Era uma vez...
Era uma vez um Jornalista - ou pelo menos ele gostava de ser chamado assim. O Jornalista andou muito por aí. Fez, desfez, deu suas cabeçadas, falou bem, falou mal, serviu um pouco aos humildes e muito aos poderosos. Depois de muitas aventuras, o Jornalista, como diz o ditado, desejou - ou precisou, a história não é bem clara neste ponto - à casa retornar.
Viu que sua terra tinha possibilidades. Se encantou com as novas mídias - principalmente um blog que fazia um certo barulho em terras que um dia havia morado. Viu chances imensas de se dar bem se o copiasse, porém com algumas adaptações, para que o tal blog se transformasse num lucrativo negócio. A oportunidade era única e ele sabia como fazer. O tiro teria de ser certeiro. E foi.
O Jornalista fez tudo certo. Primeiro, se autoproclamou o melhor, o mais independente, o mais bonito da praça. E choveram elogios às pessoas certas. E críticas. O Jornalista agrupou um punhado de colaboradores para ajudá-lo em sua tarefa. A contrapartida seria o desfrute de sua companhia. Tudo começou a ir bem. O Jornalista, então, começou sua peregrinação em busca do sustento.
Conseguiu. Claro, a natureza humana não mede limites. É insaciável. E quer sempre mais, custe o que custar. Prêmios pré-pagos foram amealhados. O céu era pouco para o Jornalista. Seu prestígio, em certas rodas, era fantástico. Em outras, ao contrário, era de fazer corar o pessoal do Mensalão. Mas isso não importava ao Jornalista. Eram intrigas dos despeitados com seu sucesso. O espelho do Jornalista era sábio: projetava a imagem altaneira dos vencedores imaculados, para não virar cacos.
Um dia, o Jornalista pensou que podia tudo, graças ao seu sucesso incessante. O que podia fazer, agora? A ideia, súbita, clareou sua mente como um relâmpago quando risca os pampas: vou ser Vereador! Estava lançada sua candidatura. Estava num bom momento. Tinha um blog com certo prestígio entre certas gentes. Podia fazer o que queria nesse espaço, inclusive a auto-idolatria ou desancar adversários. Quem teria coragem de criticá-lo? Seria o primeiro passo para conquistar o Executivo, depois o governo do Estado e, por que não? a presidência de seu país. Para o Jornalista, tudo é uma questão de tempo. E de complexas relações.
A história precisa de um fim. Por favor, enviem suas sugestões.