuição da publicidade do Governo Federal passou para a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República. O Governo anunciou que abriria um debate sobre como criar critérios objetivos para atingir veículos regionais, comunitários e educativos. Atualmente, os índices de audiência e circulação disponíveis excluem praticamente todos os veículos regionais. O objetivo da secretaria é buscar maneiras de medir o retorno da publicidade para esse público como forma de concretizar uma política de democratização da comunicação. O Diário Popular é um dos poucos jornais do interior que têm sua circulação auditada pelo Instituto Verificador de Circulação (IVC), uma empresa sem fins lucrativos que tem por objetivo proporcionar autenticidade às circulações de publicações.Franklin Martins entende que as novas regras precisam dar segurança para os gestores públicos investirem os recursos públicos. Segurança de que a União está colocando dinheiro em uma mídia que tem o alcance desejado e está fortalecendo uma democratização dos meios de informação, que também deve ser o objetivo de uma política de governo.Nos últimos anos, o avanço do debate social sobre a comunicação recolocou na pauta o conceito de direito humano à comunicação. Exemplos disso são seminários como o promovido recentemente pela Câmara dos Deputados e a Campanha Cris (Comunication Rights in the Information Society - Direito à Comunicação na Sociedade da Informação). O presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva disse que ampliar o acesso à informação é um dos “mais sagrados direitos democráticos”. Segundo ele, o maior dos desafios do jornalismo continua sendo o mesmo, desde o tempo dos primeiros jornais até a era da revolução digital em que vivemos: a missão de informar com independência, precisão, imparcialidade e eqüidade.
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