quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

BOMBA: JUSTIÇA SUSPENDE CONVÊNIO ENTRE INCRA E UFPEL PARA CRIAÇÃO DA FACULDADE DE MEDICINA VETERINÁRIA EXCLUSIVA PARA INTEGRANTES DO MST

O juiz João Batista Lazari concedeu integralmente liminar interposta pelo procurador da República Max dos Passos Palombo que questionava as restrições ao curso especial de medicina veterinária exclusivo para os integrantes do MST na UFpel. Esse descalabro precisava mesmo ter um fim. Parabéns ao dr. Max Palombo pela vitória e ao juiz João Batista Lazari pela sábia decisão. Magnífico reitor César Borges: depois do shopping que seria construído com verba pública, da faculdade exclusiva para o MST e outras bobagens no currículo, já dá para se aposentar, não é mesmo? Chega de escândalos de todo tipo, magnífico reitor. Leia abaixo o que você certamente não vai ler em outros lugares:

TRF da 4a Região cancela turma exclusiva para assentados da reforma agrária na Universidade Federal de Pelotas


O TRF da 4ª Região, em decisão do juiz João Batista Lazari, concedeu liminar em ação civil pública ajuizada pelo Ministério Público Federal, que impugnava a criação de curso de medicina veterinária, promovido pela Universidade Federal de Pelotas em parceria com o INCRA, exclusivamente para assentados da reforma agrária ou seus familiares.
A realização do Curso foi aprovada em julho do ano passado pelo Conselho Universitário da Ufpel, e se destinava à criação de uma turma especial do curso de Medicina Veterinária, destinada exclusivamente a assentados da reforma agrária. Os nomes dos candidatos ao curso teriam que ser aprovados pelos próprios assentados e também serem chancelados pelo INCRA. Só então poderiam se candidatar ao curso. Nenhum candidato que não fosse assentado poderia participar do processo seletivo. O projeto previa ainda a participação do INCRA e de movimentos sociais na supervisão pedagógica do curso, além da contratação de professores mediante indicação, sem a realização de concurso público.
O Ministério Público Federal questionou as restrições ao ingresso no curso, e pediu a realização de processo seletivo fosse aberto a todos os interessados que tivessem concluído o ensino médio. Foi pedida também a exclusão do INCRA ou qualquer movimento social da orientação pedagógica do curso, e a contratação de professores mediante concurso público.
O Juiz Everson Guimarães Silva, da 1ª Vara Federal de Pelotas, rejeitou a liminar pedida pelo Ministério Público Federal, que interpôs agravo ao TRF da 4ª Região, onde o Juiz João Batista Lazari concedeu integralmente a liminar, atribuindo efeito suspensivo ao recurso do MPF.


Veja no site da Procuradoria da República no Rio Grande do Sul em http://www.prrs.mpf.gov.br/iw/nti/publ.php?IdPub=30446


2008-01-30 15:19:52
MPF/RS consegue liminar contra convênios entre Incra e Ufpel que favorecia assentados
O Ministério Público Federal em Pelotas obteve junto ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região, em Porto Alegre, liminar favorável ao seu pedido de suspensão do convênio firmado entre o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e a Universidade Federal de Pelotas (Ufpel) que garantia vagas para assentados do programa nacional de reforma agrária ou seus filhos na faculdade de Medicina Veterinária da Ufpel. O pedido é parte da ação civil pública ajuizada pelo MPF/RS que contestava tal situação na universidade. Para o procurador da República em Pelotas Max dos Passos Palombo a medida fere o princípio de igualdade previsto na Constituição já que prevê um processo de seleção exclusivo para esta categoria de trabalhadores rurais. A liminar do juiz do TRF-4, João Batista Lazzari, determinou também a exclusão do Incra ou qualquer movimento social da orientação pedagógica do curso, e a contratação de professores mediante concurso público, conforme pedido pelo MPF. O Conselho Universitário da Ufpel aprovou a criação do curso, exclusivo para assentados da reforma agrária, em julho de 2007. Os aprovados para ingressar no curso teriam que obter a chancela dos próprios assentados e do Incra para fazer a matrícula. O nº de protocolo da ação para acompanhamento no TRF-4 é 2007.04.00.037679-1.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Começou a campanha

A campanha deste ano já está nas ruas, deflagrada pelo Diário Popular, que tem, entre seus proprietários, o atual prefeito substituto Fetter Júnior (ele assumiu a vaga de Bernardo de Souza, afastado por motivos de saúde). É bom atentar para como o jornal vai noticiar a campanha e as ações do governo. Fetter Júnior, embora não apareça como dirigente do matutino, tem voz muito forte na condução do Diário Popular (leitor atento informa que, conforme dados da Junta Comercial, a porcentagem de Fetter no comando do Diário Popular é de 12,57% na segunda metade do ano passado). Cabe ao cidadão pelotense decidir o que quer para a sua cidade. Veja os nomes que estão em discussão. Algum deles vale o seu voto?

