A água suja de Pelotas
A água continua suja em Pelotas. Autoridades - diga-se o prefeito Fetter Júnior e o diretor-presidente da Sanep, Ubiratan Anselmo - não economizam óleo de peroba na cara quando falam - e como falam - que o problema está solucionado. Não está. A água está suja de esgoto e excesso de manganês, sr. prefeito, e o sr. não teria coragem de tomá-la ou oferecê-la à sua família. Aliás, com toda essa convicção, seria interessante ver o prefeito engolir um pouco dessa água suja que ele insiste em não ver. E que não vai tomar. Afinal, ele é da turma que apenas "torce pela população".
Fui demitido
Do Diário Popular, mas a água continua suja. Por mais que se queira limpá-la pelos jornais e noticiários de TV, ela se mantém imunda. E assim vai permanecer por um bom tempo. Certas sujeiras não se limpam do dia para a noite.
Berço esplêndido
O que faz a Promotoria Pública de Pelotas que até agora não moveu uma palha para saber o que acontece com a água que os pelotenses são obrigados a consumir?
CPI
Falar em instalação de uma CPI na Câmara é brincadeira, principalmente se depender dos "irmãozinhos", ou seja, vereadores espertos que conhecem o jogo e o fazem com esmero quando apostam na vaidade inerente aos seres humanos. São os mesmos que querem computar - se é que me entendem - vantagens mesmo que à custa da desgraça da população. Alguém imaginaria uma outra atitude dessa Câmara pelotense? A pergunta que não quer calar é só uma: a quem eles servem? Bem, talvez coubesse uma outra: para quê eles servem? Seria interessante ver a Câmara lotada de cidadãos a exigie que se investigue esse escândalo.
Bem...
De qualquer maneira, a água suja de Pelotas é um fato consumado. E, certamente deverá ser utilizada com ênfase pela oposição nas próximas eleições. E negada pelo prefeito Fetter Jr, como o fez solenemente em um programa da TV Pampa e no jornal de sua propriedade, como se quisesse moldar a realidade à sua vontade. É lamentável que um problema desse tipo venha a ser motivo de campanha política, mas sem dúvida, serve para abrir os olhos da população para o que de fato ocorre na cidade e que muitas vezes é escamoteado pelas autoridades. O que não deixa de ser estranho: com um batalhão de jornalistas na assessoria de imprensa da Prefeitura, pagos pelo povo, a Administração se limita ou a ditar normas - basta ver o festival de releases que são despejados - e publicados diariamente pelos jornais locais - como também informar assuntos da mais importante relevância, como, por exemplo, a visita do alcaide a uma das secretarias. A propósito: a assessoria de imprensa do prefeito Fetter Júnior ainda não avisou a população dos riscos da ingestão da água contaminada com manganês. Isso é irresponsabilidade.
Chega de água
E a questão dos laptops na Câmara, hein? Será que o presidente da Casa, Otávio Soares, terá coragem de tocar a mordomia adiante?
Esquisito
No meu último dia no Diário Popular recebi uma carta anônima. Interessante e esquisita ao mesmo tempo, a missiva relatava, em detalhes, com nomes e situações, algumas supostas ocorrências escandalosas que teriam acontecido na UFPel. Não me lembro o nome da pessoa, mas era o caso de um funcionário extremamente ligado ao reitor, que, por conta desse relacionamento especial, teria um bom ramo de sua árvore genealógica empregada na instituição pública. Esta pessoa também teria viajado com o reitor para a Europa, participado do grupo que elaborou o exame vestibular para o curso de Gestão Pública (que também é esquisito: onde já se viu reserva de vagas para a própria instituição?) e ao mesmo tempo participado do concurso, cujo resultado deve sair em breve. A carta é preciosa em detalhes e está à disposição do reitor no Diário Popular, onde a deixei em cima da mesa, é só perguntar para o pessoal valoroso que ficou por lá. A propósito: o Ministério Público também recebeu uma cópia. Será que alguém vai investigar a veracidade dos fatos? Duvido. Lembrete: a UFPel é a mesma que teve barrados pela Justiça (felizmente) o envio de verba pública à famosa Fundação Simon Bolívar até que os repasses ficassem devidamens esclarecidos. Quem viver, verá.
Bobagem
Carteiros que entregavam cartas e encomendas no Dunas deixaram de fazê-lo por falta de segurança. A solução encontrada pelos espertos da administração dos Correios foi acomodar as correspondências em sua sede e avisar os moradores - sabe-se lá como - para que viessem buscá-las. Ou seja: ao invés de procurar a causa do problema e enfrentá-lo com a exigência de segurança por parte das polícias, enfiaram a cabeça no buraco igual aos avestruzes e soltaram essa pérola. Ainda bem que a brincadeira durou pouco.
