terça-feira, 30 de outubro de 2007

Poliana

Editorial do Diário Popular de hoje é uma peça de ficção (veja abaixo). Editorialista faz o jogo dos contentes da menina Poliana e desconhece reportagens do próprio Diário Popular (leia, em especial, reportagem Dos 700 novos PMs, nenhum vem para Pelotas, do jornalista Álvaro Guimarães para ter uma idéia da redoma de vidro em que se encontra a opinião do jornal) . Além do quê, o editorial confunde probabilidade de instalação de câmaras de vídeo com a efetiva instalação. É uma pena. O jornal perdeu a oportunidade de cobrar do governo estadual mais segurança e o cumprimento dos compromissos assumidos. Perdeu a cidadania e o cidadão pelotense. Perdeu Pelotas. Veja, em grifo, a inconsistência daquilo que se diz no próprio editorial. Confira você mesmo.

Editorial:
O setor da segurança pública apresenta em Pelotas e na Zona Sul em geral diversos problemas, como a superlotação do Presídio Regional, podendo haver necessidade de fechá-lo, além de roubo de gado e assaltos na zona rural de diversos municípios da região. Mas também há iniciativas para melhorar a situação, nessa área, como a instalação, no centro de Pelotas, de câmaras de vídeo para monitoramento, e a contratação de grande número de novos policiais militares. No Estado, enquanto o número de furtos e roubos diminui, o de homicídios e latrocínios aumenta - um dado muito preocupante. No final das contas, a situação do setor de segurança continua muito problemática.A promotora da Vara de Execuções Criminais (VEC) de Pelotas, Aljacira Terra, informou que o Presídio Regional de Pelotas (PRP) pode ser fechado em novembro se a nova galeria, que aumentará em l54 o número de vagas, não ficar concluída. Todos os presos seriam transferidos para outras cadeias. Tendo capacidade para 290 presos, o PRP está superlotado, com 780. É urgente concluir a obra, iniciada há muito tempo (2005), pois há, inclusive, o risco de rebelião dos presidiários. Numa cela vivem empilhados presos com HIV positivo, tuberculose, com hepatite C e outras doenças.Outro problema é o grande número de furto de gado e de assaltos na zona rural de vários municípios da Zona Sul. As lideranças estão preocupadas com o que consideram a falta de ações pontuais da Brigada Militar (BM), reconhecendo, porém, que a BM tem carências de pessoal e de viaturas. Em Piratini, por exemplo, desde o início do ano já foram furtados l92 bovinos e l96 ovinos. O comando da BM anunciou uma grande operação para combater o crime em seu ponto final, os açougues; também aumentará o número de viaturas na região. Finalmente, há probabilidade de, até o fim do ano, serem instaladas, na área central de Pelotas, câmeras de monitoramento de imagens. O Sindicato do Comércio Varejista de Pelotas conclui projeto prevendo a instalação de 30 equipamentos, para melhorar as condições de segurança da população. A iniciativa - que foi cogitada há muito tempo - tem o apoio da Brigada Militar. Existente em várias cidades, há anos, esse sistema tem apresentado bons resultados na redução da criminalidade. Além disso, o Governo do Estado anunciou a contratação de 700 policiais militares aprovados em concurso em 2005; é uma iniciativa importante, mas está muito aquém das necessidades da BM em pessoal, que são de mais 11 mil policiais. Essa enorme defasagem evidencia uma grave deficiência do setor de segurança pública no Estado, sendo mais uma justificativa para aprovação, pela Assembléia Legislativa, do Plano de Recuperação do Estado proposto pela governadora Yeda Crusius ou de alternativas viáveis, com imediato efeito no aumento da receita pública e redução da despesa. Uma boa notícia é o repasse pelo Governo Federal de R$ 24 milhões para a construção da nova sede do Instituto Geral de Perícias, onde, atualmente, doze mil laudos estão parados.

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