Cidade: Momento para encontrar aliados
Anna Fernandes
Em ano de eleições municipais as articulações entre os partidos políticos são intensas. Nos bastidores, antes mesmo das conversas formais, as especulações são muitas. Tanto políticos quanto a população montam alianças, por vezes até improváveis do ponto de vista das ideologias partidárias. Alguns presidentes e possíveis candidatos falam abertamente sobre as coligações que buscam, outros preferem manter sigilo até o último momento: as convenções no meio do ano. Uma coisa é certa, a disputa pelo paço municipal iniciou e bons aliados são sempre importantes para assegurar uma vitória, em primeiro ou segundo turno.Várias legendas demonstraram o interesse em manter candidatura própria nas capitais e nas cidades de grande e médio porte. Por isso, muitos apostam em Pelotas devido aos diversos projetos em andamento e os futuros que possivelmente irão reconstruir e desenvolver a região. Nessa condição estão o Partido Progressista (PP), o Democratas (DEM), o Partido dos Trabalhadores (PT), o Partido Popular Socialista (PPS), o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), o Partido Democrático Trabalhista (PDT) e o Partido da República (PR).PP prefere não confirmar nomesNo Partido Progressista as conversas formais devem começar depois da folia de Carnaval (provavelmente a pelotense). O presidente da Executiva Municipal, José Júlio Carúcio, informou que já foram feitos os contatos com os aliados da base governista. O provável nome da Aliança por Pelotas é o do prefeito Fetter Júnior, mas Carúcio tem a mesma posição do chefe do Executivo pelotense em não abrir o jogo por enquanto. "Sem as convenções nada está oficializado. Mas ele é o nome natural do PP", disse, referindo-se ao prefeito.Talvez as maiores especulações sejam em torno do político que virá como vice na futura coligação. Uma das possibilidades é o atual chefe de gabinete de Fetter Júnior, Eduardo Leite (PSDB). Na avaliação de Carúcio, é uma novidade, uma liderança que desponta. Mas, com a candidatura de Fetter, o vice precisaria ser de um segmento mais popular, de preferência com forte apelo nos bairros Areal e Fragata. Fetter tem maior eleitorado nas Três Vendas, Colônia e Centro. Outra opção cogitada é o vereador José Sizenando (PPS). Segundo Carúcio, trata-se de uma figura com forte apelo popular e não deve ser descartado de primeira, pois conseguiu 8.462 quando eleito vereador e 32.375 ao concorrer como deputado estadual em 2006. "Geralmente quando se lança candidato muito cedo não é ele quem irá concorrer. Principalmente se falando em vice. Pode ser até uma mulher", desconversou. Com o jogo de cintura acumulado ao longo dos anos no meio político, o prefeito Fetter Júnior preferiu não antecipar nomes, nem mesmo o seu como candidato. Ainda afirmou que as alternativas são várias. Contudo, não se pode especular em cima de conversas que não ocorreram. "O pressuposto sempre é que o atual prefeito concorra. A prefeitura é um grande encargo e realização. Mas a hora, agora, é de ouvir os parceiros, conhecer as alternativas. As negociações irão amadurecer em dois ou três meses. A política é dinâmica", projetou. Sobre os possíveis vices na chapa com o PP, Fetter não disse que sim nem que não. E acrescentou: "Cada partido tem suas aspirações."Diretório Nacional do PPS tem como meta candidatura própriaJosé Sizenando migrou para o PPS em meados do ano passado, depois de ter concorrido a deputado estadual pelo PP de Rio Grande. Conforme o vereador declarou na época, a mudança teria ocorrido porque queria mais espaço político e pela admiração ao ex-prefeito Bernardo de Souza. O PP, agora, pede na Justiça o cargo de Sizenando. A audiência, inicialmente prevista para o dia 24 de janeiro, foi remarcada para 11 de fevereiro. "No momento não estou pensando em eleição. O PP está pedindo meu mandato; a prioridade é essa. Depois vou ver as propostas. Meu objetivo é sempre defender o mais humilde", disse.O presidente do Diretório Municipal do PPS, Saad Salim, informou que a Executiva Nacional possui como meta lançar uma candidatura própria em Pelotas. Ainda assim, não está descartada a hipótese de manter a coligação com o PP. "Os caminhos existem. Conversamos com quase todos os partidos; faz parte da política. As decisões são mais adiante. Ainda avaliamos o quadro sucessório dentro deste governo PPS-PP", falou.Frente Popular buscará eleição de ex-prefeitoO PT pretende voltar com a Frente Popular. Segundo o presidente do Diretório Municipal, Mílton Martins, as conversas iniciaram com o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), Partido Socialista Brasileiro (PSB), Partido Comunista do Brasil (PCdoB) e Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB). Os petistas estão organizando a casa e preparando o programa de governo. O ex-prefeito Fernando Marroni está praticamente oficializado como o candidato da sigla às eleições municipais. "Queremos uma inversão das prioridades com participação popular e um mutirão de recuperação da cidade. Temos projetos para as questões do Centro, como os cachorros abandonados e a eliminação dos buracos", destacou Martins.Apesar de já ter anunciado os partidos com quem conversa, o presidente do PT pelotense ressaltou que em cima do programa é que ficarão definidos os possíveis parceiros. Entre os nomes para candidato a vice-prefeito desponta o do vereador Otávio Soares (PSB). O atual presidente da Câmara de Vereadores informou que a sigla a qual pertence dificilmente entrará na disputa majoritária sozinha. "O PSB e o PT têm concordância programática. Realmente existem tratativas nesse sentido. Seria uma reedição da Frente Popular. Tradicionalmente integramos essa aliança. Se eu tiver condições de atender ao pedido do meu partido (sobre ser vice de Marroni), com certeza o farei", declarou Soares.Segundo Mílton Martins, não cabe ao PT intervir nas decisões de outras agremiações. "Os nomes indicados serão analisados. As alianças são feitas com partidos não com pessoas", frisou.PMDB e Nelson HärterO vereador Pedro Godinho (PMDB) teme que a legenda cometa o mesmo erro da última eleição. Em 2004, o primeiro nome para disputar a vaga de prefeito foi o de Hypólito Ribeiro, que desistiu logo no início da campanha. Assumiu no lugar Luiz Eduardo Longaray, que ficou com a quinta colocação nas urnas - duas posições a menos do que em 2000. O resultado foi considerado pouco expressivo, uma vez que o governador do Estado naquele ano, Germano Rigotto, pertencia ao partido. Conforme o parlamentar, as negociações iniciaram com o PP e o PDT. O PT teria entrado em contato apenas com Godinho e com Adalim Medeiros, também vereador pela sigla. "O nome mais cotado é o do deputado estadual Nelson Härter. Porém, até o momento, ele não se pronunciou sobre o assunto. Na última reunião do diretório solicitei que fosse registrado em ata um pedido de informações ao Härter", informou Pedro Godinho.O presidente da Executiva Municipal, José Maria Carvalho da Silva, afirmou que a expectativa por enquanto é de aliança e foi reafirmado o deputado Nelson Härter como o principal na disputa pelo PMDB. "Dois ou três partidos foram contatados. Aguardamos uma definição do Härter. Mas estamos dando a possibilidade de a outra sigla indicar o vice", adiantou Silva.PSDB aguarda opinião das executivas nacional e estadual Na última terça-feira, o presidente do PSDB em Pelotas, Gilberto Cunha, reuniu-se com a presidência nacional da legenda, os senadores Marisa Serrano e Sérgio Guerra, e com a governadora Yeda Crusius. O assunto era a eleição municipal pelotense. Segundo Cunha, o partido está incentivando as candidaturas próprias em cidades com maior porte, mas isso não indica fechamento de espaço para parceiros. "Podemos compor sem ser cabeça de chapa", mencionou o presidente do diretório municipal. No último pleito a coligação com o extinto PFL, hoje Democratas, foi classificada como positiva por Cunha, pois a aliança Mais Pelotas chegou na terceira colocação com 13,70% dos votos válidos com poucos recursos de campanha. Os tucanos pelotenses conversam com todas as legendas da mesma linha política. Sobre seu nome como o principal do partido, Gilberto Cunha disse aguardar uma posição da governadora e dos diretórios estadual e nacional. Ao analisar a situação de Eduardo Leite, cotado como um possível vice na negociação com o PP, o presidente do PSDB disse que se trata do principal nome para a Câmara de Vereadores e importante para o partido, devendo ser colocado em pauta e questionado quanto às alternativas. "Vários podem estar à frente de diversas possibilidades. Temos que ver qual é a melhor condição para o partido disputar e fazer um bom trabalho", finalizou.Democratas preparamproposta para cidadePara o presidente do Democratas na cidade, Matteo Chiarelli, a idéia do partido é construir propostas dentro do perfil das diretrizes políticas da legenda. O DEM definiu, juntamente com as capitais, a candidatura de Pelotas prioritária. Tudo aponta para Matteo Chiarelli como o concorrente do partido. Porém, o ex-deputado federal prefere não falar nisso ainda e disse que em primeiro lugar está o conteúdo de campanha. Sobre a coligação com os tucanos, Chiarelli, assim como Cunha, avaliou como uma parceria importante e produtiva. Também acrescentou ser uma possibilidade muito forte em 2008 devido aos caminhos traçados pelos partidos nacionalmente rumo à eleição presidencial em 2010.Anselmo Rodrigues é a aposta do PDTDepois de absolvido em julho pela Câmara de Vereadores, que derrubou o parecer do Tribunal de Contas do Estado (TCE) sobre as contas do exercício de 1998 e ter garantida a legibilidade, o ex-prefeito Anselmo Rodrigues será o candidato pelo PDT. O presidente da sigla, Angelin Dal Paz, confirmou que o partido disputará o cargo majoritário. Também afirmou a existência de negociações com partidos, mas prefere manter em sigilo.Anselmo Rodrigues demonstrou interesse em concorrer novamente, mas aguarda as convenções para saber qual seria a melhor candidatura. "Alguns companheiros querem ver meu nome. Mas qualquer um que afirmar ser candidato agora está mentindo. Existem intenções de todos os lados, mas depende do momento político e das convenções", declarou.PR terá candidatura própriaO Partido da República (PR) aposta em um nome próprio para concorrer na majoritária. O partido, com pouco mais de um ano, surgiu depois da fusão do PL, Prona e PT do B. As conversações com futuros parceiros iniciaram e a legenda acredita que o tempo de exposição no programa eleitoral, em torno de quatro minutos, poderá ser decisivo na hora de decidir a coligação. O presidente do Diretório da Juventude do PR, Roberto Ferreira, informou que a sigla pretende oferecer uma opção de renovação com Reinaldo Galli e Heloísa Helena Oliveira.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Respeito

Cururu não respeita seus eleitores. Cururu não respeita o cidadão pelotense. Cururu não respeita a Câmara Municipal de Pelotas. Cururu não respeita a si próprio. Quem se sente representado por um personagem como esse? Exorcismo nele! Veja o espetáculo em http://videosoriginais.blogspot.com/2008/01/vudoo-na-cmara-iv.html


Vereador de Pelotas Cláudio Roberto Insaurriaga realiza ritual na Câmara. Foto: Nauro Júnior/Agência RBS

Deu no site G1

Vereador de Pelotas faz 'exorcismo' para neutralizar 'vodu'
Na semana passada, Câmara encontrou 'vodu' contra vereadores.Para presidente da Câmara, 'exorcismo' foi um 'espetáculo circense'.
André Luís Nery Do G1, em São Paulo
O vereador Cláudio Roberto Insaurriaga (PV), o Cururu, fez na manhã desta terça-feira (22) um ritual de "exorcismo" na Câmara de Vereadores de Pelotas, no interior do Rio Grande do Sul, para neutralizar o "vodu" encontrado na Casa na semana passadaNa última quinta-feira (15),foram encontradas dentro de um pequeno caixão na Câmara da cidade algumas bonecas, afixadas a fotos de vereadores, incluindo os cinco integrantes da mesa diretora.

Em entrevista ao G1, Cururu, que durante o "exorcismo" estava vestido com uma túnica branca, com crucifixo no peito e uma coroa na cabeça, disse que fez "um ritual de dez minutos, já que o trabalho que havia sido realizado na Câmara era de extrema maldade".

"Dentro da minha crença religiosa, e eu sou cristão, eu levei aquele trabalho para um especialista em magia negra, e ele me confirmou que aquilo era um trabalho pesadíssimo, chamado de boneco de vodu, que tinha o objetivo de até proporcionar a morte daquelas pessoas que estavam alfinetadas", afirmou Cururu.
O vereador disse que decidiu fazer o "ritual de exorcismo, pois se sentiu atingido pelo vodu". "Foi um ritual onde eu desfiz os bonecos, tirei os alfinetes e cortei a cabeça dos dois autores. Depois, botei tudo dentro do caixãozinho e enterrei dentro de um caixão maior, um caixão da paz."
O presidente da Câmara de Vereadores, Otávio Martins Soares (PSB), que não estava no plenário, já que ocupa o cargo de prefeito em exercício de Pelotas - o titular Fetter Júnior tirou férias -, disse ao G1 que o "exorcismo" foi um "espetáculo circense" e que pode ser aberto um processo contra Cururu.
"Eu vejo isso com preocupação. Como já falei, parece que Pelotas virou a Câmara de
Sucupira [da novela 'O Bem-Amado']. Para mim, isso caracteriza falta de decoro parlamentar", disse Soares, que evitou fazer comentários sobre a sessão de "exorcismo" protagonizada pelo colega.
"Eu não gostaria de me posicionar, pois, no momento, o presidente da Câmara é o primeiro vice, Adalim Medeiros (PMDB), mas isso me entristece, me aborrece, porque ser protagonista de um episódio desses é valorizar muito o que aconteceu", afirmou Soares.
Cururu, no entanto, minimizou a possibilidade de sofrer um processo por quebra de decorro. "Eles até podem tentar a cassação política, mas quem está sendo discriminado sou eu. Eu fiz uma coisa em que eu acredito", destacou o parlamentar.
"Tirando três vereadores, todos os outros querem me ver longe da Câmara, porque eu luto contra o nepotismo, para acabar com diárias e passagens para vereadores, para diminuir a verba para telefone. Eles querem me tirar porque estou incomodando demais", acrescentou.

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Bom senso

De vez em quando um magistrado mostra que tem bom senso. Leia abaixo o que aconteceu na Universidade Federal de Santa Catarina, publicado no jornal Folha de S.Paulo. E lembre o que acontece na Universidade Federal de Pelotas, onde tem cota na Faculdade de Veterinária para alunos oriundos do MST. Resta agora ao Ministério Público aproveitar a deixa e tomar as mesmas providências em Pelotas. Quem sabe também tem juiz sensato no Rio Grande do Sul.

Justiça suspende sistema de cotas da Universidade Federal de SC
MATHEUS PICHONELLI
da Agência Folha
A Justiça Federal de Santa Catarina suspendeu o sistema de cotas instituído pela UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) e determinou que as vagas do vestibular de 2008 sejam preenchidas por ordem de classificação dos candidatos.
A decisão liminar foi deferida pelo juiz Gustavo Dias de Barcellos, após ação civil pública proposta pelo Ministério Público Federal.
Com a decisão, a qual cabe recurso, todo candidato que alcançou pontuação mínima exigida para classificação em cada curso terá direito a se matricular e a freqüentar as aulas.
Em julho do ano passado, a UFSC havia aprovado, em resolução normativa, um sistema de cotas para reservar 20% de 4.095 vagas para egressos de escolas públicas e 10% para negros que estudaram em rede pública. A universidade tem 20 mil estudantes de graduação.
Pelo critério, esses alunos poderiam disputar as vagas com os demais concorrentes, mas, caso não alcançassem a pontuação mínima, poderiam obter a vaga por meio das cotas.

À época, a instituição argumentou que o número de estudantes negros e pardos na UFSC era baixo: 4% do total, enquanto cerca de 18% haviam estudado em escolas públicas.
Na ação, o Ministério Público defendeu que reservas de vagas ferem o princípio da legalidade e disse que a questão deveria ser tratada por lei e não por resolução normativa. A ação foi proposta pelo procurador da República Davy Lincoln Rocha.
Segundo o juiz, a competência para legislar sobre diretrizes e bases da educação nacional é da União. Ele garantiu a liminar argumentando haver "receio de dano irreparável ou de difícil reparação em virtude da realização das matrículas (...) e do início das aulas".
Na decisão, o magistrado sustentou que "a discriminação imposta pelo sistema de cotas" fere "o princípio da igualdade assegurado na Constituição".
"A ciência contemporânea aponta de forma unânime que o ser humano não é dividido em raças, não havendo critério preciso para identificar alguém como negro ou branco", disse.
Presidente da Copeve (Comissão Permanente dos Vestibulares) da UFSC, o professor Edemir Costa se reuniu nesta segunda-feira à tarde com os procuradores da universidade para estudar as formas de cassar a liminar. Até a conclusão da edição, ele ainda estava na sala e não atendeu à reportagem.
Hoje, a discussão sobre o tema acirrou os ânimos até mesmo na internet. Na comunidade "Contra as Cotas na UFSC", do Orkut, estudantes que se queixavam de ter ficado de fora do processo comemoraram a liminar.
Em um dos tópicos, um integrante dizia ter ficado na 72ª posição num curso com 80 vagas: "E por que não passei? Porque não sou negro. Acho que as pessoas que apóiam essa idéia de cotas merecem um prêmio. Talvez uma bomba."
Já em uma comunidade favorável às cotas na UFSC, o criador do fórum argumentava que alunos formados em escola pública não podiam competir com alunos de boas escolas privadas porque não poderiam pagar bons cursinhos.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

César Borges no país das maravilhas

Prezado leitor: veja bem o rol de maravilhas que é a UFPel. No meio delas, preste atenção: o magnífico César Borges não faz qualquer menção ao shopping que a Fundação Simon Bolívar pretende construir no ex-frigorífico Anglo e muito menos ao curso de veterinária para o MST. O silêncio pode ser explicado, entre outros motivos, pelo fato de que as perguntas não foram feitas.

Cidade: Empurrão da academia no Sul
O Ministério de Educação liberou para a Universidade Federal de Pelotas (UFPel) R$ 128 milhões para investimentos até 2011. A projeção do reitor César Borges é passar dos oito mil alunos para 25 mil e de 59 para 98 cursos. Existe ainda a implantação da Universidade Federal do Pampa (Unipampa), com a lei sancionada dia 11 de janeiro pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em dez cidades da Metade Sul. O fato de ter uma Universidade Federal do Pampa distribuída em várias cidades, mais as federais de Pelotas, Santa Maria e a Furg deixa a região como uma das principais no Brasil dentro do plano do governo federal de interiorização da educação superior. Nesta entrevista, César Borges ressalta a importância do papel das universidades no desenvolvimento tecnológico e recuperação econômica da região. “Acho que a educação não será a causa do desenvolvimento da Metade Sul, mas dará uma ajuda, um empurrão, importante.”
Diário Popular - Como vai ser a transição dos campi controlados pela UFPel para a Unipampa?César Borges - Seria interessante dizer que a Universidade Federal de Pelotas (UFPel), a partir do decreto presidencial que sanciona a lei de criação da Universidade Federal do Pampa, completa mais uma atividade extremamente importante na região que foi a criação propriamente dita desta instituição. Na realidade tudo isso começou em 27 de julho de 2005, quando o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, em Bagé, anunciou a criação de duas extensões da UFPel, dois novos Campi, em Jaguarão e Bagé. Naquela oportunidade havia uma expectativa em várias cidades da Metade Sul pela federalização da Universidade da Região da Campanha (Urcamp), quando na realidade isso não poderia acontecer por se tratar de uma instituição mantida pela Fundação Áttila Taborda, personalidade jurídica de direito privado que não poderia sofrer um processo de federalização pura e simplesmente. Então fomos procurados pelo gabinete do ministro Tarso Genro para criar uma extensão da UFPel em Bagé e Jaguarão, que não era suficiente para atender todos os alunos que pretendiam deixar de pagar mensalidades nas instituições privadas. Poucos dias depois, surgiu a idéia no Ministério da Educação da criação de uma nova universidade descentralizada, pública, federal, em 10 cidades da Metade Sul. É a primeira universidade descentralizada, pública, federal do País. Foi em 2005, nos dois primeiros dias de agosto.
DP - Como foi o início do processo de criação da extensão?
Borges - Existia o interesse de 10 cidades da Metade Sul em criar a universidade: Alegrete, Bagé, Caçapava do Sul, Dom Pedrito, Itaqui, Jaguarão, Santana do Livramento, São Borja, São Gabriel e Uruguaiana. Mas o MEC ainda não sabia como proceder. Eu comentei ao então secretário executivo do MEC, Jairo Jorge da Silva, que a Metade Sul é muito extensa, é muito difícil sair de Pelotas e ir até Alegrete ou Uruguaiana. No mínimo se perde um dia de viagem. Portanto, seria impossível criar uma universidade na região em um único local. Então surgiu a idéia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) também participar do processo. Após uma reunião com o então reitor da UFSM, Paulo Sarkis, fizemos o seguinte acordo: a metade do lado da Zona Sul ficaria com a UFPel e outra com Santa Maria. Bagé ficaria com a reitoria. Tudo transcorreu muito bem e já fizemos três vestibulares e 2,5 mil alunos estudam só na área controlada pela UFPel. O que até agora estava sob a nossa responsabilidade, são 17 cursos (10 Bagé, 2 Jaguarão, 2 Livramento, um em Caçapava e um em Dom Pedrito).
DP - O que vai funcionar em Bagé?
Borges - Bagé ficou com a maior parte na área de computação e algumas engenharias. A idéia é diversificar um pouco a economia da região que é muito mais ligada à agricultura e puxar para áreas de tecnologia; Zootecnia foi para Dom Pedrito; Livramento ficou com a parte relacionada com a fronteira, Administração e Comércio Exterior. Agora, desligamento oficial da UFPel da Unipampa não é tão real assim. O MEC determinou que ficará sob minha responsabilidade como reitor a aquisição de todos os equipamentos das faculdades ligadas à UFPel ao longo de 2008. Todas essas obras serão concluídas sob a nossa tutela. Além dos equipamentos e administração de todos os recursos - R$ 15 milhões ficará com a UFPel até o final de 2008, quando ficará pronto o prédio de Bagé. Não gostaria de ficar com essa burocracia, mas o MEC preferiu fazer a transição com a UFPel para evitar a perda de continuidade das obras, por já estarmos administrando todos os recursos. O que é complicado para mim, eu preferia só administrar a UFPel, mas vou continuar administrando a parte básica de recursos da Unicamp. De qualquer maneira, é certo que eu vou inaugurar, como reitor da UFPel, uma outra universidade, os prédios e edificações.
DP - Vai ocorrer o mesmo com as faculdades controladas pela Universidade de Santa Maria?Borges - Não sei se vai ocorrer o mesmo com Santa Maria, acho que não. O grupo de Santa Maria ainda não recebeu esses recursos, então, uma vez criada uma nova universidade, os recursos daquela etapa devem ir para a outra instituição.
DP - O projeto de ampliação da UFPel, Furg e 10 campi da Unipampa é forte. Tem estudante para tudo isso na Metade Sul?
Borges - Não sou futurólogo, mas eu imagino muitas coisas: Primeiro que o papel que a nossa universidade tem tido na área de integração regional é fundamental. Há 15 anos nós trabalhamos com a agência da Lagoa Mirim, atribuição que nos foi dada por meio de decreto presidencial de integração regional com o Uruguai. Nós temos uma experiência grande de integração regional com o Uruguai. E um dos objetivos do Governo Federal, sobretudo do Itamaraty, é intensificar as ações na América Latina. Inclusive, estamos preparando para fevereiro uma reunião com pró-reitores de extensão de todas as cidades fronteiriças ou universidades federais que desenvolvem trabalhos em áreas fronteiriças desde o Oiapoque ao Chuí. Calculamos, pelo menos, representantes de 10 universidades federais no encontro em Pelotas. Além disso, o fato de ter uma Universidade Federal do Pampa distribuída em várias cidades, mais a Federal de Pelotas, Santa Maria e a Furg. O Estado tem seis universidades federais. Portanto, na Federal de Pelotas temos que formar pessoas que vão trabalhar necessariamente no futuro pólo naval de Rio Grande, nas atividades da Petrobras no porto. Além disso, temos que pensar na diversificação da economia rural, no pólo madeireiro. Nesse sentido, criamos há três anos o primeiro curso de engenharia industrial madeireira, o único no Estado. Mas o que mais nos preocupa é o problema de infra-estrutura do Brasil. Não temos um quadro de técnicos que saibam matemática, física e engenharia. Precisamos de gente que trabalhe em área de pesquisa de ponta nessas áreas, sobretudo matemática e física. Existe uma dificuldade muito grande porque ninguém quer estudar mais matemática e física porque não é atraente.
DP - O problema do ensino brasileiro não envolve também o segundo grau?
Borges - Temos um problema sério de segundo grau, que está muito desqualificado. Não por culpa dos professores, mas o País nunca investiu no Ensino Médio. Hoje a associação dos reitores, dos Dirigentes do Ensino Superior busca alternativas para melhorar o segundo grau. Os alunos chegam na universidade muito despreparados em termos de física, química e matemática. São áreas muito fracas. Se pretendermos ter, no futuro, engenheiros, técnicos para trabalhar em todas essas áreas na Metade Sul, temos que, necessariamente, investir nesse pessoal no segundo grau. Isso vai ser um desafio muito grande que vamos ter de pensar como trabalhar. O que eu acredito é que nós devemos atrair pessoas de outros estados ou países para a Metade Sul. Mostrar que estamos criando um grande pólo educacional. Depois de Minas (11) o nosso Estado é o que mais tem universidades federais (6). Então nós temos um número razoável, mas precisamos direcionar, sob tudo, UFPel e Unipampa, a trabalhar juntas. A necessidade de uma integração é cada vez maior. Temos que trabalhar no sentido de formar gente muito qualificada, chamar a atenção de outros lugares para cá. Ter uma infra-estrutura que ainda não dispomos para os alunos que vierem fazer vestibular na região. Falta ainda uma boa hotelaria, restaurantes, acomodações para estudantes, professores. Vem gente muito qualificada trabalhar aqui, mas que não tem acomodações adequadas. A construção civil, certamente, terá um impulso maior nessa região. Acho que a educação não será a causa do desenvolvimento da Metade Sul, mas dará uma ajuda, um empurrão, importante. Só o fato de ter iniciado as construções dos prédios da Unipampa tem gerado um aumento no PIB dessas cidades.
DP - Como a UFPel vai influir na região com seu projeto de expansão que envolve R$ 128 milhões nos próximos cinco anos?
Borges - Eu tenho a convicção que, no momento que a nossa universidade expandir já a partir de julho de 2008, vamos influir no desenvolvimento local da cidade. Já estamos com R$ 13 milhões em caixa para iniciar o processo de reforma em alguns prédios já adquiridos, como a construção na área do ex-frigorífico Anglo no campus do Porto, que já está em andamento. Provavelmente a inauguração da reitoria, naquela área, e dos cursos novos ocorrerá em julho de 2008. Esse tipo de ação que, aparentemente é muito simples, vai fazer com que aquela região da cidade tenha um desenvolvimento que estancou há mais de 50 anos. Será necessário estimular a população a criar serviços de hotelaria, restaurantes; a construção civil vai investir um pouco mais naquela região com prédios para estudantes. Também vamos construir com apoio da Caixa Econômica Federal uma nova Casa do Estudante. A atual é muito precária, nunca foi uma edificação para essa finalidade.
DP - Não seria conveniente uma campanha para mostrar o pólo educacional na Metade Sul?Borges - O próximo passo nosso deverá ser em termos de marketing e divulgação. As pessoas não sabem, fora daqui, o que está acontecendo. Eu acho que isso vai incluir a região no processo que já está acontecendo de reestruturação da universidade pública brasileira. O País não está acostumado a, por exemplo, um estudante de Porto Alegre cursar em Pelotas algumas disciplinas ou semestres, ou até mesmo em outros estados. É excepcional receber um estudante de outro lugar e muito melhor se pensarmos em termos de intercâmbio. Estou falando em graduação, porque em pós-graduação é comum. Há dois anos comecei a buscar a experiência na universidade do Porto, em Portugal, e da Salamanca, na Espanha. Eles têm lá uma mobilidade estudantil que devemos implantar aqui, levando em consideração as peculiaridades.
DP - Como seria essa mobilidade estudantil na graduação?
Borges - A minha expectativa é que se consiga, no final desse ano ou 2009, começar uma mobilidade maior. Agora nós temos 10 estudantes em Portugal, através de um acordo entre os reitores daquelas universidades e nós. As cadeiras que serão feitas lá terão validade no currículo aqui. Foi feito um acordo prévio, porque não é uma coisa ampla ainda, vai depender da área. Agora queremos ampliar e fazer com a fronteira, utilizando os estudantes de Pelotas, Unipampa em Jaguarão e também a Universidade da República, em Montevidéu. É um tipo de intercâmbio com uma única diferença: os créditos que eles fazem aqui são válidos no Uruguai e vice-versa. Não haverá nenhum prejuízo em termos de graduação. O Mercosul tem uma proposta de mobilidade estudantil já aprovada para a pós-graduação, mas graduação não tem. Nossa idéia é fazer esse projeto piloto, que já tem autorização do MEC e está incluído dentro das propostas internacionais do Itamaraty. Então eu acredito que não há risco de um estudante que vai se formar no Uruguai, fazer um semestre ou algumas disciplinas no Brasil, Argentina ou Europa. Vai ter bolsa para isso. Hoje, o dinheiro da bolsa vem através de um programa internacional que a UFPel participa com financiamento do Banco Santander, que paga tudo para esses estudantes. Nós não temos gasto algum. Este ano já está previsto e liberado pelo MEC, recursos para a UFPel iniciar o programa Mobilidade Estudantil.
DP - Existe a expectativa da criação nos próximos anos de 25 mil vagas na UFPel, enquanto hoje são oito mil. Haverá alunos para tantas vagas com a ampliação também da Unipampa?
Borges - Tem mais um fator que precisa ser levado em consideração: hoje o número de universidades privadas na região é muito grande. Antigamente não era muito. Além disso, existe a educação a distância. Hoje é muito mais fácil qualquer pessoa ter um diploma de nível superior desde que entre ou na universidade em seus cursos regulares ou pela educação a distância. Acredito que haverá demanda porque o Ensino Médio está formando mais gente. O grande e grave problema é a qualificação do aluno no Ensino Médio. Acho que agora as nossas universidades vão ter que trabalhar nos primeiros anos para mudar os seus currículos. Um período de qualificação para os alunos que estão entrando na graduação. Eles chegam despreparados.
DP - A pesquisa acadêmica está interagindo com as empresas na região?
Borges - Na verdade, existe muita pesquisa em várias áreas. Mas eu pergunto: por que não chega ao final da linha? Temos um exemplo bem prático na área agrária: a Embrapa é altamente qualificada, mas tem uma dificuldade muito grande de fazer com que o resultado da pesquisa chegue ao produtor mais pobre, aquele que deveria fazer um desenvolvimento melhor da sua área de plantação. Nós temos essa dificuldade. Agora existe um Plano de Ação de Ciência, Tecnologia e Inovação, que foi assinado pelo presidente da República e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Todas as federais estão trabalhando com foco no desenvolvimento científico. O problema ocorre pela dificuldade do aluno que entra na universidade despreparado, como também pelo fato da pesquisa e o desenvolvimento não terem ainda uma produção. Até tem alguma, mas não tão grande e com crescimento numa velocidade necessária. Por isso o País continua emergente. Apesar da existência de focos de grande desenvolvimento científico, ainda não conseguimos dar um salto.
DP - A maioria dos nossos produtos de exportação é de commodities, não tem valor agregado? Borges - Não sei exatamente qual é a solução, mas eu tenho uma percepção que isso é verdade. A iniciativa privada e as universidades ainda não estão unidas como deveriam estar, como ocorre nos Estados Unidos, Europa e Japão. Essa aproximação ainda é muito difícil. Em uma cidade pequena, por exemplo, até é possível colocar juntas academia e iniciativa privada, mas somente em situações que têm dado pouco efeito: em festividades. Dificilmente se consegue reunir ambos para fazer um trabalho mais construtivo.
DP - Como isso poderia ser revertido?
Borges - Nós temos feito parcerias com algumas empresas. A Votorantim, por exemplo, faz uma série de trabalhos com pesquisadores nossos. A UFPel até criou o curso de Engenharia Industrial Madeireira baseada no que naquele momento ainda era apenas uma hipótese da Votorantim se instalar na região. Tanto a Votorantim como a Stora Enso precisariam de gente qualificada. Nesse sentido que surgiu a idéia do curso, mas isso ainda é pouco. O pessoal da iniciativa privada tem de pensar que daqui um pouco o porto de Rio Grande pode precisar de alguém para fazer um determinado tipo de equipamento, como um simples parafuso, assim como o pólo naval, a Petrobras. Já uma microempresa não pode trabalhar numa tecnologia mais moderna. Só se for com o apoio do pessoal da universidade. Biodiesel é outro exemplo que estamos trabalhando. Mas o defeito da universidade é que o pesquisador trabalha encerrado dentro dos seus laboratórios e não tem tempo nem de expor o que faz. Precisamos trabalhar na melhor divulgação da universidade externa e internamente, além de atrair as empresas.
DP - Que obras a UFPel prevê para realizar este ano?
Borges - Estamos em processo da última licitação para recuperação do campus do Porto, na área do ex-frigorífico Anglo. A partir de julho ali passará a funcionar a reitoria, quando também serão inauguradas as salas para os primeiros cursos. Provavelmente Letras, Administração, Economia e Turismo. Ainda este ano, deverá ser inaugurada ali a biblioteca de Letras e Ciências Humanas. Também adquirimos um quarteirão, no quadrilátero formado pelas ruas Benjamin Constant, Almirante Barroso, Alberto Rosa e Tamandaré, para a construção do campus dos cursos de Engenharia, este ano será criado mais um: Engenharia Geológica. E outras quatro engenharias nos próximos anos. A obra será iniciada este ano e concluída em 2009. No campus do Capão do Leão será construída uma biblioteca de Ciências Agrárias. O curso de veterinária será transferido para o prédio da atual reitoria, junto da Engenharia Agrícola.
DP - Tudo que foi citado já tem verba garantida. Existe algum projeto de destaque que serão buscados novos recursos em 2008?
Borges - Sim. Vou buscar junto aos ministérios da Educação, Saúde e Defesa para fazer o projeto do Hospital Universitário que nós não temos. Somos uma das únicas universidades do País que não têm hospital próprio. Nesses 40 anos, formamos cerca de 3,5 mil médicos em hospitais alugados, o que gera um gasto enorme para os cofres públicos e uma perda em termos de produção científica. Não podemos receber verbas do Ministério da Ciência e Tecnologia por não termos área própria. Mas uma primeira conquista nesse sentido já foi obtida. Mais tardar em março, inauguraremos o pronto atendimento em frente à Rodoviária. Ele está perfeitamente equipado, só falta as últimas instalações elétricas. Ao lado dele é que deverá ser construído o nosso hospital. O projeto para um prédio de 400 leitos está orçado em R$ 30 milhões.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Macumba na Câmara

Parece brincadeira, mas não é. Um caixão, sete bonecos espetados (sete é número primo e tem algo de mágico, não!) com agulhas e uma foto dos sete componentes da Mesa Diretora da Câmara de Pelotas foram encontrados numa das entradas para o porão do prédio da Câmara. É mais um fato que entra para o folclore dessa instituição, como a campanha eleitoral de Cururu Insaurriaga, as performances de Geane Matiello, as calças arriadas de Samarone, o assistencialismo barato praticado pela maioia dos representantes do povo e a falta de modéstia do irmãozinho Otávio Soares, que não pode ver uma máquina fotográfica que se coloca na frente. O povo pelotense não merece isso. Mais do que trabalhos de macumba, é preciso, sim, renovar esse quadro que aí está e que só traz vergonha a Pelotas. É preciso iniciar uma campanha cívica para que todos, sem exceção, não consigam se reeleger. Só assim Pelotas se livra dessa maldição. Macumba poe ajudar, mas, no caso da Câmara de Pelotas, é insuficiente.
O espírito galhofeiro que colocou o trabalho na Câmara não é nada mais do que isso, um brincalhão. A cidade não merece ser motivo de chacota por conta disso.
Deixo, portanto, os comentários para os leitores. Nos Comentários, é possível ver os posts enviados pelos leitores, com links para as reportagen, fotos e vídeo da macumba.

Cidade: Artigo de magia negra é encontrado na Câmara de Vereadores
Anna Fernandes
Depois do suplente de vereador Édson Campos, o Samarone, baixar as calças no pátio da Câmara de Vereadores e ganhar repercussão nacional, um outro fato inusitado promete atrair a atenção da imprensa nacional ao Legislativo pelotense. Um vigia da Casa, ao varrer perto dos canteiros, encontrou numa das entradas para o porão do prédio uma espécie de vodu. No "trabalho", um minicaixão contém sete bonecos. Cinco estão com a foto oficial da Mesa Diretora empossada no dia 27 de dezembro. Em cada boneco foram espetados alfinetes. O que representa o presidente, vereador Otávio Soares (PSB), foi o mais atingido, com sete locais alfinetados: o coração, o rim e cinco no rosto.Duas versões são contadas para o aparecimento do suposto artigo de magia negra. A primeira versa sobre a entrega do material durante o dia por um mototaxista em gabinete parlamentar. Porém, conforme um especialista em Umbanda, para que surtisse efeito, o "serviço" teria que ser colocado no local logo após a meia-noite. Portanto, a segunda hipótese é a mais apontada. Alguém, provavelmente um servidor da Casa, teria pedido para entrar durante a noite no prédio e depositado o artefato num buraco entre as salas do vereador Ademar Ornel e do presidente da Mesa.Segundo o especialista em Umbanda que analisou o vodu, trata-se de magia negra para prejudicar e até pedir a morte dos vereadores. O "trabalho" teria custado em torno de R$ 3 mil. Dentro do caixão, além das miniaturas dos parlamentares e, possivelmente de dois articuladores na eleição da Mesa Diretora, está depositada areia, que dizem ser de um túmulo. Nenhum dos servidores da Câmara queria pegar o objeto com medo de ser amaldiçoado.
Presidente desaprova o ato
Otávio Soares lamentou o fato e pediu que fossem analisadas todas as fitas das câmeras de segurança externas do Legislativo. "Fico me questionando quem teria feito uma coisa dessas. O responsável por esse ato demonstrou mesquinhez e espírito muito pobre. Se é alguém ligado à Câmara prejudicou a cidade. Foi uma ação inconseqüente que macula a imagem do Legislativo pelotense", falou. O presidente também brincou e disse que o dia de ontem foi positivo, pois sua filha tinha sido aprovada no Vestibular da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Sobre dores pelo corpo, afirma que estas fazem parte de seu cotidiano devido a problemas ósseos que enfrenta.
Conspiração
Na Câmara de Vereadores surgiu o boato de que teria sido um vereador ou um de seus assessores que levou o "trabalho" para a Casa. Isso seria uma forma de vingança por ter sido rompido o acordo firmado em 2005 para a eleição da Mesa Diretora em sistema de rodízio. No último pleito os vereadores desfizeram o pacto e reelegeram Otávio Soares.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Lentes cor-de-rosa

E a violência em Pelotas, hein? Assaltos, furtos, tem de tudo. Até mesmo no laranjal a coisa está feia. Cadê a polícia? Cadê o Poder Público, que só enxerga a realidade com lentes cor-de-rosa?

Câmara
O site da Câmara de Pelotas está defasado. Desde o ano passado nada foi acrescentado à página da Câmara na Internet. O pessoal ainda não voltou de férias? Ou não há nada que valha a pena noticiar? Cadê aquela moça loira que se apresentava junto com os convidados e fazia poses para as fotos?

Memória curta

O Xavante tem agora novos patrocinadores: Sony/Multisom. Esse negócio de patrocínio em camisa de time de futebol precisa ser sempre bem esclarecido. Principalmente quando se tem históricos complicados de péssima lembrança para a cidade.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Otávio Soares dormiu no ponto

O presidente da Câmara de Pelotas, Otávio Soares, não foi capaz de perceber que desde setembro passado a venda da folha de pagamentos da Câmara corria riscos. Demorou para tomar atitude, demorou para se mexer e perdeu uma graninha, que certamente aumentaria o valor da devolução do duodécimo. Pois é. Em Câmara que só pensa em salamaleques, não dá para se esperar nada mesmo. Resta, agora, fazer o que os políticos pelotenses sempre fazem: chorar, chorar e chorar.

Cidade: Venda da folha está proibida
Anna Fernandes
A Câmara de Vereadores não poderá mais vender a folha de pagamento de servidores ao Banrisul. A governadora Yeda Crusius sancionou a Lei 12.902, que obriga aos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário a depositarem as disponibilidades financeiras, inclusive as necessárias ao pagamento das suas folhas salariais, em instituição oficial do Estado. O projeto proposto pelo deputado estadual Gilberto Capoani (PMDB) foi aprovado na Assembléia Legislativa no dia 18 de dezembro de 2007 por unanimidade com duas emendas, sendo uma que estende a restrição ao Ministério Público, à Defensoria Pública, ao Tribunal de Contas e aos municípios.Desde o final do ano passado o Legislativo pelotense negociava com o Banrisul a venda da folha. O banco solicitou dados e uma proposta da Casa. Segundo o presidente da Câmara, vereador Otávio Soares (PSB), a folha valeria entre R$ 400 mil e R$ 500 mil. Soares informou que ainda ontem, antes de saber da publicação da lei, seriam enviados ao Banco do Brasil e à Caixa Econômica Federal ofícios informando a intenção de venda e solicitando propostas se as instituições financeiras estivessem interessadas.Justificativa da LeiComo justificativa o deputado estadual apontou que a transferência do pagamento das folhas salariais dos municípios a estabelecimentos bancários diversos dos da rede oficial do Estado faria com que o desenvolvimento da economia gaúcha não ocorresse, pois, as grandes somas de dinheiro que poderiam circular são transferidas a entidades alienígenas gerando renda e lucro que nem sempre são aplicados na cidade de origem ou, até mesmo, no Rio Grande do Sul. Outra alegação foi que o Tribunal de Contas do Estado (TCE) apontou a prática de transferir o pagamento de folhas salariais a órgãos que não os oficiais como ilegal.NegociaçãoO presidente da Câmara Otávio Soares, informou que entraria em contato com a assessoria jurídica da Casa e com a Superintendência do Banrisul. Na opinião do vereador, o Banco do Brasil e Caixa Econômica devem entrar com alguma ação na Justiça contrária à lei estadual.O superintendente da Regional Sul do Banrisul, Roberto Braga, informou que se a governadora promulgou a Lei e foi publicada no Diário Oficial do Estado não existe mais negociação com a Câmara de Vereadores de Pelotas. Sobre uma possível contrapartida da entidade financeira, Braga disse que não existe possibilidade, uma vez que, agora todos são obrigados pela lei a utilizar o Banco do Estado.Lei 12.902Artigo 1º - Ficam os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, o Ministério Público, a Defensoria Pública, o Tribunal de Contas e os Municípios do Rio Grande do Sul como, todos os órgãos a eles vinculados, nos quais não haja a participação de outros entes federados ou privados, obrigados a depositar as disponibilidades financeiras, necessárias ao pagamento das suas folhas salariais, inclusive, efetuando o depósito das mesmas, em instituição financeira oficial do Estado.Artigo 2º - Nos municípios onde não haja instituição financeira oficial do Estado, as disponibilidades financeiras de que trata o artigo 1º, poderão ser depositadas em instituições financeiras pertencentes a outras entidades públicas, ou então na falta destas, em instituições financeiras privadas.

Fogueira das vaidades

Deu na coluna Espeto Corrido, publicada no Diário Popular (leia abaixo). Só para comprovar que vereador, em Pelotas, é cargo decorativo. Será que os representantes do povo não tinham algo mais sério para discutir?

Esperneio
Boa parte da sessão de ontem da Comissão Representativa da Câmara serviu para os vereadores reclamarem pelo fato de não terem sido convidados para a abertura do Carnaval 2008, domingo, no Laranjal.
Esperneio II
O presidente Otávio Soares (PSB) diante do griteiro dos demais pares, esclareceu que não chegou convite oficial na Casa do Povo, para o ato. Na praia estiveram os vereadores Ademar Ornel(DEM), José Sizenando (PPS) e Waldomiro Lima (PRB).
Esperneio III
Ornel, escolado, elogiou o sucesso da festa. José Sizenando telefonou ao presidente Soares e obteve dele a autorização para representar o Legislativo. Diz que foi visto pelo prefeito Fetter Jr (PP) e por ele citado. Waldomiro reclamou que a assessoria da Prefeitura o viu no meio do povo e não falou o seu nome.
Esperneio IV
Perto das 11h, chegou na Câmara a secretária de Projetos Especiais, Cláudia Celina Ferreira. Para tentar colocar panos quentes. Através de sua assessoria, recebeu informação de contato telefônico com uma pessoa, na Câmara, que se identificou como Leandro. Só que, na Casa do Povo de Pelotas, não tem servidor com esse nome. E disse que não foram enviados convites especiais ou personalizados.
Esperneio V
Os vereadores queriam moção de desagravo, que não era o caso, depois passaram para repúdio e por fim, concordaram com posicionamento da Mesa Diretora sobre o caso. Como se diz na zona rural, é igual à esquila de porco, muito berro para pouco pêlo.

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Embaço

Meu caro amigo Cabral, da editoria de Esportes do Diário Popular, me desculpe, mas é preciso fazer a correção: embaçadas é assim mesmo que se escreve, com "ç". Por favor, corrigir. No texto Suca afirma: “As lentes devem estar embassadas ou não estão informados” também.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Falta de preparo

Existe uma única unanimidade acerca da lei antinepotismo que se pretendia instituir em Pelotas: os vereadores são espertos demais ou então não sabem o que fazem ali (e muito menos seus assessores, pagos com o dinheiro do povo). Embora a iniciativa de uma lei antinepotismo seja salutar - deveria ser algo natural, mas a tentação de nomear parentes é muito grande, não é mesmo senhores vereadores - é preciso que também seja aplicável. O presidente da Câmara não viu que essa emenda iria dar problema? As comissões não viram nada? Ou é esperteza demais ou é falta de preparo mesmo. E, para curar falta de preparo, o melhor remédio é votar em outros representantes.

Férias

Estive de férias. Volto a partir de hoje. Me contem as novidades, por favor.
Vamos ter um ano muito produtivo.