Como ficou?
E a Santa Casa, hein? Será que ficou totalmente solucionado o problema da cobrança da "taxa de adiantamento de exames solicitados pelos SUS? Teve diretor que bateu no peito e disse que pediria demissão se fossem encontradas irregularidades. O problema não está em encontrar. A questão é procurar.
7 comentários:
o grande irmão zela por ti, camarada!
Olá
Você não me conhece, mas acompanho seu trabalho... sou pelotense, jornalista e trabalho em rio grande, onde o DP pretende ampliar suas asas.
Todos os dias entro no site do conceituado jornal para saber mais sobre minha cidade, e como boa "fuxiqueira", acabei encontrando teu blog.
Te admiro por assumir publicamente os problemas internos e as exigências do líder do executivo pelotense.
Quanro a água, já disse para minha família que é melhor não consumí-la "mas saiu no jornal que a água está boa", disse minha ingênua mãe. Foi quase que em vão, não fosse minha luta em tentar explicar o óbvio.
Espero que um dia sejas realmente valorizado. Saibas que há alguém que sempre acompanhará este blog, atenta.
Até mais
Sr Irineu!
Me chamo Antônio Carvalhal e sou estudante de jornalismo do 7º semestre na UCPel.
Acho a idéia do seu blog magnífica e gostaria muito de ter um contato direto com o sr para uma possível palestra na universidade,onde se pudesse esclarecer algumas questões sobre as diferenças entre o mundo acadêmico e o mercado de trabalho, idéia essa já executada com o professor Juremir Machado da PUC-RS.
Creio que o senhor possa contribuir, e muito, no "clareamento" em algumas idéias que se tem sobre o que é de fato uma empresa familiar e onde o jornalista se posiciona nesse meio.
Obrigado e parabéns pela siceridade!
accarvalhal@gmail.com
Lembro dos tempos de colégio: a aguá é insipida, incolor e inodora.
Agora abre-se aspas "menos em Pelotas."
Mas essa questão da aguá é bem maior...nao só Pelotas, mas o planeta inteiro vai acabar por sofrer as consequências da poluição e má utilização de recursos hidrícos, não so parte da população mas do próprio poder público, como no caso da transposição do Sanep, que é irresponsável a longo prazo, já que nao pensa na preservaçao e no uso inteligente da aguá que capta.
Nenhum político quer um racionamento no curriculo, custe o que custar, doa a quem doer.
E segue o circo...
rá!
Perdemos uma batalha
(um revolucionário) mas não a guerra.
Assim que der me manda um mail para que continuemos batalhando, pelos ciclistas, e pelotenses, mesmo que muitos deles sejam inertes...
Att.
Horacio
abs : horacioseveri@yahoo.com.br
Sr. Irineu Masiero: porque será que nenhum dos jornais de Pelotas publicou a notícia abaixo, que consta no site do Ministério Público Federal(www.prrs.mpf.gov.br)?
Mas, como se vê na edição de domingo do Diário Popular, mais importante é a situação da Universidade do Vale do Rio Doce, e bajular um pouco a ex-reitora da Ufpel...
2007-04-27 13:01:53
MPF recomenda cancelamento de projetos que permitem a prática de nepotismo na Ufpel
O Ministério Público Federal recomendou à Reitoria da Universidade Federal de Pelotas (Ufpel) e a duas de suas fundações de apoio(a FAU e a Fundação Simon Bolivar), o cancelamento de dois projetos que vêm sendo usados para a contratação de pessoal sem concurso público. O procurador da República em Pelotas, Max Palombo, explica que “as contratações são ilegais por si só, já que a lei das fundações de apoio veda a contratação de pessoal pelas fundações de apoio para o desempenho de atividades permanentes na universidade”.
Além disso, acrescenta ele, se constatou que muitos parentes de ocupantes de cargos de direção na Ufpel estão trabalhando nas fundações de apoio, sem nenhuma espécie de processo seletivo. Um dos detentores de um cargo de direção é um vigilante, sem formação superior, que foi nomeado pela atual administração como diretor de um Centro de Pesquisa da universidade, e que conseguiu que fossem nomeados sua esposa e três de seus irmãos, sem nenhuma espécie de seleção, para ocupar cargos nas fundações, através dos 'projetos' das fundações de apoio. Já um Pró-Reitor da Universidade tem seu filho desempenhando funções de técnico de informática junto a uma fundação de apoio.
O Ministério Público Federal estabeleceu prazo de cinco dias para que o reitor da Ufpel se manifeste sobre o atendimento à recomendação, que pede a exoneração de todos os servidores vinculados a estes projetos, parentes ou não, todos contratados sem concurso público e desempenhando funções exclusivas da carreira de servidores técnicos-administrativos da instituição
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