sexta-feira, 16 de março de 2007

Fraqueza

O líder do MST Adelar Pretto afirma que faltou conscientização dos assentados quando aceitaram produzir madeira para a Votorantim Celulose e Papel. De acordo com ele, as famílias de Novo Pedro Osório "fraquejaram" e plantaram mudas de eucalipto, em desobediência explícita à orientação ideológica do comando do movimento. Naturalmente que a leitura dessa "desobediência" pode ser compreendida como a fraqueza do próprio MST em conquistar e manter seus seguidores. Na prática: hoje, o MST tem a força que diz ter? Bem, e o quê o movimento pretende agora? Por coerência, deveria invadir essas áreas, tomá-las dos traidores e plantar chuchu no lugar da árvore da discórdia.

Conversa mole
Ora, o lampejo capitalista dessas famílias é uma reação à falta de perspectiva de garantias de renda desse pessoal. Assentar por assentar, sem que se tenha um mínimo de estrutura para que essas famílias possam ao menos praticar uma agricultura que gere sua subsistência, é a falha mais gritante do sistema. O que acontece, na grande maioria das vezes, é que o latifúndio considerado improdutivo se transforma em minifúndios efetivamente improdutivos. E, por isso, sempre à mercê de espertalhões. De todo tipo.

Regalias
Dar terras a quem não tem como produzir é demagogia. Evidentemente que a questão agrária no país é caótica, mesmo porque a fiscalização - aliás, como toda fiscalização - é, na melhor das hipóteses, totalmente inexistente. Na pior, todos sabemos como funciona. Não basta apenas dar a terra. É preciso financiamento para seu preparo, para as mudas, para a colheita. É claro que isso sai do bolso público. Não se trata, também, de demonizar esse financiamento, que, dentro das normas, é acertado. É preciso que o governo compreenda que o país é feito de cidadãos que precisam, em igual medida, de condições iguais de competitividade.

Semelhança
Se, no campo, existem situações que precisam ser reavalidadas, como é o caso dos latifúndios inegavelmente improdutivos e do estabelecimento de canais que permitam o assentamento de agricultores nessas terras com uma perspectiva de melhoria de vida e de produção - e não de favelização do campo, que é o que se tem visto em grande parte dos assentamentos, é igualmente verdade que na cidade a situação é a mesma.

MST
Seria o caso de lançar o MST (apenas uma coincidência), ou seja, o Movimento dos Trabalhadores Urbanos Sem Trabalho. E aí, pedir ao governo financiamento para projetos de geração de renda. Viveríamos, então, todos felizes e satisfeitos.

Nenhum comentário: